Uso de IA para auxílio na gestão de riscos psicossociais na empresa

As empresas precisam atender à legislação trabalhista vigente e, tão logo ocorram mudanças, devem ocorrer ajustes, obviamente, sob pena de ficarem expostas a fiscalização, notificações e multas.

O assunto, entretanto, é muito mais amplo que a ocorrência de multas mas, sim, refletem a preocupação que toda empresa precisa ter no seu maior patrimônio, que são as pessoas.

Segundo dados da OIT – Organização Internacional do Trabalho e da previdência social, os riscos ocupacionais de origem psicossociais, causados ou agravados pelas características organizacionais, aumentaram muito nos últimos anos, no Brasil e no mundo todo.

Devido a isso, os programas de prevenção e acompanhamento exigidos precisaram incorporar, desde alguns anos, todos os riscos ocupacionais incluindo os psicossociais, tais como assédio moral, reconhecimento do trabalho, gestão participativa, entre outros aspectos que podem trazer ou agravar adoecimento e afastamento como depressão, burnout, etc.

Para isso, as pesquisas junto aos empregados devem ser inseridas do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais – GRO, registradas no Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR, de cada uma das suas unidades.

Na prática, devem ser realizadas pesquisas, por unidade, a todos os empregados e isso precisa ser levado em consideração pela empresa; tal coleta de dados precisa passar por análise da equipe de Medicina do Trabalho, que por sua vez pode indicar contribuições de psicólogos, psiquiatras ou uma avaliação mais detalhada posteriormente.

Em termos de procedimentos, vislumbrei uma quantidade de dados por unidade a serem tratados como gráficos para:

· Indicar as mudanças necessárias, baseando-se nas percepções dos empregados;

· Tais percepções podem ser de assuntos diversos e foram classificados por grupos de profissionais como médicos, psicólogos e ergonomistas;

· Cada grupo pode indicar ao gestor da unidade ou no nível hierárquico superior, a necessidade de ações diferenciadas, unidade a unidade, pois cada pessoa, cada grupo e cada equipe deverão ter percepções diferentes;

· Há a necessidade de, gerencialmente, analisar em gráficos o resultado das pesquisas;

· Com a realização de análise de planilhas de dados e filtragem, classificação e geração dos gráficos adequados, há uma perspectiva de horas para cada uma das unidades;

Vislumbrei a oportunidade de utilizar as ferramentas de Inteligência Artificial – IA para agilizar, otimizar o processo e fornecer uma visão:

· Individual, possibilitando que o médico ou outro profissional possa atender aos casos onde um ou dois empregados tenham se manifestado de forma preocupante;

· Pequenos grupos, dentro da mesma unidade, indicando providências setorizadas;

· Visão geral da unidade, onde as providências fossem para toda a equipe;

· Macrovisão para o gestor hierarquicamente superior, visando ações regionais ou em mais de uma unidade, como um produto oferecido pela área de Segurança e Saúde no Trabalho ao gestor maior do negócio ou segmento da empresa, de forma que compreenda o sentimento e as percepções de suas equipes ou parte delas.

As possibilidades são muito vastas com tais relatórios e podem indicar necessidade como treinamentos, rodas de diálogo, ações individuais e tratamentos, visão de reciclagem de alguns gestores entre outras ações e aplicação de programas de qualidade de vida já existentes na empresa ou, ainda, a necessidade de uma análise mais aprofundada por profissionais ou equipe contratada externamente como uma Análise Ergonômica do Trabalho, voltada para aspectos organizacionais e com efeitos psicossociais.

Nesse projeto, as fases práticas estão projetadas para serem:

· Inicialmente, tanto as equipes das unidades a serem avaliadas, com suas percepções capturadas e de suas áreas gestoras, devem ser sensibilizadas sobre o assunto e a importância dos riscos ocupacionais de ordem psicossociais e os benefícios e vantagens, além do cumprimento da legislação, em adotar medidas para reduzir ou evitar os afastamentos por aqueles motivos;

· em seguida, em unidades piloto, as pesquisas iniciais são realizadas com uso do aplicativo Forms com resultado numa planilha de dados do Excel;

· a planilha traz os dados das avaliações, percepções dos empregados;

· São gerados diversos gráficos visando informar à equipe médica e da área de gestão de pessoas da empresa, assim como aos gestores da unidade e àqueles hierarquicamente superiores sobre a situação dos riscos para serem adotadas providências, plano de ação, etc.

No Bootcamp CAIXA DIO, elaboramos materiais como:

· Visando uma sensibilização inicial, foi elaborado um Ebook sobre o tema, resumidamente informando o que são riscos psicossociais, como identificar, algumas ferramentas, vantagens e benefícios, com os tópicos e aspectos consultados com auxílio da IA;

· Para um aprofundamento um pouco maior, criação de Podcast com os tópicos e conteúdo abordados para se falar, resumidamente, com texto enxuto e editado, uma vez que foram diversas consultas por IA e consolidadas por mim;

· As consultas, tópicos com argumentos seriam realizados em consultas a diversas fontes de pesquisa e, com IA, foram realizadas em poucos segundos, o que possibilitou variar as formas de pesquisa, mudança de prompt, possibilitando variações em pouco tempo;

· Utilização de planilha teste com dados simulados de uma Unidade hipotética A, com 10 empregados fictícios chamados de João 1, João 2 até João 10, elaborada manualmente com MS Excel;

· Aplicação de IA para gerar os diversos gráficos de avaliação por empregado , que manualmente seria realizado em algumas horas e foi, com auxílio da IA, realizado em poucos segundos;

· Possibilidade de serem realizadas em diversas unidades as avaliações em curto período.

· Tais gráficos irão, rapidamente, proporcionar uma visão abrangente ao gestor e isso, possivelmente, reduzirá significativamente as insatisfações e o absenteísmo por motivos evitáveis de ordem psicossocial.

Como projeto a ser avançado, é interessante ser elaborada criação de dashboard com os gráficos mencionados com auxílio de IA, identificados por unidade e por agrupamento de unidades, como produto da área de Segurança e Saúde no Trabalho para o auxílio da gestão do segmento como ferramenta auxiliar na gestão das equipes, onde devem ser feitos novos treinamentos, reciclagem, movimentações e adoção de programas de qualidade de vida, valorização da equipe entre outras ações, conforme o caso.

Com as ferramentas de IA, subsidiar a área de TI para um aplicativo próprio para a geração das pesquisas, dos gráficos e painéis como slides, dashboard interativos e outros produtos visando conscientização das equipes, gestores e melhorias para auxiliar na redução de absenteísmo.

Sigfrido Francisco Carlos Giardino Graziano Junior

Arquiteto/Engenheiro de Segurança do Trabalho - CAU A12590-3