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Vagner Bellacosa
Vagner Bellacosa13/08/2021 10:47
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O COBOL morreu? Vida longa ao Cobol!

  • #Informática Básica
  • #Boas práticas
  • #Arquitetura de Sistemas

O COBOL morreu? Vida longa ao Cobol.

image Conheça o processo de migraçao

Salve padawan, o tiozão pirou, que título nonsense é esse? Ultimamente tenho estado saudosista e falado muito do mainframe, mas não é minha culpa, ultimamente a Amazon tem feito muito publicidade do Cloude Computer AWS e as modernizações de sistema legados.

Um espirito de nostalgia se apossou deste renegado, que divagando um pouco nos textos e reportagens, mas espere, saiba que existe uma teoria em psicologia chamada de Percepção seletiva, em linhas gerais, nosso cérebro acaba selecionando temas e assuntos, que previamente nos interessam, criando um círculo virtuoso de retroalimentação, apontando sempre na mesma direção.

Com esse aparte voltamos ao título, afinal o Cobol não morreu, pelo menos por agora, pois saibam que existem muitos sistemas críticos, que funcionam a prova de hacker, a prova de erro e com custos controlados em milhares de empresas. Situação essa que se torna muito arriscado migrar para outras plataformas com seus riscos e dependências, afinal mexer naquilo que funciona detonara carreiras, caso de ruim, acredite, muitas vezes a casa cai.

Neste artigo vamos conversar sobre migração, modernização, cisão e aquisição de packages de softwares para substituir o Cobol no Mainframe, no passado os ERPs ameaçaram o reino dos grandes computadores, arranharam e morderam fatias de mercado, mas a prova do tempo foi cruel, veja o SAP, que a cada ano perde terreno para outras tecnologias, devido ao seu alto custo e falta de profissionais qualificados (mesmo problema do mainframe, curioso ne?).

Cobol na intimidade

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Uma linguagem criada em 1958, ou seja, na altura que escrevo este humilde ponto de vista, ela completa 62 anos, num universo com tantas mudanças, inovações, modismos, transformações e evoluções. A guerra fria que impulsionou sua criação, terminou, tivemos o bug do milênio, crises financeiras em 1987, 1995, 2001, 2008 e agora a pandemia. Surgiram e desaparecem inúmeros gurus das mais loucas ideias e metodologias, linguagens de programação evaporaram e bases de dados morreram. 

Mas devemos pensar, imaginar e analisar, o que gerou essa longevidade do COBOL no turbulento mundo da informática, em que os releases são uma constante, sopas de letrinhas surgem todos os anos aos montes, mudanças e grandes transformações inspirada por acadêmicos? 

A resposta para isso e sendo bem simplista: a segurança de fazer o que faz e continuar a fazer em qualquer compilador, sendo a sua maior vantagem é que aquilo que programamos, é aquilo que é compilado e executado na CPU do Computador, infelizmente nem todas as linguagens modernas com suas inúmeras opções de compilação e maquinas distintas, que nunca sabemos exatamente o que o processador está fazendo e nem se está sendo performática.

A segurança é um fator relevante, afinal os mainframes são blindados com várias camadas de segurança, o RACF é o grande xerife do pedaço e até onde conheço nem o melhor hacker conseguiu penetrar em todas as camadas, com isso garantindo a segurança da informação e dos processos. Claro que existem inúmeras lendas urbanas de algum analista desonesto, que criou um programa que roubava centavos das contas e enriqueceu, porém, nunca estive em uma empresa que isso realmente tenha acontecido. Afinal a DAI monitora a tudo e a todos e seus analistas acionam alertas ao menor sinal de fumaça.

Vantagens do Cobol

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Uma linguagem performática um programa Cobol puro associado com o aplicativo SORT é imbatível em tempos de processamento, mesmo quando coloca-se monstrinhos comedores de CPU, tais como arquivos VSAM e acesso a base de dados Adabas, IMS, IDMS ou DB2, ainda assim ele continua incrivelmente rápido para grandes quantidades de registros. Nenhuma das linguagens novas vencera neste quesito, o mais próximo seria o Python.

