Juventude e I.A.s : Mentes em declíno ou ascensão ?

Certa noite, durante um happy hour ,estava eu com alguns amigos, todos na faixa de idade entre os 50 e 60 anos conversando amenidades, e Antônio ; o mais novo do grupo ; queixou-se de que seu filho de quinze anos estava com problemas nos estudos. Levantou a questão da dependência visível dele pelo uso internet e, agora, das IAs. Discutimos durante alguns tempo se isso estava causando um emburrecimento dos jovens ou tornando suas mentes mais seletivas e focados em questões específicas.

Voltei para casa pensativo sobre o assunto e resolvi levantar para mim mesmo os questionamentos que seguem: O uso das inteligências artificiais pode deixar a mente dos jovens mais lentas devido ao pouco esforços com leitura e análise critica de situações as quais esse jovem preferem perguntar para uma inteligência artificial solucionar um problema em vez de raciocinar e buscas a solução eles mesmo ? 

Essa é uma preocupação válida , mas creio que é importante analisá-la sob diferentes perspectivas. O uso de inteligências artificiais (IA) por jovens pode, sim, impactar suas habilidades cognitivas de maneiras variadas, dependendo de como a tecnologia é utilizada. 

Quais os Impactos Potenciais na Leitura e Análise Crítica? Vejamos:

1. Diminuição do Esforço Cognitivo  

  Quando os jovens confiam excessivamente na IA para respostas rápidas, podem não desenvolver plenamente habilidades como análise crítica, resolução de problemas e interpretação de textos. Essas competências exigem prática e esforço contínuos.  Por exemplo: Em vez de ler um livro ou artigo para responder a uma pergunta, alguns podem preferir perguntar diretamente à IA, evitando o exercício de interpretação.

2. Redução da Curiosidade Intelectual  

  A facilidade em obter respostas prontas pode levar a uma busca superficial por informações, sem aprofundamento ou reflexão sobre os dados apresentados.

3. Dependência Excessiva  

  Há o risco de criar uma mentalidade onde a IA é vista como a única fonte de verdade ou como substituto para o pensamento independente, reduzindo a confiança em si mesmo.

Por outro lado, vislumbro potenciais benefícios...

1. Acesso Rápido ao Conhecimento  

  As IAs podem complementar a educação, ajudando jovens a esclarecer dúvidas e aprender mais rapidamente. Se bem orientados, eles podem usar essas ferramentas como apoio, sem substituir o esforço próprio.  

2. Estímulo à Curiosidade  

  Quando utilizadas de forma crítica, as IAs podem ser uma porta de entrada para novos interesses, fornecendo respostas iniciais que incentivem a leitura e a pesquisa mais profunda. Por exemplo: Após obter uma explicação breve sobre um tema com a IA, o jovem pode querer explorar o assunto em detalhes.

3. Desenvolvimento de Novas Competências  

  O uso da tecnologia pode desenvolver habilidades como pesquisa eficiente, pensamento computacional e análise de fontes confiáveis, que são cada vez mais necessárias no mundo digital.

Assim, a pergunta que todos fazemos: Como Equilibrar?

Exercendo uma educação Crítica: Ensinar os jovens a usar a IA como uma ferramenta complementar, em vez de substituta, incentivando a reflexão sobre as respostas obtidas.

Valorizando do Esforço: Promovendo atividades que exijam leitura, interpretação e resolução de problemas sem o auxílio imediato da IA, como debates, estudos em grupo ou resolução de questões complexas.

Desenvolvendo de Habilidades Socioemocionais: Estimulando a paciência, resiliência e curiosidade para buscar soluções de forma independente antes de recorrer à IA.

Com Mediação Consciente: Professores e pais podem atuar como mediadores, auxiliando e incentivando a perguntas mais complexas e reflexivas para a IA, em vez de questões simples que não desafiem o raciocínio.

Concluí que o impacto do uso da IA depende de como ela é integrada à rotina do jovem. Se usada de maneira orientada e equilibrada, pode ser uma aliada no desenvolvimento intelectual. Caso contrário, há o risco de enfraquecer habilidades cognitivas fundamentais. O papel da educação é garantir que os jovens vejam a tecnologia como um recurso, uma ferramenta mas que valorizem, acima de tudo, o processo de aprendizado ativo e crítico.