O que eu ganho escrevendo artigos?
- #Desperte o potencial
- #Boas práticas
- #Soft Skill
Olá, dev!
Eu costumo escrever artigos aqui na DIO, geralmente, sobre as minhas experiências pessoais como dev Dinossauro ou esclarecendo dúvidas dos iniciantes.
Mas, por que eu escrevo artigos para a DIO? O que eu ganho fazendo isso? A DIO me promete algum retorno para os meus artigos? Ou será que eu exijo algum retorno para escrever aqui?
O que leva alguém a escrever artigos aqui? O que o autor espera com isso? E o que ele acha da recepção da comunidade ao seu artigo, depois de publicado?
Essas questões que eu levanto me perseguiam desde a vontade de escrever o meu primeiro artigo para a DIO. Eu gostaria de compartilhar com vocês e levantar algumas reflexões sobre o assunto, tanto para eu ter algumas respostas quanto para buscar novos caminhos para meus próximos artigos. E espero que ele também sirva de orientação para a nossa comunidade, sobre o que fazer com relação a escrever artigos.
O que você vai ler aqui:
1. Introdução
2. A motivação para escrever um artigo
3. O que eu vou ganho com isso?
4. A escolha do tamanho do artigo
5. O retorno da comunidade
6. Conclusão
7. Fontes de consulta
8. Outros artigos sobre o mesmo assunto
1 – Introdução
Eu gosto de escrever artigos aqui para a DIO. Escrevo sobre as minhas experiências como dev Dinossauro ou para esclarecer dúvidas técnicas dos iniciantes em algoritmos, estruturas de dados ou desafios de código.
Na verdade, eu descobri esse gosto por escrever artigos aqui na DIO, pois nunca os tinha escrito antes, em nenhuma outra plataforma. Nos tempos de colégio e universidade, eu era elogiado pelos textos que escrevia nas aulas e atividades, tanto pelo desenvolvimento dos temas quanto pela correção ortográfica. Nos lugares onde trabalhei, acabei virando uma espécie de revisor técnico informal dos textos publicados.
O que leva alguém a escrever artigos aqui (ou em qualquer outro lugar)? O que o autor espera com isso? E o que ele acha da recepção da comunidade ao seu artigo, depois de publicado?
Bem, cada um deve ter a sua própria motivação, seja ela seja ela de origem material, pessoal ou profissional. De qualquer forma, o retorno que alguém espera ao escrever um artigo diz muito sobre a forma em que o autor se engaja na tarefa, no cuidado com o conteúdo e com a qualidade do artigo.
Além disso, outro ponto importante é o que ele espera como retorno da leitura do seu artigo, pois alguns esperam ficar famosos, outros esperam ser aplaudidos. Muitas vezes, não acontece uma coisa nem outra e isso pode gerar frustração e revolta.
Ainda há aqueles que não esperam nada em retorno, apenas querem aproveitar o espaço dado para compartilhar suas ideias e opiniões, ou mesmo apenas participar da jornada, e levar isso como experiência ou crescimento pessoal e profissional.
E como desenvolver o conteúdo do seu artigo? Longo, curto, opinativo, com rigor técnico ou acadêmico?
Bem, quem já leu artigos meus sabe que eu costumo escrever artigos longos, bem longos, até (muitos longos, às vezes!).
Por que eu escrevo artigos longos? Não seria melhor escrever artigos curtos? Eu já escrevi um ou dois artigos bem curtinhos, mas, nesses casos, o tamanho menor se justificava.
Eu noto que essas questões também perseguem alguns de nós aqui na plataforma, inclusive elas travam alguns quanto a escrever seu primeiro artigo aqui. Eu gostaria de compartilhar com vocês e levantar algumas reflexões sobre o assunto, tanto para eu ter algumas respostas quanto para buscar novos caminhos para meus próximos artigos. E espero que ele também sirva de orientação para a nossa comunidade, sobre o que fazer e também sobre o que não fazer em relação a escrever artigos.
2 – A motivação para escrever um artigo
Como surge a motivação para escrever um artigo, saindo do seu canto (da sua zona de conforto) para criar mais uma responsabilidade para você mesmo?
