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Rodrigo Brito
Rodrigo Brito22/09/2023 01:02
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O que é um Rodrigo?

    Sempre fui uma pessoa muito inquieta e curiosa. Adoro aprender coisas novas, explorar, ter a sensação de estar conquistando algo. Ao longo da minha vida me envolvi intensamente em diversas áreas: Música e produção musical, adestramento de cães, micro-empreendedorismo, aviação privada, esportes e desempenho esportivo e algumas outras coisas que não foram tão intensas assim.

    Estudar, investigar e desenvolver habilidades em todas essas coisas era algo que me preenchia, ocupava meu tempo e me dava um ânimo absurdo, até que...

    ...A síndrome do impostor

    O tempo foi passando e percebi que, apesar de dedicar muito tempo e esforço nas coisas que eu me interessava, eu não me tornava um especialista em nada. Eu sempre 'abandonava' aquele meu interesse, guardava ele na gaveta com carinho e começava algo novo. Quando percebi este padrão, resolvi investigar. Nessa investigação, descobri através de um artigo que sou um GYPSY (Gen Y Protagonist & Special Yuppies).

    A história da Lucy

    GYPSY¹ é um termo criado por Tim Urban em que ele se refere à geração nascida entre o final da década de 70 e a metade de 90. Em seu artigo, Tim descreve Lucy (a personagem da narrativa) como uma pessoa infeliz, devido a realidade se mostrar pior do que suas expectativas.

    Tim explica que os pais de Lucy nasceram na década de 50, são 'Baby Boomers', isso significa que os avós de Lucy cresceram na época da Grande Depressão, que foi considerada a mais grave crise econômica mundial do século 20², que fez com que eles fossem obcecados por estabilidade econômica e criaram seus filhos (os pais de Lucy) para construírem carreiras seguras e estáveis, para que os pais de Lucy tivessem uma vida mais confortável. Aprenderam que podiam alcançar o sucesso com anos de trabalho duro e esforço.

    Como a economia melhorou e trouxe grandes resultados para os esforços dos pais de Lucy, que acabaram por criar Lucy com muito otimismo e lhes ensinaram que Lucy poderia ser o que quisesse, induzindo assim uma identidade de protagonista especial no subconsciente de Lucy.

    Lucy queria agora um sucesso ainda maior que o de seus pais, se tornou extremamente ambiciosa e criou sua própria definição de sucesso, seu sonho pessoal. Baby Boomers do mundo inteiro criaram Lucys, a palavra 'estabilidade profissional' foi substituída por 'realização profissional'. E qual é o problema com tudo isso?

    GYPSYS deliram

    Todos os GYPSYS, não só Lucy, se sentem especiais, prodígios, merecedores de algo maior. Porém, como todos podem ser melhores, especiais, se essa é uma qualidade só de alguns (pela própria definição da palavra)? Este é o primeiro delírio.

    O segundo delírio ocorre quando Lucy entra no mercado de trabalho. Enquanto os pais de Lucy acreditavam que muitos anos de trabalho duro poderiam levar a uma guinada positiva e suas carreiras, Lucy considera que uma boa carreira é dada para alguém tão especial como ela. Que é apenas uma questão de tempo e de escolha de qual caminho seguir.

    O terceiro delírio vem de um estudo de Paul Harvey³, professor expert em GYPSYS, onde ele conclui que a geração Y tem "expectativas fora da realidade e uma grande resistência em aceitar críticas negativas" e, essas expectativas não alcançadas acabam por gerar frustrações, ainda mais em uma época de tormento digital, onde Lucy e outros GYPSYS acompanham pessoas no Facebook, Instagram e outras redes sociais.

    As redes sociais criam um mundo ainda mais irreal para Lucy, onde tudo o que todos fazem é público, a maioria das pessoas apresentam uma versão maior e melhor de si mesmas e as pessoas que mais expõem suas carreiras e seus relacionamentos, são as que estão indo melhor, enquanto outras pessoas menos 'realizadas' tendem a não divulgar suas situações. Isso gera um peso em Lucy, onde ela se sente errada, fracassada, como se todos estivessem indo realmente bem e ela não, o que só aumenta seu tormento.

    Por mais que Lucy esteja indo bem em algo, na sua carreira, nos seus estudos, nos seus relacionamentos, Lucy se sente frustrada e desapontada.

    Rodrigo

    Foi um pouco difícil aceitar que, na verdade eu não estava apenas adquirindo novos conhecimentos, eu também estava desistindo. Eu queria que minha rápida evolução e meu alto investimento inicial me trouxessem o sucesso. Eu dizia para mim mesmo e aos outros que eu não fazia questão do sucesso, que estava satisfeito com as coisas como estavam indo, mas até hoje eu não sei se isso era verdade.

