O uso da tecnologia na terceira idade
Ao longo dos séculos o mundo passou por diversas mudanças, como por exemplo a revolução industrial que trouxe um forte avanço tecnológico com o uso de máquinas, pode-se produzir mais em menos tempo. Grandes inventores também surgiram possibilitando um campo fértil para o desenvolvimento da computação, passamos por várias gerações do desenvolvimento computacional, uma constante evolução, e assim como a computação ainda tem avançado, o ser humano tem acompanhado essas mudanças ao longo do seu envelhecimento, que é um processo natural da vida.
A geração da terceira idade acompanhou essa evolução tecnologia, mas será que tem se adaptado ao longo desse processo. Com a globalização nos foi permitido o contato com diversas outras culturas, novas formas de pensar, acesso as inovações do mercado. Segundo Lorenzetti et al. (2012): "Os temas tecnologia e inovação tecnológica estão em pauta nos meios de comunicação e nas agendas de governos, empresas, agências de fomento a pesquisas e diversas organizações sociais, com forte influência no setor saúde".
Com o avanço da medicina, a população tem envelhecido de forma mais saudável, proporcionando longevidade de vida, isso se reflete no aumento do envelhecimento populacional mundial. De acordo com o IBGE (site agencia de notícias IBGE, 2024) mostram que, "de 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em números absolutos, o total de idosos passou de 15,2 milhões para 33,0 milhões, no período". Envelhecer é um processo natural da vida, que acarreta mudanças físicas, psicológicas e sociais de forma individualizada.
Com base nesses dados podemos começar a nos questionar como tem sido a adaptação da terceira idade nesse mundo cada vez mais globalizado, novas tecnologias surgem em constante evolução, os aparelhos domésticos estão mais modernizados, a cada semana parece que surge uma nova tecnologia, um novo jeito de se comunicar. De acordo com Nanni (s.d apud ,KREIS, 2007) "a maioria dos idosos evita a internet por diferentes razões, como medo, falta de conhecimentos, escassez de recursos financeiros, inadequação do equipamento e ausência de conteúdos específicos".
Sabe-se que por questões sociais e econômicas nem todos tem acesso ao uso de diversas tecnologias, e tentar se manter atualizado diante dessas questões parece impossível. Falando em especifico do Brasil, temos a cultura de associar a velhice com a incapacidade de aprender e se adaptar as mudanças, podemos observar claramente isso no mercado de trabalho, muitas vezes falta paciência dos mais jovens de ensinar esse público, os excluindo do aprendizado de novas tecnologias.
Estudos evidenciam que cada vez mais as pessoas idosas precisam ou querem se manter no mundo do trabalho, situação que parece se distanciar do previsto para pessoas nessa faixa etária, pois a sociedade, de forma geral, espera que elas se encaminhem para a aposentadoria e para o afastamento do mundo laboral. (Ramos et al.2008 p. 507)
Seria interessante economicamente também que o governo investisse na educação tecnológica da terceira idade, porque eles não deixam de ser consumidores, e com mais instrução podem se beneficiar de novos equipamentos que facilitem o seu dia a dia, fazendo a máquina financeira gira mais, em um mundo capitalista que vivemos.
Os conhecimentos da internet são links para o novo século e além de ser um caminho para combater a exclusão social que as pessoas da terceira idade vivenciam, é um espaço de comunicação e troca com pessoas de todo mundo e de aprendizagem constante, portanto, valorizamos a experiência do idoso, despertando o seu interesse em retornar e a assumir o papel de cidadão da sociedade, é fundamental para nossa prática educativa (Dall'oglio 2010, p.8 apud Silva, 2010).