Se a gente pensar por esse lado, não sai do canto para fazer nada novo, que traga novas responsabilidades.
De vez em quando, a gente tem uma dúvida sobre algum assunto, seja técnica ou não, e pesquisa na Internet para ver se já existe uma solução publicada para o problema ou para encontrar uma dica que possa clarear a nossa mente com outra perspectiva que não abordamos ainda.
Quem nunca recorreu a alguma fonte de ajuda para esclarecer uma dúvida? Por exemplo, Stackoverflow, Wikipedia, Discord, Medium, fóruns etc.
E assim, vamos aprendendo coisas novas (ou nem tanto assim, mas novas para quem não sabe) e aumentamos a nossa caixa de ferramentas (para os mais velhos, o cinto de utilidades!).
Ao decidir escrever um artigo, você vai deixar suas obrigações (ou seu lazer) para criar mais uma responsabilidade para você. Ela vai lhe consumir pesquisa, tempo, podendo até exigir comprometimento e gerar expectativas, críticas e frustrações!
Mas essa não é a nossa natureza! Quem vive em comunidade, em geral, gosta de ajudar, se engajar, compartilhar, e fica feliz por fazer parte dela e poder retribuir alguma coisa boa que você recebe dela.
Voltando ao início desta seção, quando você tem uma dúvida e ela é respondida por alguém da comunidade, essa pessoa decidiu escrever um artigo, saiu do seu canto, criou responsabilidade para ela mesmo e fez algo que lhe beneficiou.
A mesma motivação que ela teve deve servir de exemplo para você fazer o mesmo, retribuindo, para alguém desconhecido, que vai ler o seu artigo e você nem sabe quem é.
A decisão de escrever um artigo também tem a ver com o seu interesse ou conhecimento pelo tema.
Um exemplo: se for sugerido que se faça um artigo sobre algum dos assuntos que eu tenho muito interesse (em que eu sou nerd), como filmes, trilhas sonoras, Pink Floyd, ficção científica, por exemplo, eu logo me ofereceria para escrevê-lo!
E se ninguém sugerir, eu adoraria compartilhar o meu conhecimento (ou opinião) com outras pessoas que também possam se interessar pelo assunto, não apenas por meio de um artigo, poderia ser numa conversa de bar com amigos, na mesa com a família ou no intervalo do cafezinho com colegas de trabalho.
3 – O que eu vou ganhar com isso?
Aí, você me pergunta “o que é que eu ganho com isso?”.
Se você só se motiva em fazer alguma coisa se vai ganhar algo, pode ser que esteja pensando em dinheiro, uma vaga de emprego, pontos no ranking da DIO, uma assinatura DIO PRO, ou ainda, fama.
Eu já vejo tudo isso como consequências de uma trabalho bem feito, de conteúdo interessante, de reconhecimento por alguma coisa relevante que você tenha feito. Se não for prometido nada antecipadamente e você se motiva a fazer, tudo que vier em retorno é reconhecimento pelo seu trabalho.
Inclusive, ele pode nem ser tão relevante assim, mas o retorno pode se dar apenas pelo engajamento que você demonstrou em ajudar a comunidade.
Uma historinha pessoal:
Eu já disse aí em cima que sou fanático por trilhas sonoras (nerd mesmo!). Quando eu costumava ouvir músicas no rádio, sonhava com um programa que só tocasse músicas de filmes. Um dia, fui em uma rádio da minha cidade e apresentei um projeto de um programa assim, na esperança que eles criassem um parecido.
A direção da rádio falou em dificuldades de horário, falta de locutor, nicho de público reduzido, falta de patrocínio, etc.
Depois de alguma conversa, eu me ofereci para produzir o programa, apresentar ao vivo, usar meus próprios discos e bastaria me darem um horário que eu tomaria conta do programa.
Eu achava que o programa ficaria uns 2 ou 3 meses no ar e juntaria ouvintes que dividissem o mesmo gosto que eu pelas músicas de filmes.
Pois bem, a direção da rádio aceitou e o programa ficou 5 anos no ar! Só foi encerrado porque uma empresa comprou o patrocínio do mesmo horário (nobre, aos domingos, das 19h às 20h), para criar um programa do seu interesse.
