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Ricardo Trevisan
Ricardo Trevisan13/01/2025 10:10
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Diferença entre CDE e repositório de arquivos [GA]

    Nossa forma tradicional de trabalhar em ambiente digital não era completamente integrada em termos de dados e informações, e a base do trabalho era sempre o arquivo de computador. A partir da ampla difusão da internet passamos a compartilhar ou armazenar esses arquivos em servidores remotos que disponibilizavam pastas de acesso coletivo, onde trocávamos arquivos entre diferentes profissionais e empresas. Este tipo de pasta de simples armazenamento e troca de arquivos é o repositório de arquivos simples, tais como o Dropbox, Google Drive e Autodesk Docs.

    Mas a forma de trabalhar mudou. Com o BIM, é necessária a existência de um ambiente virtual onde diferentes pessoas envolvidas com o projeto possam trabalhar de forma colaborativa e sobre um mesmo modelo. Para essa necessidade, o repositório de arquivos é insuficiente. Surgiu assim o conceito de Ambiente Comum de Dados (CDE), designando espaços virtuais que organizam, gerenciam e compartilham dados e informações de um projeto em contexto BIM (Building Information Modeling).

    O CDE é uma plataforma colaborativa centralizada, preparada para gerenciar fluxos de trabalho e de informações, além de compartilhar informações e documentos entre todos os envolvidos no projeto. Portanto, vai além do armazenamento de arquivos, inclui ferramentas de controle de versões, rastreabilidade, validação de dados, fluxos de trabalho (workflows), e a colaboração em tempo real por meio da interoperabilidade. O foco do CDE é a gestão de informações ao longo de todo o ciclo de vida do ativo, da concepção à operação e manutenção (O&M), podendo incluir até a devolução dos recursos utilizados à natureza. Essas ferramentas quase nunca existem em repositórios de arquivos simples.

    As soluções tecnológicas de CDE também mantêm controles rigorosos de versões dos projetos. A cada nova alteração no modelo, o sistema do CDE registra a nova versão e mantém as anteriores para referência. Além disso, preserva um histórico completo de alterações, facilitando a rastreabilidade de revisões e tomadas de decisão ao longo do tempo. O controle de privilégios de quem pode visualizar, editar, revisar e aprovar arquivos é integrado ao fluxo de trabalho gerenciado pelo CDE.

    Ferramentas para gerenciamento de fluxos de trabalho organizam a colaboração entre profissionais e equipes de diferentes agentes e partes interessadas no projeto. O CDE permite configurar processos para submissão, discussão, revisão e aprovação de documentos de forma estruturada, garantindo que apenas informações aprovadas sejam utilizadas. Diferentes níveis de acesso para visualização, edição e aprovação permitem que as equipes trabalhem de maneira transparente. Para isso se usa, por exemplo, o padrão BCF (BIM Collaboration Format). É totalmente diferente de se trabalhar com repositórios simples, os quais geralmente não possuem integração com workflows, gerando rotinas mais desorganizadas, limitadas ao compartilhamento de arquivos e pastas, sem fluxos definidos de submissão, revisão e aprovação.

    O CDE é criado especificamente para apoiar o ecossistema BIM e trabalhar com arquivos e padrões IFC (buildingSMART). Oferece recursos para gerenciar modelos tridimensionais e permite a visualização, verificação e validação de modelos sem a necessidade de ferramentas externas. Um CDE pode combinar várias versões de um modelo para coordenar disciplinas diferentes, como arquitetura, estrutura, instalações etc., de forma compatível com o padrão ISO 19650.

    Por fim, o CDE é desenvolvido com segurança robusta e mecanismos de controle de acesso granular, permitindo que as informações sejam gerenciadas de acordo com as necessidades de diferentes partes interessadas (stakeholders). A governança da informação é elemento estrutural do CDE, e busca garantir conformidade com padrões, regulamentos e políticas de segurança.

    [GA] Esta marca sinaliza texto sobre Gestão Arquitetônica.

    Leia mais no blog ricardotrevisan.com

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