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Emilly Azevedo
Emilly Azevedo10/04/2025 11:35
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Microsoft Certification Challenge #3 DP-100Recomendados para vocêMicrosoft Certification Challenge #3 DP-100

Do Caos à Ordem: Boas Práticas de Organização em Repositórios GIT

  • #Git

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🚀 Boas Práticas de Organização em Repositórios GIT: Introdução

Pense na cena: você acessa um repositório e se depara com arquivos espalhados, pastas com nomes sem sentido como "novo1", mensagens de commit do tipo "versão final agora vai" e um histórico que parece mais um rascunho bagunçado do programador. Se essa situação lhe parece familiar, pode relaxar... você não está sozinho nessa jornada. O Git é uma ferramenta incrível — praticamente obrigatória — para o trabalho de qualquer equipe de programação. Ele nos ajuda a controlar as versões do código, trabalhar em conjunto e acompanhar cada modificação feita no projeto. No entanto, como qualquer ferramenta, se não for utilizada de maneira correta, pode se transformar em um problema silencioso que atrapalha a produtividade, eleva o risco de falhas e, sejamos sinceros, transmite uma impressão amadora do seu projeto.

Neste texto, vamos direto ao ponto: quais são as práticas recomendadas para ter um repositório Git organizado, bem estruturado e com padrões profissionais. Sem teorias complicadas — aqui você vai encontrar exemplos concretos, listas de verificação úteis, comparações com situações reais e dicas que você já pode colocar em prática no seu repositório.

Se você é um dev solo que busca aprimorar seus projetos pessoais ou faz parte de uma equipe que precisa padronizar os processos de versionamento, este material é perfeito para você.

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🗂️ A Importância da Organização em Repositórios Git

Antes de entrar nas melhores práticas, é essencial entender que a organização de um repositório Git é muito mais do que uma simples questão de estética. Trata-se de escalabilidade, clareza e profissionalismo.

Um repositório que é bem organizado auxilia na integração de novos desenvolvedores, agiliza as revisões de código, facilita o rastreamento de erros e padroniza a maneira como a equipe atua. Por outro lado, um repositório bagunçado pode resultar em horas de retrabalho, confusões em merges, implantações com falhas e aquela sensação de que ninguém realmente tem clareza do que está acontecendo.

Vamos identificar alguns sinais comuns de desorganização:

- Commits com mensagens vagas ou confusas como “ajustes finais”, “bug corrigido” ou “versão nova”.

- README desatualizado ou ausente.

- Histórico de commits difícil de entender ou seguir.

- Arquivos sensíveis ou desnecessários versionados (como .env, node_modules, ou __pycache__).

- Branches criadas sem padrão, tipo novabranch, testeEmilly, 123123.

Tudo isso dificulta o trabalho em equipe e prejudica a segurança no código. Pense em um grupo sob forte pressão de tempo, tendo que lidar com um histórico de commits confuso, sem clareza sobre o que mudou e por que mudou. Consequência: escolhas equivocadas, queda na eficiência e, pior ainda, falhas no sistema em uso.

Organizar é prever problemas antes que eles apareçam.

A boa notícia é que não precisa ser um expert em Git para começar a dar um jeito nos seus repositórios. Com algumas ações fáceis e regulares, a confusão se transforma em clareza. E é exatamente isso que vamos descobrir nos próximos itens — como mudar um repositório comum em um verdadeiro espaço de criação profissional.

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🧠 Estrutura de Diretórios: Organização é a Base

Caso o Git seja o alicerce central de um projeto, a maneira como as pastas são organizadas é como o esqueleto que dá forma a tudo. Uma organização eficaz de pastas e arquivos não somente torna mais fácil encontrar as coisas, mas também mostra um nível de experiência e faz com que o projeto seja mais fácil de entender, tanto para você no futuro quanto para qualquer novo membro da equipe.

Qual a importância disso?

Quando você abre um projeto, a primeira impressão já conta muito. Um repositório bem estruturado, com pastas fáceis de entender (como src, tests, docs), ajuda a saber onde cada coisa está, o que é fundamental, o que não precisa ser olhado e como o projeto foi planejado. Isso economiza tempo de estudo e evita problemas, como alterar um arquivo incorreto ou criar funções já existentes por falta de clareza.

