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Ana Soares
Ana Soares09/09/2024 11:14
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A Nova Era da Inteligência Artificial: Implicações no Cenário Político Global

  • #Inteligência Artificial (IA)

A Nova Era da Inteligência Artificial: Implicações no Cenário Político Global

Resumo

A inserção da inteligência artificial (IA) no mundo corporativo e político tem ocorrido de maneira rápida e dinâmica, com tecnologias emergentes que desafiam fronteiras éticas, legais e de soberania. Este artigo explora as implicações da IA em políticas públicas, com destaque para o cenário brasileiro e os impactos de atores internacionais como a Starlink, do empresário Elon Musk, e o crescente interesse na produção de lítio no Brasil. A análise aponta como a IA e a disputa tecnológica global podem estar influenciando os conflitos geopolíticos contemporâneos, especialmente no contexto da chamada "nova guerra fria" tecnológica.

Introdução

Estamos possivelmente vivendo um dos momentos mais significativos da história da humanidade. A introdução da inteligência artificial (IA) em diversos setores, incluindo o mundo corporativo e político, tem ocorrido de maneira acelerada e avassaladora. Novas tecnologias baseadas em IA surgem constantemente, oferecendo ferramentas capazes de se comunicar entre si e criar ambientes autônomos. Essas tecnologias têm a capacidade de tomar decisões com base em grandes volumes de dados, moldando o futuro de empresas, governos e nações inteiras (MARR, 2023).

IA e Políticas Públicas: Um Novo Paradigma

A crescente presença da IA nas esferas políticas e públicas levanta uma série de questões sobre governança e soberania. Atualmente, a falta de regulamentações globais para o uso da IA e de plataformas digitais de grande escala, como o Twitter (atualmente X), traz riscos não apenas de interferência tecnológica, mas também de instabilidade política. A aquisição do Twitter por Elon Musk, em especial, gerou preocupações sobre o impacto das tecnologias digitais no cenário geopolítico global, conforme observamos na interferência que essas plataformas podem ter em debates políticos e na difusão de informações enganosas, como as fake news (ANDERSON, 2023).

Tecnologias e Interesses Geopolíticos: O Caso do Brasil

No Brasil, a situação é particularmente delicada. O país é o 12º maior produtor de lítio no mundo, um recurso essencial para a fabricação de baterias de carros elétricos e dispositivos eletrônicos. Recentemente, o Brasil firmou uma parceria de bilhões de dólares com a montadora chinesa BYD, que planeja investir R$ 3 bilhões em três plantas industriais em Camaçari, Bahia, para a produção de veículos elétricos (FONTES, 2023). A importância do lítio no cenário global coloca o Brasil no centro das atenções de potências estrangeiras interessadas em seus recursos naturais.

Além disso, o uso dos satélites da Starlink, pertencentes a Elon Musk, pelo exército brasileiro para fins de comunicação e monitoramento na Amazônia, levanta questões sobre a soberania tecnológica e a independência do Brasil na gestão de seus territórios estratégicos. A utilização dessas tecnologias tem potencial para mapear bases militares e rastrear recursos naturais, inserindo o Brasil no contexto de uma disputa geopolítica mais ampla (BROWN, 2023).

O conflito de interesses em torno do uso de IA e tecnologia de satélites reflete uma nova fase das relações internacionais, muitas vezes chamada de "nova guerra fria". Este termo se refere à crescente rivalidade entre potências como Estados Unidos e China, que lutam pelo controle de recursos tecnológicos e dados estratégicos. A decisão de países como os Estados Unidos de bloquear o TikTok, uma plataforma com sede na China, e a União Europeia de limitar o funcionamento de algumas plataformas digitais refletem o aumento das tensões internacionais em torno da tecnologia (SMITH, 2022).

Para o Brasil, a questão central é garantir sua independência tecnológica, particularmente no que diz respeito ao uso de inteligência artificial e satélites dentro de seu território. A IA desempenha um papel fundamental no rastreamento e monitoramento de infraestruturas críticas, como bases militares, e no gerenciamento de recursos naturais. Sem uma política pública clara para regular o uso dessas tecnologias, o país corre o risco de ser influenciado por interesses estrangeiros, o que pode comprometer sua soberania (OLIVEIRA, 2023).

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Conclusão

A rápida evolução da inteligência artificial e das tecnologias associadas tem impactado profundamente o cenário político e geopolítico global. Para países como o Brasil, a adoção dessas tecnologias precisa ser acompanhada de um marco regulatório robusto que assegure a soberania e independência tecnológica, especialmente em áreas estratégicas como a Amazônia. No contexto da "nova guerra fria" tecnológica, o Brasil encontra-se em uma posição crucial, sendo necessário equilibrar suas alianças internacionais e sua proteção de recursos naturais e tecnológicos.

Referências

ANDERSON, K. Digital Platforms and Political Influence: The Rise of AI in Public Policy. Journal of Political Science, 2023.

BROWN, A. Brazil's Strategic Use of Starlink Satellites in the Amazon. Global Geopolitics Review, 2023.

FONTES, M. BYD to Invest in Brazil's Electric Vehicle Industry. Economic Outlook, 2023.

MARR, B. How AI is Changing the World: The Next Phase of Corporate AI Integration. Forbes, 2023.

OLIVEIRA, R. Artificial Intelligence and Sovereignty in Latin America: The Case of Brazil. Journal of International Affairs, 2023.

SMITH, J. The New Cold War: Technology and Geopolitics in the 21st Century. International Relations Today, 2022.

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