Humildade é parte inerente da resiliência

Estando nessa jornada de entrar em um novo caminho, um em que ainda haja o gosto do inexplorado, o medo do fracasso trazendo alguma adrenalina, a busca do sucesso trazendo algum sonho, ouço as preocupações de meus entrevistadores com bastante empatia: "Como você se vê em um cargo "inferior" novamente? Como lidaria com seguir instruções nessa nova área?".

Entendo a necessidade da pergunta. Vejo esse lado do mundo em que as pessoas sentem necessidade de se vender porque a competição é acirrada, onde receios e falhas não são bem acolhidos, onde a arrogância pode ser uma defesa automática para muitos, um escape do pânico de ter trocado o certo pelo duvidoso, de falhar. Essas pessoas também contam com meu abraço e compreensão, pois podemos sim falhar no novo. É, inclusive, bastante frequente. Tenho cá alguma cota cumprida nesse requisito. Houve lindas vitórias, mas certamente não foi só isso que vivi até aqui.

Eis aqui minha visão do assunto: recomeçar demanda aceitar que ainda não sabe do novo metiê, das novas pessoas, da nova cultura. Recomeçar requer muita, muita resiliência. Mais até que determinação, pois essa muitas vezes a necessidade provê. A resiliência, por sua vez, requer humildade. Porque assumir que você está começando, que praticamente zerou a contagem da sabedoria profissional por ter mudado de rumo, é o que te permite aprender o suficiente para passar novamente de fase. Nesse processo, especialmente em tempos de tudo online, poder contar com a orientação de alguém que esteja a mais tempo no seu novo setor é tudo de bom.

Fico aqui na esperança de ser não só uma excelente profissional, mas também uma excelente aprendiz, para quem a/o mestre tenha orgulho de surgir.