Tecnologia, Ancestralidade e o Impacto no Comportamento Humano
Nos últimos tempos, tenho refletido sobre como estamos, ao mesmo tempo, avançando e retrocedendo no campo da tecnologia. Recentemente, assisti a uma palestra sobre tecnologia e ancestralidade e não consegui deixar de reforçar minha reflexão sobre o assunto. Em um mundo com tantas inovações tecnológicas vejo jovens da geração Z se distanciando cada vez mais das redes sociais, aí me pergunto: será que estamos, inconscientemente, buscando um retorno ao passado? Não no sentido literal, mas em uma busca por formas de nos conectar de novo com a essência do que somos, longe do mundo virtual e das distrações digitais.
Um exemplo claro dessa busca pela “ancestralidade” foi no pós-pandemia. Durante o período da COVID o trabalho remoto se consolidou como uma prática inovadora, mas, com o tempo, muitos perceberam a importância do trabalho presencial. A necessidade de retorno ao trabalho presencial, em muitos casos, parece um reflexo de um desejo coletivo de resgatar as conexões humanas reais. A interação social digital, por mais poderosa que seja, não consegue (nem deve) substituir o poder das trocas no mundo real; do mundo físico.
A “ancestralidade” que vejo como tendência é uma forma de despertar para o mundo real, um retorno às nossas raízes humanas, longe das telas e da alienação proporcionada pelas redes sociais. Estamos cada vez mais cercados por um universo de notificações, posts, mensagens instantâneas e validação on-line. E, apesar disso, a necessidade de estar perto das pessoas, de estabelecer vínculos presenciais, permanece.
E, embora eu seja uma futura desenvolvedora, é inevitável perceber que os avanços tecnológicos têm moldado nossos comportamentos de forma complexa e, com isso, o ser humano, em sua busca por inovação, acaba se perdendo. Não conseguimos, muitas vezes, lidar com a imersão nas novas ferramentas e, ao invés de sermos mais conectados, nos tornamos mais solitários, sem saber onde terminam as fronteiras entre o real e o virtual.
Essas reflexões surgem enquanto leio o livro Big Data: Continuidade ou Revolução, que aborda, de certa forma, a relação entre a tecnologia e a humanidade. A obra traz um olhar crítico sobre como as inovações afetam e nos modificam, não apenas como indivíduos, mas como sociedade. E, em meio a tantas descobertas e transformações, é fundamental que saibamos reconhecer os limites da tecnologia e, acima de tudo, que valorizemos o que é essencial: a conexão com o outro e com o mundo real.