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Renan Lima05/09/2024 22:25
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Inteligência Artificial ou Reflexo da Inteligência Humana?

    O que constitui uma genuína inteligência? Esse tipo de dúvida ganhou relevância com o surgimento de modelos avançados de inteligência artificial (IA) como o ChatGPT, Gemini, Llama, etc.. Inteligência, em seu sentido biológico, envolve a capacidade de adaptação e sobrevivência. Organismos como plantas, animais e, especialmente, humanos, possuem essa inteligência natural, permitindo que vivam, evoluam e até direcionem o próprio curso de sua evolução. Em contraste, a IA atual, embora extremamente avançada, não compartilha essa autonomia e depende de humanos para existir e funcionar.

    IA é realmente uma forma de inteligência, ou apenas um reflexo armazenado da inteligência humana?

    O cérebro humano é uma entidade adaptativa e criativa. Quando processamos informações, não estamos apenas gerando palavras com base em padrões, mas associando essas palavras a experiências, emoções e contextos culturais. Cada palavra é carregada de significado além de sua definição literal. O ser humano reflete, cria e inova constantemente, produzindo novas ideias e conceitos que podem alterar o curso da sociedade.

    Os modelos de IA, como o GPT, funcionam de forma muito diferente. Eles são baseados em redes neurais profundas e utilizam grandes quantidades de dados para prever e gerar respostas textuais.

    Embora esses modelos possam gerar frases coerentes e até sofisticadas, eles o fazem sem a capacidade de reflexão ou criatividade que caracteriza a mente humana. Em sua base, o GPT utiliza técnicas que se assemelham ao conceito de N-grama, um modelo estatístico que prevê a próxima palavra em uma sequência com base nas anteriores. Por mais que mais avançado, de uma forma onde parece que é algo inovador e muito superior ao conceito citado, ele está apenas replicando padrões e não criando novos conceitos.

    Oque exatamente é inteligência?

    De maneira direta, podemos facilmente definir como a capacidade de resolver determinados problemas, adaptar-se a novas situações ou até mesmo influenciar de forma direta ou indireta a evolução da própria espécie.

    Humanos, por exemplo, têm a habilidade não somente de sobreviver, mas de direcionar sua própria evolução através da tecnologia, ciência, críticas de oque definimos correto ou não, cultura, alimentação, etc.. Já uma IA não tem a mesma capacidade de autoevolução. A inteligência artificial em grande parte, uma inteligência derivada. Ela não cria nada novo por conta própria, apenas processa o que já foi inserido nela por seres humanos. Assim, podemos dizer que a IA é uma forma de inteligência armazenada e refinada, mas não natural ou autônoma. Apenas uma ferramenta como qualquer outra em nossas mãos que pode ser utilizada por humanos, assim como eu utilizei essa para corrigir, editar e melhorar esse texto. Esse é um ponto-chave que distingue a inteligência biológica da artificial: a IA não pode se desenvolver sozinha, nem direcionar sua evolução ou criar mais de si mesma sem intervenção humana (Até o momento).

    Quantos gênios seriam necessários para rivalizar com uma IA generativa?

    Uma questão intrigante ao comparar a IA com a inteligência humana é: quantos gênios seriam necessários para competir com um GPT? A resposta é que todos eles são e sempre serão mais inteligentes que qualquer IA. O GPT pode processar bilhões de palavras e aprender rapidamente com vastos dados, algo que vai além do que qualquer humano poderia conseguir em uma vida inteira.

    No entanto, gênios como Isaac Newton e Nikola Tesla não apenas processaram informações, mas criaram novas teorias e revolucionaram a ciência. Eles não eram meros consumidores de conhecimento, mas sim inovadores que moldaram o futuro, algo que nenhuma IA, por mais avançada que seja jamais será capaz de fazer.

