Lifelong Learning: Construindo conhecimento sem se perder no processo
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Decidi começar a escrever como preparação para apresentações técnicas, para praticar como organizar melhor o que gostaria de compartilhar. Mas sobre o que escrever?
Kubernetes? É o meu foco atual de estudos.
Como otimizar configurações de Bancos de Dados Relacionais? Um assunto que já causou problemas no passado. Estar preparado para desafios futuros tornaria mais fácil superá-los. E se, durante a pesquisa para escrever, eu conseguisse evitar problemas antes mesmo deles acontecerem? Não seria fantástico?
AWS DynamoDB? Recentemente, aprendi detalhes importantes sobre modelagem de tabelas para bancos NoSQL. Por exemplo, sabia que no DynamoDB você só pode usar dois atributos para garantir unicidade: a Partition Key e a Sort Key? Se precisar de mais, a solução é criar um atributo adicional que forneça unicidade.
Outro ponto interessante: o tamanho máximo de um item ou linha no DynamoDB é de 400 KB. Saiba mais na documentação oficial.
Nem comecei a comentar sobre os serviços da AWS para ingestão de dados, um dos temas da minha última certificação, a AWS Data Engineer. Para contexto, eu trabalho construindo uma plataforma de dados.
Abrangência x Especialização
Acho que já deu para perceber onde quero chegar.
A ideia do aprendizado contínuo em tecnologia é a busca constante por novos conhecimentos, certo? Lifelong learning.
Mas isso significa abandonar organização e planejamento? Adeus ser especialista em algo?
No início, eu pensava assim, acreditando que teria mais resultados focando ao máximo no tema prioritário do momento e aceitando a distância de uma especialidade futura. Mas percebi que estava errado.
Isso entra na ideia de abrangência, o lado horizontal do famoso conceito de T-shaped professional, que sugere que é importante ter um conhecimento amplo de várias áreas, mas com uma especialização mais profunda em uma delas. Esse equilíbrio entre abrangência e especialização é questão de sobrevivência pra se manter relevante em um campo tão dinâmico quanto o da tecnologia.
Entenda melhor o conceito neste artigo da Alura.
O segredo, ao que parece, está em aprender constantemente, mas com foco. Em uma reunião de 1:1, me disseram: “Especialista é quem escolhe uma área para se especializar. Ferramentas mudam, mas os conceitos por trás delas são reaproveitáveis.” Isso me fez refletir sobre como, ao especializar-se em uma área, você cria uma base que facilita a adaptação a novas ferramentas e tecnologias.
Por exemplo, ao estudar observabilidade e monitoramento, percebo formas mais eficientes de gerar logs de uma aplicação que estou desenvolvendo. Isso me dá mais autonomia para criar alarmes e dashboards com métricas, mesmo em um cenário onde não conheço a fundo as ferramentas por SRE não ser meu foco principal.
Isso demonstra que, ao dominar conceitos chave em uma área (como SRE), o aprendizado de ferramentas específicas se torna mais leve.
Não há motivo para sentir culpa por investir tempo em algo que pode não ser o “foco principal”, porque esse conhecimento enriquece minha especialidade.
Conexão com Outras Áreas
A ideia de combinar abrangência e especialização me lembrou grandes mentes que navegaram por diferentes campos, ampliando suas áreas de conhecimento e enriquecendo sua especialidade.
Leonardo Da Vinci, por exemplo, transitava entre artes, ciências e engenharia, aplicando conceitos de uma disciplina em outra, o que impulsionava sua criatividade. Leia mais sobre como Da Vinci explorava diferentes áreas.
Outro exemplo é Lacan, considerado um dos maiores psicanalistas depois de Freud (sou suspeito ao comentar sobre Lacan, tenho um apreço especial pelo estilo dele dentre os psicanalistas).
Ele navegava por diversas áreas, mostrando que é possível ser interdisciplinar sem perder profundidade. Lacan era “Um homem que não era prisioneiro do meio ao qual pertencia.” Saiba mais sobre Lacan aqui.
Esses exemplos reforçam a ideia de que, ao combinar conhecimentos de diferentes campos, podemos abordar os desafios de maneiras inovadoras e enriquecedoras, sem sacrificar a profundidade técnica.
Conclusão
Ainda não sou especialista, e estou construindo minha abrangência. E como um profissional que não é prisioneiro do meio ao qual pertenço, me reservo a liberdade de extrair o melhor de cada oportunidade de aprendizado sem perder o foco principal, com o objetivo final de me tornar mais completo, independente da fase em que estiver.
Como você equilibra a abrangência e a especialização em sua carreira?