E isso sem ganhar nada! Puro idealismo! Mas esse sou eu! Eu sou assim! Ajudei a criar uma comunidade interessada no assunto e fiz várias amizades.
Se fosse pensar em receber algo em troca, nunca teria levado adiante essa ideia. E não me arrependo! Ganhei amigos, reconhecimento, experiência e histórias para contar.
4 – A escolha do tamanho do artigo
Os meus artigos costumam ser bem longos. Não é que eu tenha muita coisa importante para dizer. Eu acho que duas características pessoais contribuem para esse meu jeito de escrever artigos.
Uma delas é que sou perfeccionista, não que queira a perfeição nos meus trabalhos, mas eu tenho um cuidado grande em não deixar falhas claras que poderiam ser corrigidas antes da publicação
Como eu fico querendo botar no texto tudo que eu imagino que falaria numa aula (ou apresentação com o Powerpoint) sobre o assunto, acabo não querendo deixar nada de fora do texto do artigo, considerando (erradamente!) que tudo é relevante, importante e não pode ficar de fora, assim, o conteúdo acaba ficando muito grande.
Lembra um pouco a Síndrome de FOMO (“Fear of Missing Out”), ou medo de ficar fora, de deixar algo de fora, de perder algo, como ocorre nas redes sociais. Não é o meu caso, pois eu não tenho redes sociais, só o Whatsapp. Apenas acho que estou escrevendo para leitores nerds iguais a mim pelo assunto do artigo (o que raramente é o caso) e êxito muito para deixar algo de fora do texto.
O cuidado que eu tenho com as regras do bom português e com o fluxo da história, me deu muita facilidade para identificar falhas na escrita de um texto que eu leio (ou na fala que escuto em uma apresentação). E eu não quero que o meu texto tenha essas falhas, embora algumas coisas escapem, mas está tudo bem assim mesmo. Corrijo e sigo em frente. Nunca vou chegar à perfeição, claro, mas, desta forma, eu minimizo as possíveis falhas.
Uma segunda coisa que faz meus artigos serem longos é que eu já fui professor, tanto de 2º Grau (atual Ensino Médio) quanto de graduação em informática.
Outra historinha:
Quando eu ainda estava na metade do curso de Engenharia Elétrica, um antigo professor meu do colégio me ofereceu uma vaga de professor de Física no colégio onde eu tinha feito o 2º Grau (Ensino Médio, lembra?). Eu sempre fui o aluno mais tímido do colégio e era bem nerd (estudioso), mas ir para a frente de uma sala de aula e enfrentar três turmas de adolescentes de 15, 16 anos (verdadeiros vikings com fome de esmagar professores, principalmente de Física ou Matemática!) parecia um desafio grande demais!!!!
Eu venci o medo, decidi aceitar a oferta e, no dia seguinte, comecei a dar aula. Foi assustador!!!!! Mas eu fui lá e enfrentei. Ensinei lá por 2 anos e depois saí para fazer estágio de engenharia elétrica. Essa foi uma experiência incrível, de crescimento pessoal e conseguiu destravar muitas amarras que me mantinham preso na minha zona de conforto. Tanto que isso me levou a ser professor de graduação, bem seguro, muitos anos depois.
Eu sempre gostei muito de ensinar conteúdo para iniciantes e sempre procurava explicar tudo de forma bem detalhada, para não deixar dúvidas do entendimento do assunto pelos alunos. Esse lado detalhista da minha fase de professor é (automaticamente) traduzido para os textos dos meus artigos.
O problema é que, numa aula, esses detalhes são falados, numa frase que não dura 30 segundos. No artigo, ao descrever, no texto, esses detalhes que eu falaria rapidamente em uma aula, lá se foram uns 2 parágrafos.
E como eu quero colocar no texto do artigo tudo que eu falaria numa aula, o texto acaba ficando muito longo.
Ou seja, o perfeccionismo me leva (inconscientemente) a dizer tudo o que sei (ou pesquisei) sobre o assunto do artigo, gerando muito conteúdo, e o jeito professoral, didático, resulta em um detalhamento excessivo de tudo que vou escrever, muitas vezes, coisas que sairiam rapidamente numa fala, mas crescem ao ser explicadas em texto escrito.
