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Vitor Campos
Vitor Campos11/04/2024 12:52
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[NÃO LEIA] À Sombra da Falta de Transparência nas vagas de emprego

    Título original: À Sombra da Falta de Transparência: A Distorção do Processo de Aquisição de Talentos

    Num cenário onde o mercado de trabalho é marcado pela competição acirrada e pela pressão financeira, os profissionais muitas vezes se veem presos entre duas perguntas que ecoam como sombras sinistras: "Qual o salário dos seus sonhos?" e a sátira corporativa de "Qual a sua pretensão salarial?" - um eco irônico da famosa pergunta das Casas Bahia, "Quer pagar quanto?".

    Ambas as indagações são, na verdade, dois lados da mesma moeda distorcida, revelando a falta de transparência que permeia o processo de Aquisição de Recursos Humanos (AHR). A primeira, uma sátira cínica da mentalidade que coloca o preço acima do valor real do trabalho, mostra uma realidade na qual os empregadores parecem mais interessados no custo do profissional do que em suas habilidades e experiências.

    A segunda pergunta, agora carregada de sarcasmo, pede ao candidato que revele suas expectativas salariais, mas na verdade, é uma armadilha disfarçada. Afinal, não é o candidato que dita o quanto a empresa está disposta a pagar, mas sim o contrário. A desigualdade de poder neste jogo é evidente, e a falta de transparência na descrição do valor da proposta de emprego perpetua essa disparidade.

    É como se o candidato, ansioso por garantir uma posição em meio a uma concorrência feroz, fosse forçado a jogar às cegas, enquanto a empresa mantém suas cartas bem guardadas na manga, escondendo atrás da cortina de fumaça o real salário que está disposta a pagar. Essa falta de clareza não apenas mina a confiança entre empregador e empregado, mas também contribui para a persistência de salários injustos e condições de trabalho desfavoráveis.

    No centro dessa problemática está a necessidade urgente de redefinir o processo de AHR. A transparência deve ser o pilar fundamental, não apenas no que diz respeito aos requisitos da função, mas também quanto à faixa salarial oferecida. Os candidatos merecem informações claras e honestas sobre o que podem esperar, permitindo-lhes tomar decisões informadas sobre seu futuro profissional.

    É hora de questionar a lógica que coloca os profissionais em uma posição de vulnerabilidade, submetidos a uma dança de ofertas e contraofertas. Em vez de perguntar sarcasticamente "Quer pagar quanto?" ou de forma irônica "Qual a sua pretensão salarial?", devemos buscar um diálogo aberto e transparente, onde o valor do trabalho e as necessidades dos profissionais sejam respeitados. Afinal, é somente através da equidade e da honestidade que podemos construir um mercado de trabalho verdadeiramente justo e sustentável.

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