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Rafael Moraes09/10/2022 15:23
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Como é o dia-a-dia de um designer UX. Ou: um pequeno percurso para você decidir se quer ser um designer. Parte II

    Esse é o segundo artigo sobre como é o dia-a-dia de um designer UX. Ou: um pequeno percurso para você decidir se quer ser um designer.

    Tem algo meio estranho nesse título. Decidir? Mas design não é dom ou talento? Nesse caso, não. Para o design visual (ou gráfico, ilustração e motion) talvez seja, mas não vou entrar no mérito. Até porque o poeta não está errado: "tudo vale a pena se a alma não é pequena".

    A verdade é que o design de UX está mais ligado a desenvolver processos que levem o usuário em conta, colocando ele no CENTRO do processo. Isso demanda uma visão multidisciplinar. Em que a habilidade essencial é a capacidade de comunicação e de trânsito entre todos os envolvidos e interessados no produto daquele projeto. O design visual é apenas uma parte do processo. Assim, muitas pessoas, com os mais diferentes perfis, podem encontrar no design de UX o seu caminho e construir uma carreira bem sucedida. 

    Fica, então, a dica. Um bom designer precisa gostar de se comunicar. O que significa ter empatia. E também tato e coragem para propor e negociar.

    Parece muito. Mas nada de ansiedade, esse é o erro que todos cometemos. Uma carreira é construída um dia após o outro.

    Bem, após esse aparte, continuaremos de onde paramos no artigo anterior. Se ainda não leu, está AQUI

    Você começou a trabalhar. Isso pode se dar em 3 situações mais comuns. Na terceira situação você terá um mentor. Nas duas primeiras, não. Socorro!

    Claro que estou falando de situações hipotéticas e elas não refletem todo o mercado. São esquemáticas. Então vamos lá! 

    Existem empresas que nem mesmo entedem o papel do design centrado no usuário - elas ouviram falar e estão tentando acompanhar o mercado. Elas entendem que é preciso oferecer uma boa experiência ao cliente. Mas isso não significa que elas estão cientes de que precisam colocar o usuário no centro de seus processos. Nessas, você terá uma carga nos ombros maior que um júnior deveria carregar. Mesmo sem dizer, e mesmo sem saber, eles esperam muito de você para iniciar uma cultura de design. E ninguém te diz isso. 

    Vamos a esse primeiro caso hipotético:

    Você entrou para uma equipe de desenvolvedores e você é o único designer, pelo menos o único responsável por UX. Essa empresa está contratando o primeiro designer para essa função. Alguém, provavelmente um dev, levantou a necessidade. 

    Se for esse o caso, aqui existe uma oportunidade que você não pode desperdiçar: converse com os devs. Informalmente, mas não só. Durante o onboarding, trate-os como os seus primeiros usuários. Tente entender suas dores e o que eles esperam de você. Dificilmente você terá problemas por ser curioso e proativo nesses casos. 

    Nesse tipo de situação, tão ou mais importante que um bom design será você entregar uma boa documentação. É disso que estão precisando, no momento, para evitar conflitos e retrabalho. 

    Se não houver nenhum processo definido pela gerência ou uma proposta dos devs para suas entregas (provavelmente haverá), sugira wireframes de baixa fidelidade. Mostrando que são ágeis e ainda assim são documentos. E que são excelentes para discussão. Bons tanto para levantar questões sobre o escopo quanto para conduzir as discussões sobre o design. Depois de aprovados, daí você entrega e aprova as telas finais. Importante: cuide de fazer um bom handoff, estude sobre isso e se esmere em decupar essas telas em um style guide. 

    O que importa é começar a batalhar pelo respeito à seu espaço e, por consequência, o respeito aos usuários. Nessa situação você é um desbravador. Uma dica: mapeie os stakeholders do projeto e mostre para a sua gerência a importância deles. Ah, é bom deixar claro que nesse ambiente não haverá espaço para a pesquisa e sua proatividade para propor, nesse caso, será arriscada. Você não tem nenhuma experiência para lidar com os processos envolvidos, que incluem alocação de recursos ou de, pelo menos, tempo e paciência de stakeholders. Além de nenhum domínio teórico metodológico, nem desenvoltura para a condução da pesquisa. Pesquisas, além de tudo, envolvem questões éticas, policies e regulação.

    É isso. E muito mais. O meu objetivo aqui é dar um panorama para que você comece a pensar sobre as situações, pois geralmente o júnior e até mesmo um pleno enfrentam muitos desafios ao entrar numa organização com esse perfil. E também naquelas com o perfil que vou mostrar no próximo artigo. Lembre-se, esse aqui faz parte de uma série. No próximo, você vai conhecer os outros dois tipos de organizações mais comuns que contratam UX Designers.

    *Foto de Christina Morillo: https://www.pexels.com/pt-br/foto/duas-mulheres-tendo-uma-reuniao-dentro-do-escritorio-com-painel-de-vidro-1181615/

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    Comentários (1)

    MC

    Marina Cavoli - 03/11/2022 19:55

    Vai ter parte 3?