Exemplo prático: estrutura para um projeto Node.js + React

📦 projeto-raiz/
├── 📁 src/                  # Código-fonte principal
│   ├── 📁 components/       # Componentes reutilizáveis (React)
│   ├── 📁 pages/            # Páginas principais
│   ├── 📁 services/         # Requisições externas (API, Firebase, etc)
│   ├── 📁 utils/            # Funções utilitárias
│   └── 📄 index.js          # Arquivo principal
│
├── 📁 public/               # Recursos estáticos (imagens, favicon, etc)
├── 📁 tests/                # Testes automatizados
├── 📄 .gitignore            # Arquivos a serem ignorados pelo Git
├── 📄 README.md             # Descrição do projeto
├── 📄 package.json          # Dependências e scripts
└── 📄 tsconfig.json         # (se usar TypeScript)


O que está acontecendo aqui?

Essa estrutura separa o projeto em áreas claras e funcionais, facilitando a leitura e manutenção:

src/: Onde vive o código principal.

Dentro dele:

components/: componentes reutilizáveis (ex: botões, inputs);

pages/: telas ou páginas da aplicação;

services/: integrações com APIs e serviços externos;

utils/: funções utilitárias reutilizáveis.

public/: arquivos estáticos, como imagens e favicon, que não passam por compilação.

tests/: testes automatizados separados para facilitar a organização e cobertura.

Arquivos na raiz:

.gitignore: evita versionar arquivos desnecessários ou sensíveis;

README.md: explica o projeto para qualquer pessoa que acessar;

package.json, tsconfig.json: arquivos de configuração do projeto e suas dependências.

Por que essa estrutura funciona?

Escalável: conforme o projeto cresce, a organização se mantém.

Intuitiva: qualquer dev com experiência básica entende onde procurar o que precisa.

Colaborativa: facilita pull requests, code review e onboarding de novos membros.

Essa arquitetura é flexível e pode ser ajustada conforme o stack (por exemplo, projetos em Python, Java ou mobile terão variações), mas a lógica de separar responsabilidades e manter clareza no propósito de cada pasta se mantém universal.

Outras estruturas por tipo de projeto

Tipo de Projeto	                  Estrutura Recomendada
API REST (Node/Express)	          src/routes/, src/controllers/, src/models/, src/middlewares/
Aplicativo mobile	              src/screens/, src/components/, src/assets/
Biblioteca/SDK	                  lib/, examples/, tests/, docs/

E o que evitar?

-Deixar tudo solto na raiz.

-Pastas sem padrão de nomeação (ex: novasCoisas, tela_final_OK).

-Misturar arquivos de configuração, testes, código-fonte e arquivos estáticos sem distinção.

Ter um projeto bem estruturado é essencial para um Git organizado e bom. É como organizar a casa antes de alguém chegar: tudo fica fácil, útil e bom de usar.

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💡Nomeação de Branches: Clareza e Padrão Valem Ouro

Pense num repositório onde os branches se chamam "tentativa-215", "ajuste-final-2", "bugzinho", "coisa-nova-do-fulano". Um caos, não é? Exato. Dar nomes organizados aos branches é crucial para a colaboração, o rastreamento e a automação num projeto versionado com Git.

 Qual a razão para padronizar?

-Torna mais fácil entender o histórico e como o trabalho flui.

-Aumenta a clareza do processo para todos na equipe.

-Ajuda ferramentas de CI/CD (como GitHub Actions) a entenderem a função do branch facilmente.

-Reduz a confusão e o retrabalho em projetos com muitos membros.

Melhores práticas para nomear

A principal dica é: nomeie o seu branch conforme a tarefa que ele representa. E, se possível, use um padrão simples e que possa ser repetido. Veja alguns exemplos:

Tipo de Branch	             Padrão sugerido             	  Exemplo
Nova funcionalidade    	feature/nome-da-feature  	     feature/login-social
Correção de bug	          fix/descricao-do-bug	        fix/carregamento-lento
Refatoração	             refactor/nome-da-parte	       refactor/formulario-cadastro
Testes	                 test/descricao-dos-testes	    test/api-endpoint-user
Documentação         	   docs/descrição                docs/readme-inicial


 Dicas rápidas para nomear branches 

-Use kebab-case (palavras separadas por hífen) ou snake_case (com underline), mas mantenha o padrão em todo o projeto.

-Seja descritivo, mas direto — o nome deve deixar claro o que está sendo feito.

-Evite nomes genéricos como atualizacao, mudanca, novidade, final, etc.

