Devemos temer a Inteligência Artificial?

Introdução:

O cérebro artificial tenta imitar o cérebro biológico. É imitar um cérebro humano que começa na sua simplicidade como ao cérebro de um bebê e vai evoluindo, porém em menos tempo, atingindo um nível complexo, similar à de um ser humano adulto. Se relembrarmos as fases históricas pelas quais os seres humanos passaram, poderemos nos surpreender como evoluímos ao longo dos séculos. Como os conhecimentos foram adquiridos e como o nível de tecnologia chegou até onde conhecemos sendo que nos primórdios o primeiro feito tecnológico foi o domínio do fogo pelo homem paleolítico. Entretanto, é possível ficar mais surpreso ainda com a chegada da inteligência artificial e de como ela impacta a sociedade.

A história da inteligência artificial (IA) remonta à década de 1950. Ao longo dos anos, a IA se tornou mais complexa e agora abrange várias subáreas, algumas podemos citar:

· Machine Learning: Focado no aprendizado da máquina. É alimentado por dados e através deles é possível aprender, reconhecer padrões e tomar decisões conforme vai adquirindo conhecimento.

· Visão Computacional: É focado no aprendizado através de imagens. É o sistema que funciona como a visão humana, que é capaz de reconhecer e diferenciar as informações externas através da visão. Um exemplo muito comum de sua utilidade é o reconhecimento facial, muito usado em sistemas de segurança.

· Processamento de Linguagem Natural (PLN): É uma área que possibilita a comunicação entre humanos e máquinas, ou seja, é fazer com que o sistema entenda a linguagem humana independentemente do idioma utilizado, mais do que isso, é compreender o que o outro lado precisa, está solicitando. Muitas empresas, hoje em dia, utilizam essa tecnologia em seus atendimentos através dos chatbots. O intuito é oferecer um atendimento rápido e eficiente.

· Robótica: A robótica é a ciência que estuda sistemas automatizados, não somente seu software, mas seu hardware. É como se unirmos as tecnologias anteriormente citadas e inserirmos em um corpo mecânico.

A aplicação da Inteligência Artificial:

A aplicabilidade da inteligência artificial tem visto um crescimento exponencial em diversos setores do conhecimento humano:

No setor da Educação: A inteligência artificial pode auxiliar os professores a personalizar conteúdos que atendam às necessidades dos alunos. Um sistema de aulas pode identificar as dificuldades de cada aluno, desenvolvendo uma trilha adaptável e didática para que dúvidas sejam supridas. As aulas acabam se tornando mais dinâmicas e com o uso de chatbots, o aluno poderá ter suas lições corrigidas. Este cenário pode adaptar as funções do professor, que gerenciará o aprendizado como um todo através de feedbacks de desempenho do aluno, que irá precisar de um acompanhamento mais humanizado.

Estevam, Paloma. Inteligência artificial na educação: entenda quais os impactos e benefícios. Rubeus, 2023. Disponível em: https://rubeus.com.br/blog/inteligencia-artificial-na-educacao/. Acesso em: 16 de maio de 2023.

· No setor da Saúde: Sistemas que auxiliam diagnósticos médicos, monitoramento de pacientes, análise de imagens e procedimentos cirúrgicos de precisão.

No entanto, com esses avanços surgem preocupações e a necessidade de cuidados para garantir a implementação responsável e ética das tecnologias de IA.

O estímulo do surgimento da Inteligência Artificial:

As redes neurais, inspiradas no cérebro humano, servem como base de estudos para as capacidades de aprendizagem da IA, porém é difícil compreender o funcionamento do cérebro humano e traduzi-lo de maneira a aplicar na IA, por isso que o funcionamento do cérebro artificial é diferente, a maneira de trazer resultados semelhantes à de um humano é através de cálculos matemáticos. Essa capacidade de aprender e se adaptar levou a um progresso em vários conhecimentos, aumentando a eficiência e impulsionando a inovação.

Embora as capacidades da IA possam levantar preocupações sobre desempregos em massa, é importante reconhecer que os avanços tecnológicos levaram ao surgimento de novos empregos. O mundo se adaptou e evoluiu junto com a tecnologia.

No entanto, o ritmo acelerado da inovação apresenta desafios, deixando pouco tempo para as pessoas se capacitarem enquanto a IA continua a aprender e se tornar mais capaz em menos tempo. No entanto, a decisão de substituir trabalhadores humanos por máquinas depende de uma análise de custo-benefício e, em muitos casos, pode não ser vantajoso fazê-lo.