Uma vantagem é que o Z/OS tem todas as camadas separadas, cada feudo tem seu senhor, e os guardas do portão, só deixam entrar quem cumprir as regras. Por isso o CICS e suas trocas de áreas de memória com servidores web, continua tão em voga no século XXI. As principais barreiras foram rompidas com o aumento das áreas de memoria, subindo e descendo entre plataformas e as bases de dados atualizadas em todas as modernidades, que as veze acaba dando bem ruim.

Um pouco de História do Cobol

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Se conhece pode pular esse bloco, lembre-se que escrevo aos jovens padawans, perdoe o zelo do tiozão, a linguagem de programação de alto nível COBOL, um acrônimo de “Common Business-Oriented Language”, ou seja, na boa língua de Camões, Linguagem comum orientada a negócios.

Em sua estrutura tem pouco mais de 100 comandos, ou palavras reservadas, sendo muito rígido na escrita e formatação, sendo uma vantagem e ao mesmo tempo desvantagem, pois dificulta as mentes criativas a inventarem e florearem muito. A parte que mais gosto é a escrita clara e logica, quase conversacional com o programador, num dialogo ordenado nas clássicas divisões Identification, Environment, Data e Procedure.

Na sua origem, a principal vantagem era que um fonte COBOL era compilado em qualquer equipamento, e seus processamento e output eram o mesmo, surpreso? Nos primórdios cada computador tinha sua própria linguagem, tabela de caracteres e funcionamento despadronizado, colocando ordem e facilitando o treinamento de profissionais.

Devemos agradecer ao trabalho pioneiro de Grace Hopper, a grande mae/avo de todos os DEVs do planeta, que tinha a sua própria linguagem chamada de FlowMatic, que serviu de modelo e pontapé inicial as especificações do Cobol, o pessoal da Universidade da Pensilvânia amparada pelo governo americano, que precisava de um padrão único e confiável, em meio a tantos fornecedores e soluções, como soa moderno isso.

Com isso 3 comitês foram criados, litros de café consumidos e a solução acordada, foi juntar o Flowmatic + Comtran da IBM e Bob Berner è FACT da Honeywell, misturar tudo, pegando o que havia de melhor de cada um, o resto é história. Há 62 anos o Cobol domina o mundo dos computadores. A IBM não gostou muito e até tentou sabotar o negócio, criando sua própria top linguagem o PL/I, mas isso é história para outro dia.

Mas o ser humano é um bichinho complexo, logo outros players começaram a mudar, acrescentando ou retirando coisas, tornando o Cobol, irreconhecível e perdendo sua compatibilidade entre sistemas, quem conhece o JavaScript com o comitê ECMA Internacional, saiba que o COBOL foi pioneiro no ANSI/ISO, ao longo de seus anos teve 5 grandes versões, visando por ordem na casa, atualizar a linguagem e acrescentar novos paradigmas. Abaixo apresento os acrescimos e melhorias nos releases Cobol 1958.

  • COBOL-1968
  • COBOL-1974
  • COBOL-1985
  • COBOL-2002
  • COBOL-2014

Cenário de migração

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Com a crise financeira internacional de 2008, o Cobol sofreu um grande revés, pois centenas de Bancos e Seguradoras, faliram e com isso grandes soluções em mainframe, simplesmente evaporaram. As empresas sobreviventes, que anteriormente haviam gasto milhões de dólares no Bug do Milênio, a famosa fraude do Y2K, descrentes com o mainframe começou a tomar atitudes e aceleraram os processos migratórios, uma técnica comum foi migrar ao AIX, porem esta solução temerária não funcionou e muitos voltaram e outros seguiram adiante.

Atualmente jovem padawan, com certeza ira algum dia trabalhar em processos de migração, o Azure, o AWS e tantos outros players, estão famintos abocanhando nicho de mercado, existem softhouses que possuem frameworks para análise e engenharia reversa dos programas Cobol CICS DB2, meu conselho aprenda a debugar e ler programas. Treine com fluxogramas, use papel e caneta para documentar e seguir o fluxo do programa.