-Se houver sistema de tarefas (como Jira, Trello ou Asana), inclua o ID da tarefa no início:

Ex: feature/123-cadastro-cliente

 Alinhamento com o Time

Não adianta ter um bom padrão se a equipe não estiver alinhada. Por isso, é fundamental:

-Explicar o padrão num arquivo CONTRIBUTING.md ou no README do projeto, mostrando claramente como os branches devem ser nomeados;

-Discutir e revisar entre a equipe, assegurando que todos usam o mesmo modelo nas pull requests;

-Se possível, automatizar a verificação com ferramentas de CI ou hooks do Git para fortalecer o padrão;

-Ter uma comunicação clara e aberta, adaptando o processo à medida que o projeto avança. 

Quando todos seguem a mesma lógica, o fluxo de trabalho torna-se mais simples, organizado e profissional.

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🗒️ Commits com Propósito: Mensagens que Contam Histórias

No Git, os commits são mais do que simples anotações de modificações; são fragmentos que compõem a trajetória do projeto, onde cada mensagem de commit atua como um segmento narrativo. Quando redigidos de forma inadequada, esses segmentos transformam-se em uma confusão de "arrumei aqui", "bug kkk" e "teste final 3".

Consegue imaginar tentar decifrar esse projeto meses depois? Um verdadeiro caos, certo?

Como escrever boas mensagens de commit?

php-template

<tipo>: <mensagem curta no imperativo>
<corpo opcional explicando mais detalhes>

Exemplos práticos

feat: adiciona botão de login com Google
fix: corrige erro ao carregar a página inicial no Safari
docs: atualiza README com instruções de setup
refactor: simplifica lógica de verificação de sessão
test: adiciona testes para o componente de formulário

 Ferramentas que ajudam

-Commitizen: conduz o usuário na elaboração de commits que aderem a práticas recomendadas, por meio de um passo a passo intuitivo.

-Husky + lint-commit-msg: automatiza a verificação das mensagens antes do envio, assegurando a qualidade.

-Conventional Commits: um modelo amplamente adotado em projetos extensos ou que empregam automações de changelog e versionamento semântico.

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🪪 README.md e Documentação: O Cartão de Visita do seu Repositório

Imagine que o Git é como um espaço de trabalho real. Nesse caso, o arquivo README.md seria o aviso logo na entrada, que diz algo como:

"Olá! Encontre aqui tudo o que é essencial para começar a usar este espaço."

No entanto, muitos projetos são como lugares sem indicação nenhuma – complicados, sem explicações e com quase nada que ajude quem chega. O resultado? Projetos que são um desafio para entender, colaborar ou mesmo simplesmente usar.

Mas, afinal, o que o README faz?

O README.md é o primeiro lugar que as pessoas olham num projeto. Ele serve para guiar programadores, quem ajuda no projeto, clientes e até quem está contratando. Ele precisa responder, de forma simples e direta:

-Sobre o que é este projeto?

-Como faço para instalar e rodar no meu computador?

-Que programas ou bibliotecas eu preciso ter?

-Como posso ajudar no projeto?

-Que tipos de comandos posso usar?

-Quem criou o projeto e como falo com essa pessoa?

Estrutura sugerida para um README de respeito:

Abaixo, uma estrutura prática, direta e que pode ser facilmente adaptada a qualquer stack ou tamanho de projeto:

Nome do Projeto

Uma descrição breve e objetiva do que o projeto faz, qual problema resolve e por que ele existe.

# MyProject


Um gerenciador de tarefas simples e intuitivo para organizar seu dia com produtividade.

Tecnologias Utilizadas

Liste as principais ferramentas e frameworks usados no projeto. Isso ajuda outros devs a entenderem rapidamente o stack.

#Tecnologias


- React.js
- Node.js
- MongoDB
- Express

Como Rodar o Projeto Localmente

Deixe claro o passo a passo para qualquer pessoa conseguir rodar seu projeto na máquina dela. Sem mistério!

# Clone o repositório
git clone https://github.com/seu-usuario/projeto.git


# Acesse a pasta do projeto
cd projeto


# Instale as dependências
npm install


# Inicie a aplicação
npm run dev


Como Contribuir

Mostre que seu projeto é aberto a colaborações. Dê o caminho:

# Faça um fork do repositório


# Crie uma branch para sua feature
git checkout -b feature/nome-da-feature


# Faça suas alterações e commit
git commit -m 'feat: descrição da nova feature'


# Envie a branch
git push origin feature/nome-da-feature

Licença

Informe qual licença o projeto adota. Isso demonstra transparência e responsabilidade legal.

Este projeto está licenciado sob a licença MIT. Veja o arquivo LICENSE para mais detalhes.