Inteligência Ltda.Inteligência Artificial: Álvaro Dias, Cavallini e Martha Gabriel. Podcast #792.Youtube. Disponível em: < (1) INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: ÁLVARO DIAS, CAVALLINI E MARTHA GABRIEL - Inteligência Ltda. Podcast #792 - YouTube> Acesso em : 15 de maio de 2023.

A internet das coisas e a inteligência artificial:

Nossa vida não é mais analógica. Muitos objetos que nos rodeiam já possuem “vida digital”. Estamos conectados na maior rede do mundo através de diversos dispositivos. Temos acesso às informações constantemente. Os softwares estão implantados nas diversas coisas do mundo:

• Carros: Existem veículos autônomos que se conectam ao smartphone, como também possui um sistema inteligente, capaz de identificar qual melhor trajeto a percorrer e quais obstáculos podem ser encontrados. Esse é um bom exemplo da união entre o IoT e a IA. O carro possui sensores que captam informações externas que são direcionadas à inteligência artificial, que tem como papel o processamento de dados e a tomada de decisão. Porém, é importante frisar que essa realidade de carros autônomos ainda está no campo do experimento, testes estão sendo realizados, e ainda é difícil ainda inserir no mundo real, porque ainda não é possível garantir de que nenhum acidente acontecerá.

• Relógios: Hoje em dia, é comum a utilização de relógios inteligentes(smartwatch), que são dispositivos versáteis. A sua integração com o smartphone possibilita que agenda, mensagens, ligações, aplicativos sejam acessados somente pelo relógio. Dentre os aplicativos, há aplicativos voltados à saúde de quem está utilizando o relógio, como o monitoramento de sua pressão, batimentos cardíacos.

• Geladeiras: Muitas geladeiras no mercado já são consideradas inteligentes. Elas se conectam à internet, alertam quando falta determinado item e disponibiliza a funcionalidade de fazer compras dos itens faltantes. • Robôs aspiradores: Um item útil para limpar toda a casa. Trata-se de um dispositivo que mapeia a casa inteira e faz a limpeza, aspirando a sujeira.

• Lâmpadas: Com preços acessíveis e ganhando cada vez mais espaço nas residências, as lâmpadas inteligentes se conectam ao smartphone, liga ou desliga à distância acionando a funcionalidade pelo aplicativo.

• Assistente virtual: É um dispositivo que atende a comandos de voz. Então se você quer agendar um compromisso e ser avisado para não esquecer, se quer escutar aquela música que não sai da cabeça, saber como está o tempo em sua cidade ou até mesmo pesquisar aquela receita para fazer no almoço de família, a assistente virtual é bastante eficaz.

Somos dependentes da vida digital. Interagimos constantemente com sistemas que nos conhecem e se ajustam conforme nossas necessidades e preferências. Recebemos a sugestão de determinados filmes e séries; sugestão de compra de determinado produto que estamos precisando; conseguimos acessar o smartphone através do reconhecimento facial, garantindo assim a segurança de nossos dados armazenados. A nossa constante interação alimenta e ensina a inteligência artificial cada vez mais. Por meio de sensores, os dados externos são captados e processados. A internet das coisas se desenvolve junto com a inteligência artificial. A tendência é de que o que não tiver software implantado passará a ter.

A carta de Elon Musk:

A carta aberta escrita pela Future of Life, uma organização sem fins lucrativos que visa estudos sobre tecnologia, teve mais de duas mil assinaturas, incluindo Elon Musk e outras pessoas renomadas da tecnologia. O teor da carta é alertar sobre os possíveis problemas que a sociedade pode enfrentar com o desenfreado avanço da inteligência artificial. As empresas tecnológicas que focam na inteligência artificial estão sendo impulsionadas pela concorrência, pelo futuro previsto por muitos futuristas. Essa competição de quem vai evoluir mais, alcançar o topo faz relembrarmos da corrida armamentista na Guerra Fria. Essa corrida se torna preocupante, porque as consequências sem um controle podem ser negativas, gerando problemas irreparáveis. Torna-se necessário não somente a preocupação do problema de hoje, mas do problema que pode surgir amanhã.

Se até mesmo os engenheiros e cientistas que lidam com essa tecnologia no dia a dia têm receio, é porque precisamos discutir, precaver e manter o controle. O medo principal decorre do conceito de singularidade, onde a IA atinge um nível de inteligência que torna a gestão humana desnecessária. É importante analisar e mensurar essas preocupações sem ceder a histórias exageradas de ficção científica que geralmente aumentam a ansiedade, pois abordam o tema com muitas previsões apocalípticas.