    Após algum tempo de terapia reflexão, decidi tentar mudar. Coloquei na cabeça que deveria fazer algo de verdade, terminar uma faculdade, arrumar um emprego e evoluir de uma maneira diferente. Não focando em resultados instantâneos e biscoitos (apesar de adorar um biscoitinho, né), mas criando uma meta a longo prazo e não perde-la de vista. Como eu me sinto velho e com pressa, decidi que não iria estudar para um pré-vestibular e depois iniciar uma faculdade. Eu sequer sabia o que queria cursar na verdade. Dei uma estudada e resolvi fazer um curso tecnólogo perto da minha casa e do meu trabalho, sem muito critério (admito que foi um pouco de preguiça), entretanto, uma frase que ouvi em um vídeo do Giles McMullen⁴ ilustra muito bem a minha forma de pensar sobre cursos presenciais : 

    "The value of knowledge shouldn't depend upon where that knowledge was acquired"

    McMullen diz que 'o valor atribuído a um conhecimento não deveria depender de onde este conhecimento foi adquirido'. Eu não poderia concordar mais. Quantas vezes já não ouvimos alguém comparar um aluno de uma faculdade X com outro aluno de uma faculdade Y, sem considerar os alunos em si, mas sim os méritos de suas respectivas universidades. Infelizmente é algo ainda muito comum, mas é algo que pretendo falar mais extensivamente sobre em um próximo post. Voltando ao curso...

    Análise e desenvolvimento de sistemas

    Este era um dos cursos que eu estava interessado, pesquisei sobre e fiz alguns cursos online para saber se me identificaria ou não com o conteúdo, afinal, seriam 2 anos e meio investidos e eu não queria dar um tiro tão longe do alvo.

    A escolha foi perfeita. Entrei no curso de cabeça, com a promessa para mim mesmo de ir até o fim e trabalhar na área, tentar construir uma carreira. Nos primeiros seis meses eu ainda não sabia muito bem no que iria focar como carreira, o que eu queria e, para ser sincero, não tinha ideia de 1/10 das variedades de trabalhos que existiam dentro da área de TI. Talvez ainda não tenha.

    Sempre tive uma paixãozinha por inteligência artificial mas no fundo não sabia exatamente o que significava. Logo no segundo semestre, desenvolvi um interesse gigantesco pela linguagem Python e por Dados (apesar de não ter aproveitado bem as aulas de Banco de Dados), após uma longa pesquisa eu descobri Machine Learning e Deep Learning e percebi que é isso que eu quero para mim. E foi assim que tudo começou.

    Infelizmente a vida não é tão simples, não é mesmo? Começou uma pandemia e o meu curso foi interrompido, fui demitido, obrigado a me mudar para o interior e fiquei desempregado por anos.

    Engenharia de Software

    Pra minha sorte tinha bastante dinheiro guardado e também tive uma oportunidade muito boa de começar a estudar na Escola 42 SP, que na época estava permitindo inscrições para cursar online (porém hoje não existe mais essa possibilidade, o curso é 100% presencial), em 2023 finalmente termino este curso de Engenharia de Software pela 42, tive uma excelente oportunidade de estágio também com tecnologias das mais modernas do mercado e também ótimas experiências com desenvolvimento de jogos.

    Computer Science

    Bem no final do meu curso na escola 42, também recebi uma oferta maravilhosa: Uma bolsa integral na University of The People, cobrindo todas as taxas de crédito por 1 ano, com direito a renovação anual conforme desempenho. Uma oportunidade de estudar com pessoas do mundo inteiro, de diversas culturas, dos mais diversos idiomas. É simplesmente maravilhoso. Infelizmente, por falta de dinheiro para a burocracia inicial (tradução juramentada de documentos e outras bobeiras pequenas) neste momento não pude começar. Consegui adiar esta oportunidade até março de 2024 e espero até lá que eu consiga uma oportunidade de bancar essas despesas e dar mais este enorme passo em uma jornada que, somando toda essa história, me fez simplesmente não ter certeza de nada sobre o futuro, apenas uma:

    Será extraordinário!

    Extra:

    Conselhos para Lucy (por Tim Urban):

    1. Continue ferozmente ambiciosa.

      O mundo está borbulhando com oportunidades para pessoas ambiciosas se realizarem profissionalmente.

      O caminho pode não ser claro, mas siga alguma direção e ele se mostrará.

    2. Pare de pensar que você é especial.

      Neste momento, você não é especial. É outra pessoa inexperiente que não tem muito a oferecer ainda. Torne-se especial trabalhando duro e por muito tempo.

    3. Ignore todas as outras pessoas.

      A grama do vizinho parecer mais verde não é um conceito construído recentemente. Com o mau uso das redes sociais, a grama dos vizinhos podem parecer uma imensa campina. A verdade é que as pessoas estão tão indecisas, duvidando de si mesmas e frustradas quanto você, e se você cuidar das SUAS coisas, não terá mais razões para invejar os outros.

    Obrigado por ter lido até aqui, você é uma pessoa maravilhosa. Tenha uma ótima semana. ❤️

    ___

    Referências:

    [¹]: [Artigo sobre GYPSY]("WaitButWhy")

    [²]: [A Grande Depressão]("Wikipedia")

    [³]: [Millennials can't agree on anything]("StarTribune")

    [⁴]: [Vídeo de Giles McMullen]("Python Programmer")

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