Além do README: Documentação Profissional

Se quiser ir além e mostrar maturidade no seu projeto, adicione arquivos complementares:

CONTRIBUTING.md – Explica como contribuir, seguindo boas práticas.

CHANGELOG.md – Registra o histórico de versões e mudanças.

LICENSE – Define os direitos e permissões de uso.

CODE_OF_CONDUCT.md – Um código de conduta ajuda a manter um ambiente saudável em projetos colaborativos.

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🔐 .gitignore: Protegendo Seu Repositório

Em um projeto Git, nem tudo que você tem na sua pasta precisa (ou deveria) ser enviado para o repositório. Pensa só na confusão que seria mandar senhas, configurações específicas da sua máquina, o cache das dependências ou aqueles arquivos temporários para o GitHub! É aí que entra o .gitignore, como um guardião invisível que organiza o versionamento e protege tanto a estrutura do projeto quanto a sua imagem como desenvolvedor.

Mas, afinal, o que é o .gitignore?

O .gitignore é um simples arquivo de texto que diz ao Git quais arquivos ou pastas ele deve ignorar na hora de versionar. Em outras palavras, mesmo que esses arquivos estejam aí no seu computador, o Git vai agir como se eles não existissem – bem fácil de entender.

E por que isso é importante?

-Ele impede que arquivos confidenciais, como o .env com senhas e tokens, sejam versionados.

-Evita o envio de arquivos grandes ou que não fazem diferença, como as pastas node_modules/, dist/ ou venv/.

-Deixa o repositório organizado, leve e fácil de entender para outros desenvolvedores.

Exemplos Práticos

Vamos imaginar um projeto em Node.js. O que deveria ser ignorado?

gitignore


# Ignora a pasta com dependências
node_modules/


# Ignora arquivos de build
dist/


# Arquivos de ambiente
.env


# Logs e caches
*.log
.cache/

Agora um exemplo em Python:

gitignore



# Ambientes virtuais
venv/
__pycache__/


# Configurações locais
*.env
*.pyc


# IDEs
.vscode/
.idea/

Dicas para usar o .gitignore

-Aproveite os modelos .gitignore do GitHub: O GitHub oferece exemplos já preparados para diversas linguagens e estruturas de projeto.

-Defina no começo: O .gitignore deve ser criado logo no início do projeto. Ignorar algo depois que já foi versionado é bem mais trabalhoso

-Deixe-o simples e objetivo: Não exagere. Ignore apenas o que for necessário.

📌 E se eu esquecer de ignorar?

Calma! Caso você tenha adicionado arquivos que deveriam ter sido ignorados depois do commit, dá pra remover com os comandos abaixo:

# Remove os arquivos já versionados
git rm -r --cached nome-do-arquivo-ou-pasta


# Faz o commit da alteração
git commit -m "removendo arquivos desnecessários"


# Atualiza o repositório remoto
git push

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📈 Considerações Finais

Manter um repositório Git organizado vai muito além da aparência ou formalidade. Representa, de fato, um investimento na transparência, na cooperação e na longevidade do projeto. Na ausência de um padrão, cada novo colaborador despende um tempo considerável tentando decifrar a estrutura do projeto. E tempo, como bem sabemos, é um dos recursos mais preciosos no universo do desenvolvimento de software.

Neste artigo, examinamos práticas que servem como alicerces fundamentais da organização de um repositório: desde a criação de uma hierarquia de diretórios coerente, a uniformização dos nomes de branches e a escrita de mensagens de commit descritivas, até a atenção aos arquivos que não devem ser versionados e o cuidado com a documentação clara. São medidas simples, porém de grande relevância — que, quando aplicadas de forma consistente, revolucionam a dinâmica do trabalho em equipe e a manutenção do código a longo prazo.

Em essência, um repositório bem estruturado comunica-se por si só. Ele demonstra competência técnica, consideração pelo trabalho em conjunto e uma visão focada no desenvolvimento contínuo do projeto. E isso, em um mundo onde equipes são distribuídas, onde projetos são abertos e onde a colaboração é constante, faz toda a diferença.

Referências:

o que é gitignore e como adiciona-lo ao seu repositório - freeCodeCamp

como usar o .gitignore - DataCamp

o que é README e porque é tão importante - Blog rocketseat

como usar um git Branch - Hostinger tutoriais

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Comentários (1)
Angélia Assis
Angélia Assis - 16/04/2025 12:38

Muito bom o artigo, Emilly! Bem explicadinho, objetivo e com os exemplos para ajudar. Salvei aqui para consultar depois, obrigada!

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