Implementando sistemas Usuais

Já parou para pensar se sua aplicação é realmente fácil de usar? Será que os usuários terão o conhecimento necessário para navegar por ela sem dificuldades? Essas questões estão diretamente ligadas a um dos aspectos mais importantes do design UI/UX: a usabilidade.

A usabilidade vai muito além da aparência ou estética de um software. Ela envolve toda a experiência do usuário ao interagir com a interface. Não basta criar sistemas visualmente atraentes ou interativos se eles não forem fáceis de navegar e de aprendizado simples. Se a plataforma não proporcionar uma experiência agradável e acessível, o usuário perderá rapidamente o interesse e buscará alternativas mais eficientes.

Como posso desenvolver um sistema usual?

Existem várias abordagens para garantir que você está desenvolvendo uma ferramenta que seja realmente usual. Um método eficaz é utilizar as heurísticas de usabilidade de Nielsen como base.

• Visibilidade do Status do Sistema: Os usuários dependem de feedback visual para saber onde estão e o que está acontecendo. Portanto, é essencial que o sistema forneça informações claras e em tempo real sobre o estado atual da aplicação, auxiliando os usuários a entenderem seu contexto e a navegarem com segurança.

• Correspondência entre o sistema e o mundo real: É importante criar sistemas que se assemelhem ao mundo real, facilitando o entendimento dos usuários. Um bom exemplo disso é o e-mail, que imita o sistema de cartas tradicionais. O remetente envia uma mensagem ao destinatário e aguarda uma resposta na "caixa de entrada", tal como se espera uma correspondência física na caixa de correio. Essa familiaridade com conceitos do mundo real torna a interação mais intuitiva, já que os usuários compreendem facilmente os processos envolvidos.

• Liberdade e controle do usuário: um sistema eficaz deve permitir que os usuários tenham controle sobre suas ações e opções de escolha durante o uso. Isso significa que eles devem poder tomar decisões e, ao mesmo tempo, corrigir ou reverter ações indesejadas. Por exemplo, ao excluir um item, é fundamental oferecer a opção de desfazer essa ação, como através de um botão "Desfazer" ou movendo o item excluído para uma "Lixeira" onde possa ser recuperado.

• Consistência e padrões: é um elemento essencial para uma boa experiência do usuário. Manter uma padronização nas cores, tipografia, imagens, ícones, e nos estilos de botões e links ajuda a criar um ambiente coeso e familiar. Isso não só reforça a identidade do sistema, mas também facilita o aprendizado e a navegação, tornando mais claro para o usuário que ele está no lugar certo.

• Prevenção de erros: prevenção de erros é uma abordagem proativa fundamental para melhorar a experiência do usuário. Em vez de simplesmente lidar com erros após sua ocorrência, é mais eficaz implementar mecanismos que evitem que os usuários cometem erros em primeiro lugar. Por exemplo, caixas de confirmação ao tentar excluir um item são uma prática comum que ajuda a evitar ações acidentais. Além disso, fornecer feedback claro e imediato, validar entradas e oferecer sugestões ou correções proativas são estratégias adicionais que contribuem para uma experiência mais fluida e menos frustrante.

• Reconhecimento no lugar de memorização: reconhecimento no lugar de memorização é uma abordagem que facilita a interação do usuário com o sistema. Em vez de exigir que o usuário memorize informações ou procedimentos, é mais eficaz oferecer dicas e reconhecer padrões que auxiliem na navegação. Por exemplo, utilizar sugestões contextuais, rótulos claros e opções de autocompletar permite que o usuário identifique rapidamente o que precisa sem sobrecarregar a memória.

• Eficiência e flexibilidade de uso: o sistema deve ser projetado para ser acessível e fácil de usar para iniciantes, enquanto também oferece opções avançadas, como teclas de atalho, para usuários experientes que preferem métodos mais rápidos. Além disso, permitir que o usuário escolha entre diferentes métodos de interação, como navegação por teclado ou mouse, aumenta a acessibilidade e personaliza a experiência de acordo com as preferências individuais.

• Estética e design minimalista: O design deve ser limpo e objetivo, utilizando elementos padronizados para criar uma interface clara e eficiente. Evite a sobrecarga visual e mantenha apenas os elementos essenciais para melhorar a experiência do usuário.

• Ajuda os usuários a reconhecer, diagnosticar e recuperar seus erros: O sistema deve permitir que o usuário compreenda claramente os erros que ocorrem e forneça orientações sobre como corrigi-los. Mensagens de erro claras e instruções detalhadas são fundamentais para facilitar a resolução de problemas.



• Ajuda e documentação: O usuário deve ter acesso fácil a uma central de ajuda, incluindo uma seção de FAQ para responder às perguntas comuns. Isso oferece suporte adicional e orientações quando necessário, melhorando a experiência geral e a autossuficiência do usuário.

A aplicação das heurísticas de Nielsen é uma das várias abordagens eficazes para projetar sistemas de software que sejam usuais e fáceis de usar. Essas heurísticas oferecem diretrizes valiosas para melhorar a usabilidade, ajudando a criar interfaces que são intuitivas e eficazes. Ao integrar esses princípios no design, você pode criar experiências mais satisfatórias e funcionais para os usuários.

Referências

https://brasil.uxdesign.cc/10-heur%C3%ADsticas-de-nielsen-para-o-design-de-interface-58d782821840

https://rockcontent.com/br/blog/heuristicas-de-nielsen/