5 – O retorno da comunidade
E se meu artigo não ficar bom? E se os leitores não gostarem dele? E se disserem que tudo que eu escrevi está errado? E se ninguém ler? E se ninguém comentar? E se criticarem o conteúdo dele? E se me criticarem? E se eu passar vergonha? E se eu for cancelado?
Estas são algumas questões que podem surgir na sua mente antes de decidir escrever um artigo, principalmente o primeiro artigo. Eu já passei por isso! E superei!
É quase como um trecho da música “mother”, do álbum “The Wall”, do Pink Floyd:
“Mother, do you think they’ll drop the bomb,
Mother do you think they’ll like the song,
Mother do you think they’ll try to break my balls,
Oooooh, aah, mother should I build a wall”
Antes de escrever o meu primeiro artigo para a DIO, eu pensei em tudo isso, mas decidi correr o risco e fui em frente. Não aconteceu nada de trágico e eu me animei para escrever outros artigos, tanto que hoje eu devo escrever um artigo por semana (na semana passada, foram 4 artigos em 4 dias). E hoje, mais tarde, vou publicar mais um, o último que está pendente.
Ao escrever um artigo (ou realizar alguma atividade), uma das motivações pode ser a vontade de ser elogiado, reconhecido, aplaudido e até premiado, pelo conteúdo relevante que a gente escreveu, pela grande ajuda que deu aos leitores, pela correção ortográfica impecável, pela atualidade do tema ou pelo insight criativo.
Se a sua motivação for essa, eu acho que você está no caminho errado!
Eu não sei se eu estou ficando velho demais para valorizar essas coisas, principalmente como motivação para fazer alguma coisa (como escrever um artigo), ou se eu apenas acho que a motivação não pode partir daí. Você não deve colocar suas expectativas de felicidade ou sucesso em coisas, pessoas ou eventos sobre os quais não tem o controle. Assim, é muito fácil se frustrar!!
Eu já fico feliz apenas por ter um espaço para poder ajudar alguém com uma coisa que eu já passei e consegui resolver.
E por que, mesmo eu sabendo que não vou receber nada em troca da responsabilidade assumida ao decidir escrever um artigo, aceito o desafio e o escrevo?
Porque essa é a minha natureza! Eu agradeço a oportunidade de ter este espaço aqui para poder compartilhar as minhas opiniões, experiências e conhecimentos com outros devs daqui e de poder ajudar quem precisa, apresentar novos temas para quem não ouviu falar neles ou juntar pessoas para pensar em um tema que considero relevante.
E eu não tenho esses medos listados no início desta sessão antes de escrever um artigo? Não tenho! Na verdade, eu só fiquei apreensivo antes de escrever o primeiro artigo. Depois, eu vi que o leão é manso e me acostumei com o perigo (que nem existe!).
Quando eu decido escrever um artigo, é porque eu considerei o tema relevante e ele é do meu interesse. É claro que eu posso imaginar que ele vai ser lido por muitas pessoas daqui, pois acho que o tema deve ser relevante para todos como ele é relevante para mim. Mas pode não ser relevante para muitos!
O problema é que a popularidade de um artigo é uma questão orgânica da plataforma (de qualquer uma), ou seja, o interesse da leitura do meu artigo não depende da relevância que eu dou para o tema, mas daquela que é dada pelos usuários da plataforma.
Às vezes, eu imagino que centenas de usuários irão ler meu artigo, mas o número não chega a 50, outras vezes, eu penso que dezenas comentarão, mas apenas 3 ou 4 fazem isso. Por outro lado, eu vejo artigos aqui apenas com a postagem da foto de um certificado de conclusão de uma disciplina recebendo centenas de visualizações e dezenas de comentários.
Eu podia até comparar com a relevância do meu artigo, mas isso não faz sentido. É o comportamento orgânico dos usuários. Eles preferiram comentar um artigo com foto de certificado (com um simples: “parabéns!”) do que comentar um conteúdo pesquisado, explicado, ilustrado e exemplificado do meu artigo. Bom para o autor do outro artigo. Ruim para mim? Não, eu não escrevi o meu artigo esperando isso.
