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Willington Silva
Willington Silva09/09/2024 22:57
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Sufocamento digital e a capitalização dos sentimentos na pós-modernidade.

    No filme “Professor Morston and the wonder women”, biografia que ilustra a história do psicólogo William Moulton Marston, responsável pela criação do detector de mentiras e também idealizador da personagem de quadrinhos, a mulher maravilha, acompanhamos um pouco de sua vida, trabalho e relacionamentos, Marston viveu em relacionamento polígamo. Sua esposa, a advogada e psicologa Sarah Elizabeth Holloway Marston e sua parceira, Olive Byrne serviram para inspirar e influenciar a personagem, o pscólogo também dirigia estudos no campo dos sentimentos e emoções e foi responsável pela criação da teoria DISC(dominância, influência, estabilidade, conformidade)-trata-se de um teste psicométrico e comportamental, que tem a finalidade de observar padrões de comportamentos de indivíduos em determinados ambientes.

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    William Moulton Marston

    Apesar de o foco da trama centrar-se na criação da mulher maravilha, e na pesquisa do Dr. marston, iremos nos desbruçar, aqui, no advento do detector de mentiras, pois essa é a ponte que nos permite escapar das telas de cinemas e nos teleportar para nossa triste realidade pós-moderna.

    Para que alguma hipótese seja provada, cientifícamente, ela deve ser medida, por exemplo podemos medir a velocidade da luz, podemos medir quantas horas há em um século e até mesmo o número de moléculas de um determinado gás que está contido em um cilíndro, mas como podemos medir se alguém está ou não mentindo?

    Um polígrafo é um aparelho que mede e grava registros de diversas variáveis fisiológicas, tais como pressão arterial, pulso, respiração enquanto um interrogatório é realizado, supostamente para tentar identificar mentiras num relato.

    Mas, qual a importância disso para nossa discussão?

    Como abordado no texto, o homem-produto, sabemos que os dados são de extrema importância para o capitalismo, é através deles que governos, empresas, ong’s tomam decisões e criam novos serviços e produtos.

    No entanto, como exposto no texto, algoritmo das emoções, empresas de tecnologia estão usando algorítmos de analises de emoções, que funcionam com base no aprendizado de máquina, que por sua vez consiste no treinamento de inteligência artificial através de textos, mídias e outras formas de dados além do uso de sensores e cameras, esses algorítmos são usados em diversos setores da indústria e em governos, no entanto é na publicidade que seu uso tem sido cada vez mais massivo.

    A indústria publicitária, usa dessa ferramenta para recomendar, com base no humor do usuário, produtos, por exemplo, e não há nada de novo nisso.

    Contudo, o que acontece quando essas ferramentas se tornam armas políticas?

    No ano de 2018, veio à tona um dos maiores escândalos envolvendo empresas de tecnologia, a Cambridge Analytica. Este é o nome de uma empresa de marketing que teve acesso a dados de 87 milhões de usuários do Facebook indevidamente, sem que muitos deles soubessem e sem que a própria rede social tivesse lhes dados permissão.

    No documentário, “the great hack”, é mostrado ao público como a cambridge analytical usava os dados dos usuários para localizar pessoas que estavam inclinidas às ideias do candidato Donald Trump e as bombardeavam com propagandas, mídias tendenciosas e fake news, dessa forma a cambridge analytica manipulava o comportamento das pessoas através dos dados, essas pessoas são o que eles chamam de influenciáveis, pessoas que podem ser influênciadas de modo fácil, cambridge analytica sabia onde essas pessoas estavam, o que consumiam e sabia quais ideologias acreditavam, cambridge analytica detia a arma mais poderosa da pós-modernidade: os dados.

    Com os dados dos eleitores norte-americanos em mãos a empresa tinha o poder de decidir o resultado das eleições, por exemplo.

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    mark zuckerberg depondo ao senado norte-americano sobre o vazamento de dados à cambridge analytica

    Seguindo no mesmo viés, temos o documentário “o dilema das redes sociais”, que lança um olhar crítico do uso de redes sociais e como o uso execisso gera o aumento de transtornos e doenças mentais nos usuários e como tudo isso é planejado por empresas de marketing, existe um sufocamento digital dos usuários, um bombardeamento de anúncios e um incentivo a pressão estética.

    No seu vídeo, “as peças do tabuleiro são vocês”, senhorita Bira, explica um pouco de como nós, usuários, podemos ser facilmente manipulados por empresas de tecnologia, ela apronfunda ainda como movimentos como o “black lives matters” e o “blue lives matter” foram financiados pelo governo russo para gerar caos dentro dos Estados unidos, uma guerra de informações.

    Em suma, tanto o filme quanto o texto, abordam a problemática de como nossas emoções e sentimentos são usadas, por empresas, para nos manipular, e como nós somos apenas peças em um tabuleiro; No contexto atual faz-se necessário que enquanto cidadãos fiquemos atentos e cobremos de nossos governantes leis mais rigorosas para o uso e armazenamento de dados, pois estes podem tornar-sem armas políticas se aplicadas de maneira errada.

    O questionamento que fica é, caro leitor, você está sendo manipulado?

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    Comentários (1)

    MC

    Mirian Cristina - 10/09/2024 08:48

    Muito interessante mesmo, temos que ficar atentos a essa manipulação principalmente com nossas crianças e adolescentes também , esse transtorno mental das mídias sociais está crescendo muito.