Cesar, Julio. Elon Musk quer pausar ChatGPT e Inteligência Artificial em carta.Techtudo. Disponível em: https://www.techtudo.com.br/noticias/2023/03/inteligencia-artificial-tudo-sobre-a-carta-aberta-assinada-por-elon-musk-edsoftwares.ghtml. Acesso em 16 de maio de 2023.

A necessidade de uma Governança Responsável:

A inteligência artificial aumenta a produtividade e as empresas estão cada vez mais dependentes dela. Ela está integrada às aplicações, auxiliando em múltiplas funções, na tomada de decisões, na resolução de problemas em pouco tempo. Se podemos inferir uma certeza é de que a inteligência artificial não vai parar de evoluir, seu campo de estudo é um dos principais e continuará deliberadamente. A concorrência, a produtividade, a necessidade de sobreviver no atual mundo globalizado exige o uso da inteligência artificial. Se o advento da singularidade pode ser tornar real daqui a duas décadas ou mais, não sabemos, porque as mudanças tecnológicas estão cada vez mais surpreendentes e exponenciais, por isso, há uma necessidade de que todos estejam alinhados para o bem-estar de todos. Por isso, é indispensável que o desenvolvimento do IA aja com ética, transparência e segurança, que não seja enviesada, mas imparcial e justa nas ações. Seguir essas normas não é se limitar, mas garantir que o propósito do IA não siga intenções que prejudiquem as pessoas.

Tecnologia, Simply. Inteligência Artificial Responsável: qual sua importância para as empresas?.Simply Tecnologia, 2022.Disponível em: https://blog.simply.com.br/inteligencia-artificial-responsavel/.Acesso em 16 de maio de 2023.

A solução para diminuir tais possíveis problemas futuros está em estabelecer uma governança responsável para o desenvolvimento e implantação de IA. Esperar até que a IA atinja a singularidade pode ser tarde demais para resolver os problemas que ela pode criar.

Garantir práticas de IA éticas e responsáveis deve ser uma prioridade, já que os engenheiros e cientistas por trás dos sistemas de IA têm a responsabilidade por suas criações. Ao priorizar diretrizes éticas, transparência e responsabilidade, podemos minimizar os riscos e trazer benefícios às pessoas.

A inteligência artificial percorreu um longo caminho desde sua criação, revolucionando inúmeros setores e oferecendo imensos benefícios. No entanto, é fundamental abordar sua evolução com cautela. Devemos encontrar um equilíbrio entre a utilização da IA e abordar as preocupações em torno dos possíveis desempregos, o medo do autossuficiência e a necessidade de uma governança responsável.

Conclusão:

Sem o abastecimento de dados, a inteligência artificial não é nada. É necessário receber um conjunto de dados para que o aprendizado seja possível, para que sua existência de fato tenha um propósito. E tirar a inteligência artificial do nosso convívio nos dias de hoje também pode nos tornar nada, conforme vamos nos adaptando e diminuindo nossos esforços para aumentar nossa produtividade.

Significa que estamos misturados, trabalhando juntos, provando que o humano precisa da inteligência artificial e vice-versa.

Para uma empresa saber quais os próximos passos precisam ser dados para atingir metas, objetivos, alcançando o lucro e seu crescimento no mercado, será necessário o auxílio de sistemas que gerenciem informações essenciais para esses propósitos. E fazer isso de maneira manual com certeza estaria fora de cogitação, pois com ferramentas sistematizadas e inteligentes, o alcance é mais rápido e eficaz.

Conclui-se que independentemente até onde o nível de inteligência artificial pode alcançar ou em quanto tempo isso acontecerá, devemos nos preocupar de como evoluir ao lado. Há a necessidade de estarmos alinhados, temos ter a garantia de que a IA será aplicada em nossas vidas de maneira correta, sem nos preocuparmos se alguém pode intencionar uma máquina a romper limites e assim resultar em catástrofes irreparáveis. O desenvolvimento da IA deve ser responsável, levando em consideração o bem estar da sociedade. Que a adaptação aos novos empregos ou funções sejam alcançáveis. E que a utilização e a segurança de nossos dados sejam garantidas e não usadas deliberadamente a ponto de sermos influenciados completamente, deixando de ter a capacidade de decidir através de nosso próprio processamento.