A programação procedural tem uma sequência lógica, claro que encontrar muito spaghetti code, culpa de gênios preguiçosos, mas em 90% dos casos, o programa é aditável, controlável e fácil de entender. Normalmente pego um programa e separo todas os parágrafos e suas funções, criando uma visão macro através dos JCL, rotinas externas e acessos a dados.

Não é um trabalho fácil, pois o tempo urge, porém quando se pratica, rapidamente avança e consegue ter uma visão única dos objetos, com a vantagem do sistemas em mainframe serem estanques e hierarquizados.

A leitura do programa é simples e fácil, facilitando o entendimento das instruções, eu conheço inúmeras linguagens de programação, porem nenhuma é tão fácil de interpretar, sendo bem clara. Experimente quando for ler um programa fonte Cobol, faça uma compilação e veja a listagem estendida com os copybook, procure ver quais as chamadas a programas externos, quais os arquivos sequenciais ele acessa, no acesso a Base de Dados, use o QMF ou Spufi, para entender a pesquisa e saber sua performance, e se for um iniciado use e abuse do Omegamon (se pensou no Digimon enganou-se). 

Falando sobre Cobol

🚀 Mainframe, conheça um pouco sobre Sistemas Centrais

https://web.dio.me/articles/mainframe-conheca-um-pouco-sobre-sistemas-centrais

🚀 Cobol para padawan uma rapida olhadela

https://web.dio.me/articles/cobol-para-padawans-uma-rapida-olhadela

🚀 Por que um DEV padawan tem medo do Cobol?

https://web.dio.me/articles/por-que-um-dev-padawan-tem-medo-do-cobol

🚀 Descubra SEARCH e SEARCH ALL : Comandos COBOL

https://web.dio.me/articles/search-e-search-all-comandos-cobol

🚀 10 Segredos da Longevidade do Cobol

https://web.dio.me/articles/10-segredos-da-longevidade-do-cobol

Conclusão

Jovem padawan, me dispersei um pouco no tema, fiz a defesa do velho companheiro de trabalho e contei alguns fuxicos do CPD, é uma verdade os jovens e acadêmicos mesmo não gostando de sistemas legados, deveriam aprender um pouco das coisas de tiozões do mainframe. 

Deixo meu maior conselho a você, aprenda COBOL, JCL, VSAM, CICS e afins, saiba ao menos interpretar, pois nos processos migratórios, saber ler um velho código fonte e entendê-lo, ajudara muito na criação de programas modernos em linguagens orientadas a objeto, afinal a lógica do negócio está escondida embaixo de camadas de poeira num velho programa Cobol.

Pensando também que muitos modismos surgiram e sumiram, pois, os custos são exponenciais e soluções que a princípio pareciam econômicas, vão encarecendo e tornando-se dispendiosas conforme aumentam os dados, conheci muitos diretores de informática que foram levados a guilhotina por suas decisões. Estude, aprenda e treine o mercado é muito dinâmico.

Espero ter ajudado ate o próximo artigo.

image Referência Bibliográfica

WIKIPEDIA - A Enciclopédia Livre, faça parte, ajude atualizando ou criando verbetes http://www.wikipedia.org

Google Books um repositório com milhões de livros digitalizados https://books.google.com/

Internet Archive, tudo aquilo que um dia foi publicado veio parar aqui. https://archive.org/

Biblioteca de ícones https://www.flaticon.com/

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image Mais momento jabá, recordar é viver, no video de hoje, apresento algumas fotos em slide show, minha primeira vez em uma visita a Portugal, descobrindo diversos encantos de Lisboa em 20 fotos, aprecie com moderação, é um lugar lindo, visite Portugal, encontre meu blog, uma terra abençoada por Deus com maravilhas únicas, para distrair, visite meu vídeo e veja para onde fui desta vez: https://www.youtube.com/watch?v=QZ1Cjq24eQY

Bom curso a todos.

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Pode me dar uma ajudinha no YouTube?

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