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Lucas Franco
Lucas Franco06/02/2025 11:48
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É Assim Que Me Disseram Que O Mundo Acaba, Nicole Perlroth, 2023

    Lançado em novembro de 2023, o livro de Nicole Perlroth, uma ex-repórter do New York Times, no qual trabalhou durante uma década na cobertura de ataques cibernéticos, nos leva a uma abordagem profunda e preocupante em relação ao cenário da segurança da informação e sobre seu futuro.

    Começando com um breve resumo sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, Nicole nos leva a algo que passou despercebido por muitos veículos de notícias no mundo todo, longe de tanques de guerra, soldados e armas de fogo, mas sim, bombas lógicas. Como a mesma cita em seu livro, algoritmos criados digitalmente foram utilizados para causar danos estruturais e morais aos habitantes da Ucrânia. "NotPetya", como foi nomeado, é reconhecido como um dos maiores ataques cibernéticos, causado pela Rússia e deixando milhares de consequências que ainda hoje são evidentes nos cidadãos de Kiev.

    O livro procura nos guiar a entender como algoritmos de computador, pessoas em seus quartos pouco iluminados utilizando a linguagem C, governos, elites globais e terroristas utilizam o poder computacional para atingir seus obscuros objetivos ou causar colapsos em países por motivação política. Nicole Perlroth passa por vários estágios a fim de sanar essa dúvida que se encontra no leitor, desde quando a Idefense iniciou suas operações em 1998, pagando para jovens programadores em troca de zero-days encontrados em softwares diversos, até órgãos secretos dos Estados Unidos ou Rússia, como a NSA ou a antiga KGB, responsáveis por desenvolver e assegurar a confidencialidade dessas armas cibernéticas.

    O livro explora o mercado sigiloso de zero-days entre hackers, pentesters, terroristas e funcionários públicos a fim de conseguir tirar alguma informação de uma determinada nação. Durante a leitura, é de certa forma nítida e ao mesmo tempo preocupante a evolução dos métodos de hackeamento e espionagem. Por exemplo, o projeto orquestrado pela NSA em meados da Guerra Fria, denominado GUNMAN, uma operação dos Estados Unidos com o objetivo de verificar como a URSS tinha acesso a informações sigilosas de seus inimigos. Logo posteriormente, é descoberto que, devido a um dispositivo anexado na lateral da máquina, era possível que espiões soviéticos tivessem acesso às informações digitadas, algo semelhante ao que chamamos de "Keylogging" nos dias atuais.

    Casos mais recentes incluem as usinas de Natanz no Irã, que foram destruídas pelo malware STUXNET, um exploit que possuía sete zero-days, dos quais seis eram de sistemas da Microsoft e um de um software alemão usado para controle de sistemas industriais. Alguns acreditam que o STUXNET foi o primeiro objeto criado digitalmente a ter consequências no mundo real, atrasando o progresso de uma nação. Alguns consideram que o exploit usado é uma obscura e complexa obra de arte, devido à alta engenharia aplicada em sua programação. Outros tentam achar os culpados, os criadores, mas até então, possuímos dúvidas: Estados Unidos? Rússia? Israel? Atualmente, seguem-se apenas boatos nunca confirmados.

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    Comentários (4)
    Lucas Franco
    Lucas Franco - 07/02/2025 16:08

    Respondendo o comentário da Dio Community, acredito que uma das variantes mais preocupantes desse cenário é o fato de como os seres humanos estão incluídos nesse cenário, muita das vezes sem dar conta, o aumento do IOT fez com que o ser humano ficasse mais próximo a maquina em um período de tempo muito curto (chips da neuralink, por exemplo ou até mesmo os carros autônomos da Tesla), por se tratarem de softwares, me gera uma preocupação em relação a segurança e possíveis vulnerabilidades dos mesmos.

    Lilian Rodrigues
    Lilian Rodrigues - 06/02/2025 21:49

    Olá Lucas!

    Uau, que resenha incrível!

    É impressionante (e um pouco assustador) pensar que a guerra cibernética já faz parte da realidade.

    Esse livro parece ser uma leitura obrigatória para quem quer entender os bastidores do ciberespaço.😊

    DIO Community
    DIO Community - 06/02/2025 15:38

    Que análise fascinante sobre essa super obra da Nicole Perlroth! O livro traz uma abordagem extremamente preocupante e realista sobre o papel das armas cibernéticas na geopolítica moderna, mostrando como governos, hackers e corporações lidam com vulnerabilidades e exploits como ferramentas de ataque e defesa.

    O caso do NotPetya e os impactos devastadores dos ataques cibernéticos na Ucrânia ilustram como as bombas lógicas substituíram as armas tradicionais em guerras silenciosas, capazes de paralisar infraestruturas inteiras. O relato sobre a exploração de zero-days, tanto por hackers mercenários quanto por agências governamentais, revela um mercado obscuro onde falhas de segurança são tratadas como commodities valiosas.

    O capítulo sobre o STUXNET, por exemplo, mostra como malwares altamente sofisticados podem ultrapassar o mundo digital e impactar diretamente o cenário político e militar, algo que antes parecia ficção científica. Esse tipo de ataque reforça o papel crítico da cibersegurança, não apenas para empresas e indivíduos, mas também para a estabilidade global.

    Com o avanço da tecnologia e a crescente dependência digital, a questão permanece: estamos preparados para a próxima geração de armas cibernéticas? O que mais te chamou a atenção nessa leitura e qual sua visão sobre os riscos futuros da guerra digital?

    GR

    Gustavo Rodolfo - 06/02/2025 11:51

    é isso ai


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