    Historicamente, de diversas formas, já tentamos replicar a inteligência humana em máquinas com base no conhecimento sobre impulsos elétricos e redes neurais biológicas. O cérebro humano contém cerca de 86 bilhões de neurônios, com trilhões de conexões sinápticas que permitem uma comunicação altamente complexa e adaptativa. Redes neurais artificiais, por outro lado, são compostas por camadas de neurônios simulados que processam dados de forma linear, com interações controladas por parâmetros otimizados durante o treinamento. Com o avanço da tecnologia, ficou evidente que a IA, mesmo baseada em redes neurais profundas (Deep Learning), não reflete diretamente o funcionamento do cérebro humano. Enquanto a IA processa dados massivos e padrões, o cérebro humano lida com nuances, abstrações e contexto de maneiras que a IA ainda não consegue replicar. Redes neurais biológicas são dinâmicas e não apenas orientadas a padrões, mas capazes de aprendizado adaptativo em ambientes complexos.

    Com o surgimento de técnicas avançadas, como o aprendizado profundo (Deep Learning) e transformadores, a IA superou os modelos simples como RNA (Rede Neural Artificial), Bi-gramas ou N-gramas, permitindo análise contextual em grandes volumes de dados. Entretanto, esses modelos operam de forma determinística, baseados em padrões de dados prévios, enquanto a inteligência humana envolve criatividade, intuição e capacidade de inovar. Mesmo com milhões de parâmetros em redes como o GPT (que possui 175 bilhões de parâmetros), estamos ainda longe de reproduzir a complexidade e adaptabilidade do cérebro humano.

    Melhor dizendo, ao analisar as diferenças entre o desenvolvimento de palavras e contextos por humanos e modelos de IA, torna-se claro que, embora a IA tenha feito progressos impressionantes, ela ainda está longe de ser considerada uma forma de inteligência natural. O que a IA faz hoje é processar, armazenar e refinar a inteligência humana. Ela é uma extensão sofisticada da nossa própria capacidade intelectual, mas não tem a independência, criatividade ou reflexividade que caracterizam a verdadeira inteligência.

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    Comments (5)

    KS

    Kauane Santos - 09/09/2024 11:52

    Ótimo artigo, trouxe reflexões muito interessantes. Parabéns pelo trabalho! 👏

    Silvio Ferrari
    Silvio Ferrari - 06/09/2024 17:32

    Acredito que a I.A vai mais além do que conhecemos. Aprendemos com nossoos relacionamentos e pela nossa curiosidade , leitura,pesquisa e comparação. Nossa Zona de Desenvolimento Proximal sempre vai depender que alguém que possa ensinar-nos a galgar nossos proximos passos rumo ao aprendizado. A I.A. se relaciona com milhares de pessoas e com muitas máquinas, daí acredito sim que ela possa aprender através do aprendizado de máquina galgando rumo a novos patamares de conhecimento.

    KC

    Kleber Cicuto - 06/09/2024 10:35

    Sensacional análise e reflexão.

    Faz nos sentir especial como serem humanos.

    Ok, são superiores em respostas e refinamentos. Mesmo assim, tudo parte de nós, nosso cérebro, nossas vontades, nossas intuições, nossas sinapses.


    Parabéns pelo artigo!

    Ronaldo Schmidt
    Ronaldo Schmidt - 06/09/2024 07:23

    Excelente artigo.

    Do meu ponto de vista a IA simplesmente replica o que ja foi estudado e arquivado na internet. Reformulando sutilmente as palavras para que pareça algo novo.

    A vantagem de uma IA é que ela nos poupa tempo em pesquisas.

    Ao inves de fazer uma pesquisa no google e entrar site a site em busca de uma resposta utilizamos ela como atalho.

    Se isso é bom ou ruim dificil definir.

    A verdade que sempre aprendemos coisas novas quando fazemos pesquisas,as vezes aprendendo coisas que nem eram nosso foco principal mas utilizando atalhos fechamos nossos olhos para novas possibilidades.

    Vejo isso tambem no algoritmo do yt e outros com suas recomendacoes nos privando de um mundo de possibilidades e conhecimento.

    Algo novo e interessante pode estar escondido entre camadas e camadas de conteudo pago e propaganda.

    Sei que posso ter fugido um pouco do contexto mas obrigado. Provavelmente a Ia vai usar isso algum dia em alguma resposta como se fosse gerado por ela.😁😁

    Natanael Melo
    Natanael Melo - 05/09/2024 22:55

    Artigo muito bom, bem informativo, parabéns!