O fim do UX Design? A polêmica do Duolingo e a troca por Product Experience

Nos últimos dias, uma polêmica tomou conta da comunidade de UX e design de produtos: o fim do termo "User Experience" e a adoção de "Product Experience". Esse debate foi impulsionado por um artigo publicado por Shreya Roy no Medium e pelo blog Prototypr, onde ela analisa uma mudança significativa no Duolingo. A empresa, conhecida mundialmente por sua abordagem gamificada no ensino de idiomas, decidiu substituir o termo UX Design por Product Experience em seus cargos e descrições de funções.

O anúncio veio de Mig Reyes, Head de "Product Experience" no Duolingo através de uma postagem no Linkedin, sobre a decisão da empresa de eliminar UX Design em prol de um foco mais abrangente na experiência do produto. Mas o que isso realmente significa? E mais importante: será que essa mudança representa uma tendência real ou apenas um movimento de marketing para renovar o mercado e impulsionar novos cursos e treinamentos?

UX Design e Product Experience: Dois lados da mesma moeda?

A mudança de nomenclatura do Duolingo levanta um questionamento crucial: UX Design e Product Experience realmente são conceitos distintos ou apenas abordagens diferentes para o mesmo problema? Para entender essa questão, é importante relembrar o papel do UX Design e como ele evoluiu ao longo do tempo.

Desde que o termo UX Design ganhou força no mercado, ele tem sido amplamente associado ao design centrado no usuário, na usabilidade e na acessibilidade. UX Designers focam na experiência geral que um usuário tem ao interagir com um produto, garantindo que ele seja intuitivo, eficiente e agradável.

Por outro lado, o termo "Product Experience" enfatiza uma visão mais ampla, englobando não apenas a interação do usuário, mas também a estratégia do produto, o impacto no mercado e os objetivos de negócio. Essa abordagem coloca os designers mais próximos das métricas de crescimento e retenção, além de enfatizar o impacto da experiência do usuário nos resultados financeiros da empresa.

Mas será que isso é realmente uma inovação ou apenas uma nova embalagem para algo já existente?

Oportunidade ou jogada de mercado?

O mercado de tecnologia e design tem um histórico de constantemente redefinir nomenclaturas para criar novas ondas de inovação (ou pelo menos, a ilusão delas). Nos últimos anos, vimos a ascensão de termos como "Growth Design", "Service Design", "Experience Design" e agora "Product Experience". Muitas vezes, essas mudanças vêm acompanhadas por uma nova leva de cursos, treinamentos e certificações – o que pode levantar suspeitas sobre o real motivo por trás dessas transformações.

Isso significa que o conceito de Product Experience não tem valor? Não necessariamente. Ele pode, de fato, representar uma evolução da forma como designers participam do ciclo de vida dos produtos, reforçando a importância de métricas de negócios e impacto estratégico. No entanto, para muitos profissionais, essa mudança de nome pode parecer apenas uma tentativa de reembalar o UX Design como algo novo e vendável.

O que isso significa para profissionais de UX?

A adoção do termo Product Experience pode trazer algumas implicações práticas para os profissionais de UX. Algumas empresas podem adotar essa nomenclatura para reforçar a necessidade de uma abordagem mais holística, integrando UX ao desenvolvimento e estratégia do produto. Outras podem apenas seguir a tendência sem mudanças reais na forma de trabalhar.

Para os profissionais, o mais importante não é o nome da função, mas sim o que realmente muda no dia a dia. A demanda por UX Designers continua crescendo, e independente do título, as habilidades essenciais como pesquisa com usuários, usabilidade, design thinking e prototipação seguirão sendo fundamentais.

Minha opinião: Mudança real ou buzz passageiro?

No fim das contas, a decisão do Duolingo de substituir UX Design por Product Experience pode ser um indicativo de uma tendência maior ou apenas um movimento isolado. Se a ideia realmente se consolidar no mercado, isso pode significar uma evolução na forma como o design é integrado à estratégia de produto. Caso contrário, pode ser apenas mais um termo passageiro, que logo dará lugar a uma nova buzzword.

O que é certo é que a essência do trabalho continua a mesma: criar experiências que agreguem valor tanto para os usuários quanto para os negócios. Seja UX Design ou Product Experience, o mais importante é garantir que o design continue sendo um pilar central no desenvolvimento de produtos de qualidade.

E você, o que acha dessa mudança? Será que o termo Product Experience veio para ficar ou estamos apenas presenciando mais uma jogada de marketing?