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Ananda Silva
Ananda Silva23/01/2023 18:32
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Somos todos algoritmos?

    Presenciamos cada vez mais uma corrida pela produtividade pessoal. Se fizermos uma busca rápida em ambientes de pesquisa, encontramos diversas fórmulas ensinando receitas para aumentar a capacidade de se realizar tarefas de uma forma eficiente e eficaz.

    “Durma apenas 3 horas por noite, medite, faça exercícios físicos, leia 30 livros por ano, tome shot pela manhã, abra mão da sua cerveja, seja organizado, trabalhe enquanto eles dormem” e mais um monte de dicas que podem nos auxiliar a alcançar a produtividade que tanto almejamos. Mas veja bem.. “podem”.

    Aumentar a produtividade não significa necessariamente trabalhar mais horas ou se esforçar mais, mas sim trabalhar de forma mais inteligente. O problema está quando esquecemos que não somos algoritmos de um sistema. 

    Não é necessário ou saudável tentar se parecer completamente com um algoritmo. 


    Os algoritmos são ferramentas projetadas para realizar tarefas específicas, mas eles não possuem consciência ou emoções como nós, seres humanos. Enquanto os algoritmos são úteis para realizar tarefas de forma precisa e eficiente, nós possuímos características e habilidades únicas, como criatividade, empatia e capacidade de tomar decisões baseadas em nossos valores e princípios éticos. Isso nos permite lidar com situações complexas e incertas de forma diferente dos algoritmos.


    No entanto, podemos aprender com a lógica e a precisão dos algoritmos para melhorar nossa própria eficiência e tomada de decisão. Isso inclui organizar melhor nossas tarefas e pensamentos, ser objetivos e essencialistas, evitando a subjetividade desnecessária e gastando menos energia com situações que não nos tornam pessoas melhores.

    Como podemos evoluir aprendendo com os algoritmos?


    Um algoritmo precisa ser bem definido, eficaz, finito e completo.

    Um algoritmo bem definido é aquele que fornece instruções claras e precisas para realizar uma tarefa específica. 

    No nosso dia a dia, precisamos lutar com a comunicação interpessoal, fazer o máximo para que  qualquer pessoa à nossa volta entenda bem quem somos e o que queremos comunicar.

    Um algoritmo eficaz é aquele que produz o resultado desejado de forma rápida e precisa. 

    A partir do momento que vivenciamos determinadas situações, precisamos ser capazes de lidar com as diversas variáveis da vida e suas possíveis consequências.

    Quanto mais jogamos para debaixo do tapete algumas situações, mais complicado será superá-las.

    Um algoritmo finito é aquele que termina em um número finito de passos, independentemente dos dados de entrada.

    Ao entender que nossa vida é finita e que nossos problemas também são, começamos a entender que precisamos aproveitar mais os momentos que nos trazem alegrias. Colocar limites para o sofrimento é importante se quisermos contemplar uma manhã alegre. 

    Um algoritmo completo é aquele que é capaz de resolver o problema ou tarefa proposto de forma completa.

    Sermos completos é fundamental para que não haja histórias que nos trarão bugs e nos travarão em momentos futuros. Resolver problemas e colocar ponto final em histórias e projetos inacabados é fundamental para evitar problemas de estômago e insônia.


    Mas fica aqui uma dica: Algoritmos são apenas ferramentas e não devem ser considerados como modelo para ser seguido. Nunca devemos esquecer de questionar, avaliar e mudar a rota das nossas decisões perante as situações colocadas à nossa frente.


    Busque terapia, trabalhe o autoconhecimento, não tenha medo de chorar e falhar. Você sempre pode traçar novos caminhos e recomeçar!

    Seja melhor, seja um ser humano!

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    Comentários (4)
    Cleber Couto
    Cleber Couto - 24/01/2023 00:15

    Oi Ananda, adoro esses textos mais filosóficos que nos fazem refletir sobre quem somos, enquanto humanos.


    Tenho total concordância com o que escreveu.


    Inclusive, me fez lembrar de um texto que problematiza o rompimento de fronteiras entre o humano e a máquina. Afinal, o que são os algoritmos sem os humanos? E o que são os humanos sem os algoritmos na contemporaneidade?


    Há cada momento que passa, nós, humanos, nos tornamos mais íntimos da tecnologia, a tal ponto de sermos um híbrido humano/máquina, ainda no século passados, Donna Haraway escreveu que somos: “um organismo cibernético, um híbrido de máquina e organismo, uma criatura de realidade social e também uma criatura de ficção”.


    Essa reflexão que está no texto: Manifesto Cigorgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. Foi a reflexão que me trouxe até a DIO. Foi de um texto filosófico o despertar para o estudo da tecnologia.


    Li o seu artigo e me lembrei disso, que delícia! Me deu até vontade de escrever sobre esse encontro, da filosofia com a tecnologia. Gratidão.


    Grande abraço!

    Cinthia Barreto
    Cinthia Barreto - 23/01/2023 23:22

    Amei o seu texto, tema bem interessante.

    Carlos Rodrigues
    Carlos Rodrigues - 23/01/2023 21:14

    Excelente texto, pessoal busca parecer cada vez mais igual ao o outro e esquece das próprias individualidades que nos fazem humanos.

    Matheus Coimbra
    Matheus Coimbra - 23/01/2023 20:00

    Ótimo artigo, principamente pela analogia, bem criativo, parabéns!