É como eu sempre digo: na vida tudo se resume a duas coisas: beleza e paciência. Deu certo? Beleza. Não deu? Paciência!
Resumindo, a cada artigo que eu escrevo, aprendo alguma coisa nova, seja sobre o tema do conteúdo do artigo, escrita de textos, ou no processo de realização da tarefa. Não busco nenhum retorno para decidir escrevê-lo!
A escrita de artigos aqui já me valeu dois convites para fazer apresentações em vídeo nos dois eventos da Community Week, promovidos pela DIO no ano passado. E apenas essa participação já me deu mais experiência e retorno do que eu poderia pedir a DIO pela participação nos eventos. Eu me senti parte da DIO, parte da comunidade, recebi muita visibilidade e recebi novos convites aqui depois disso. Além disso, recebi elogios pela qualidade da apresentação e como ela foi motivadora para algumas pessoas daqui.
Isso é um retorno relevante para mim! Eu não pedi nem esperei nada da DIO. A DIO também não me prometeu nada, eu só aceitei de imediato! Só escrevi artigos e segui em frente. Agradeço à DIO por isso tudo! E estou sempre à disposição para participar de novas experiências aqui!
Outra coisa. O fato de algum usuário ter lido um artigo meu já me deixa feliz por ter lhe dado a motivação para ler meu artigo. Eu já aprendi que a motivação para ler um artigo não vem da popularidade do autor, nem do tema relevante, nem da qualidade do conteúdo publicado, pois muitas vezes pode vir apenas de um título chamativo e de engajamento.
Uma penúltima história pessoal:
Uma vez, eu fui com uma amiga a um barzinho que teria um show de uma ótima banda de rock/pop da cidade, tocando sucessos dos anos 80/90. Este bar costumava ficar cheio nos finais de semana, mas quando entramos só havia mais 2 mesas ocupadas, cada uma com 2 pessoas. Logo passou pela nossa cabeça que o show poderia nem acontecer, por falta de público, talvez decidido pelo próprio bar ou até pelos músicos.
No entanto, após tocar a primeira música, o vocalista falou: “vocês podem pensar que esse show será mais curto ou que a gente vai tocar com menos afinco e interesse porque só tem vocês aqui de público. Na verdade, vocês são uns privilegiados, pois nós vamos fazer o show da mesma forma que faríamos se a casa estivesse lotada”. E o show foi ótimo!
Qual a moral da história?
Faça a sua parte e a faça bem feita! Você vai ficar bem com isso. O retorno é consequência! Se fizer pensando no retorno e botar um esforço proporcional ao retorno que realmente houve, lá na frente você vai se sentir culpado por ter feito menos do que o seu melhor! O seu público não merece isso!
Mais uma historinha, a última (juro!):
Um dia, um colega que corre maratonas me convidou para participar de uma corrida de rua aqui em João Pessoa. Eu sou ex-atleta de basquete e natação, mas atualmente eu apenas corro 5 Km na praia e faço exercícios básicos sem peso.
Aí, eu falei para ele que o meu tempo para os 5K (é assim que eles dizem, 5K quer dizer 5 Km) não era nem razoável para ganhar essa corrida.
Ele me respondeu: “e você acha que eu tenho? Ou que todas as centenas de pessoas que se inscrevem nessas corridas têm? Nada disso, apenas umas 10 ou 20 ali têm condição de vencer. Todas as outras sabem disso, mas estão ali para fazer parte do evento, para se exercitar, não para vencer. Elas apenas querem fazer parte disso!”
Aí eu pensei: “não tinha visto por esse ponto!”
E ele tem razão, se apenas os campeões tivessem valor ou se todos corressem para vencer, teríamos um punhado de vencedores e o resto da população do mundo seria composta por frustrados e perdedores. Além disso, se apenas a possibilidade de vitória servisse de motivação, apenas 3 gatos pingados participariam de competições.
Algumas vezes, você tem que ficar feliz por fazer parte! Por ter a oportunidade de estar lá, junto com a turma, com a comunidade. É como disse o Barão de Coubertin: “o importante é competir!”.
No entanto, se você entra em uma competição que tem condições de ganhar, aí, isso não vale muito, tem que se esforçar para ganhar mesmo!
Se você não entra numa competição (ou numa atividade) com medo de não ganhar ou de errar, vai perder as chances de curtir uma atividade diferente, aprender e melhorar com ela.
E onde eu quero chegar com tudo isso, com tanta historinha?
Essa última tem a ver com a minha visão do mundo de hoje. Ninguém é super-heroi, todo mundo tem suas capacidades e suas fragilidades, mas se você ficar evitando desafios que lhe parecem difíceis, vai perder grandes oportunidades de aprender coisas novas e de evoluir, pessoal ou profissionalmente.
É preciso ter a coragem de se mostrar vulnerável, imperfeito, se mostrar por inteiro, com suas virtudes e suas falhas, e procurar melhorar por meio de desafios. Senão, quando a grande oportunidade da sua vida chegar, você corre o risco de não estar preparado para ela, justamente por não ter se arriscado a errar quando podia.
No entanto, para se arriscar, é bom ir se preparar para isso, pois assumir um risco sem a preparação necessária não é desafio, é apenas uma aventura arriscada mesmo!
6 - Conclusão
Eu costumo escrever artigos aqui na DIO, sobre as minhas experiências pessoais como dev Dinossauro ou para esclarecer dúvidas técnicas dos iniciantes em algoritmos, estruturas de dados ou desafios de código. Eu descobri esse gosto por escrever artigos aqui na DIO, pois nunca os tinha escrito antes, em nenhuma outra plataforma.
O objetivo deste artigo foi discutir respostas (ou nuances) para as questões que sempre rondam a nossa mente sobre escrever artigos para a DIO (ou outro lugar).
Por que escrever artigos? O que se ganha com isso? Qual o retorno esperado da comunidade?
Foi mostrado que cada um deve ter a sua própria motivação, mas a expectativa por retorno material ou de fama não é a melhor forma de se motivar para a escrita de um artigo, os possíveis ganhos são consequências, não motivações.
Da mesma forma, ao se criar expectativas irreais para o retorno da comunidade sobre o seu artigo, você pode acabar se frustrando, pois como o interesse da comunidade é orgânico, seu artigo pode fazer um grande sucesso ou então, não gerar nenhum engajamento. E isso independe da relevância do tema ou da qualidade do conteúdo.
Se eu pudesse resumir o conteúdo todo em um recado a todos, diria que aproveite o espaço dado, se permita aproveitar a experiência, mesmo que ela mostre sua imperfeição, seus defeitos, no meio das suas qualidades. Não deixe de se jogar na tarefa, aprenda com ela e aproveite o momento.
Para os seus próximos artigos, aprenda com seus erros, vá se preparando, e os próximos serão melhores que os primeiros. Não é assim o processo de desenvolvimento de software? Pois é!
Alguns vão gostar, outros não, e muitos nem vão ler seu artigo.
E daí? Está tudo bem assim! É assim que funciona na vida real!
Obrigado por ler até aqui, até o próximo artigo!
7 – Fontes de consulta
Este artigo foi escrito baseado nas minhas próprias experiências, portanto, não há fontes de consultas.
8 – Outros artigos sobre o mesmo assunto
O artigo listado é uma versão escrita de uma apresentação que eu fiz para a primeira Community Week da DIO, em junho de 2022 e também trata da escrita de artigos para a plataforma. Recomendo a leitura, bem como uma visita aos vídeos das palestras das 2 Community Weeks que a DIO promoveu no ano passado, com links abaixo.
Como a escrita me ajuda a ser um DEV melhor (palestra na Community Week)
https://web.dio.me/articles/minha-paletra-na-community-week-como-a-escrita-me-ajuda-a-ser-um-dev-melhor?back=%2Farticles&page=1&order=oldest
Escrito por: Fernando Araujo
Como a escrita me ajuda a ser um DEV melhor (vídeo da Community Week)
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=oUEDZHOoMf8>
A evolução das linguagens de programação (vídeo da Community Week CW22)
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ai3gVk4mIMM>