Banco de Dados Relacional SQL para todos
- #SQL
- #Banco de dados relacional
Introdução
Em um mundo onde as pessoas falam o tempo todo que "os dados são o novo petróleo", o assunto banco de dados começa a entrar em evidência até mesmo para quem não atua na área da tecnologia. Anualmente surgem diversas novas áreas de atuação e quando falamos em dados, o aumento é maior ainda, pois assim como em qualquer outra área, cada assunto sempre pode ser aperfeiçoado ou mesmo alterado para aplicar onde a pessoa ou empresa precisa.
Puxando gancho dos artigos publicados nessa plataforma anteriormente, cibersegurança é um assunto que não pode andar longe de banco de dados, pois toda informação, pessoal ou profissional, precisa ser guardada com carinho e cuidado, não é? Nesta mesma ideia, LGPD, ambientes em nuvem, backup, análise de dados, inteligência artificial e de negócio, etc, tudo isso e muito mais estão correlacionados aos bancos de dados.
Mas calma, o tema aqui será especificamente o banco de dados relacional SQL e até o fim, você será capaz de criar uma tabela, ler, inserir, atualizar e remover informações dela com um sorriso no rosto!
Glossário de palavras
Para facilitar ainda mais o entendimento que será escrito aqui, deixei esse glossário explicando algumas palavras usadas neste artigo.
Termos
Hardware - Comumente dito como "O que você chuta". É qualquer produto físico, que você pode tocar. Exemplo: Monitor, mesa, caixa de som, gabinete.
Software - Comumente dito como "O que você xinga". É qualquer produto digital, que você não pode tocar. Exemplo: Word, Excel, Navegador Internet Explorer, Navegador Google Chrome, Site, Aplicativo, Youtube, TikTok.
Cloud - Muitas vezes chamada de "nuvem" que é sua tradução literal do inglês para português, é a forma como as pessoas da área da tecnologia chamam qualquer coisa armazenada no meio digital, não físico. Exemplo: Site é um exemplo de um sistema hospedado na nuvem.
Hospedagem - Local físico obrigatório para que qualquer sistema ou aplicação possa existir no meio digital. Em suma, é um produto físico que pode guardar informações que os produtos digitais precisam para funcionar/existir. Exemplo: Disco rígido (HD) e unidade de estado sólido (SSD, evolução do HD).
Disco rígido - Também conhecido pela sua sigla em inglês HD (hard disk) é um produto físico eletrônico que possui a capacidade de salvar informações nele através de discos girando com agulhas magnéticas os tocando. Esses toques são traduzidos neste HD para informação, como se cada toque tivesse um código único e significasse uma informação específica.
Unidade de estado sólido - Também conhecido pela sua sigla em inglês SSD (solid state drive) é um produto físico eletrônico que possui a capacidade de salvar informações digitais através de chips eletrônicos. Em resumo, são chips eletrônicos, e não mais disco e agulhas, porém com a mesma função, salvar uma informação em um local deste chip com um código único que possa ser recuperado posteriormente.
Banco de dados - Também conhecido pela sua sigla em inglês DB (database) é usado para referenciar o local onde as informações dos sistemas/sites/aplicativos/etc são armazenados. Exemplo: MongoDB, MySQL, SQL, Postgres, Redis, etc.
SQL - Linguagem de Consulta Estruturada (Structured Query Language) muito usada até hoje e consistem em uma pessoa escrever de uma forma específica para buscar ou salvar informações em um banco de dados em formato de tabela, se pensar que cada coluna desta tabela é um campo do tipo nome, cpf, email, etc e cada linha é o registro de uma pessoa, como Leonardo,12345679809,emaildoleo@leo.com. Exemplo: SELECT * FROM vendedores. Essa escrita busca todas as informações da tabela vendedores. Serão apresentados mais exemplos no artigo.
Linguagem - Série de comandos que representam e fazem alguma coisa dentro de um sistema. Exemplo: Conforme citado acima, o SELECT é um comando da linguagem SQL que serve para Buscar/Selecionar informações de determinado local.
Linguagens de programação - Série de comandos usados especificamente para criar sistemas e suas ações. Exemplo: alert('Produto adicionado ao carrinho.'), este comando dentro de um site de compras a pessoa que está navegando no site a informação de que o produto selecionado foi colocado no carrinho.
C e C++ - Linguagem de programação utilizada muito em softwares ou hardwares que precisam possuir alta performance. Exemplo: Chips das Placas de vídeo utilizam a linguagem de programação C e C++ para executar cada pixel e melhoria de imagem possível.
Placa de vídeo - É um hardware repleto de chips eletrônicos, cada um com sua função para executar, com o intuito de mostrar a imagem mais perfeita possível no monitor/tela/tv/projetor. Exemplo: NVIDIA Geforce RTX 3080, AMD Radeon RX 6700.
SGBD - Sistema de gerenciamento de banco de dados é um software usado para fazer tudo relacionado ao banco de dados, tais como quem pode acessar as tabelas, quem pode ler as informações, quem pode deletar, quem pode criar novas tabelas ou deletar as existentes e assim por diante. Exemplo: MySQL Workbench, DBeaver, Mongo Compass, Studio3T, SQL Server Management Studio.
Empresas
IBM - International Business Machines é uma empresa multinacional fundada em 1911 em Nova Iorque, nos Estados Unidos, cujo nome foi alterado para IBM apenas em 1924, que cria e vende hardware e software, portanto possui tanto serviços digitais quanto físicos, como por exemplo, consultoria, hospedagem, computadores, banco de dados, serviços na núvem e muito mais.
Honeywell Information Systems Inc - É um conglomerado de empresas fundado em 1906 em Indiana, nos Estados Unidos, que trabalha em diversas áreas de negócio, tais como aeroespacial, construção de tecnologias, industrial, automação predial e segurança do trabalho.
O começo de tudo
Como toda solução, o banco de dados surgiu a partir de um problema. Entre os anos de 1960 e 1970, uma empresa chamada IBM entendeu que contratar mais e mais pessoas para documentar e armazenar as informações necessárias dos seus clientes em arquivos e depósitos, não era a melhor ideia. Portanto, decidiu investir em pesquisas com o objetivo de evoluir esse trabalho. Foi então que o pesquisador chamado Ted Codd, da IBM, apresentou um artigo que citava a expressão banco de dados. Ele propôs que pessoas com alto conhecimento em matemática criassem, por meio de cálculos e álgebra, um sistema que permitisse o armazenamento e a recuperação desse grande volume de informações.
Neste momento, haviam outras empresas trabalhando em algo com o objetivo e o primeiro banco de dados realmente liberado comercialmente foi apresentado pela empresa Honeywell Information Systems Inc em 1976. A partir daí, outros foram surgindo nos anos 80 e 90.
Entre 1980 e 1990, a IBM lançou a linguagem SQL, para que pessoas não muito familiarizadas com a matemática complexa, consigam utilizar o banco de dados através de comandos, conhecidos como linguagem. Também neste período, começaram a surgir as primeiras linguagens de programação, tal com C++.
Desde então, as empresas utilizam muito mais bancos de dados para salvar as informações dos seus clientes, funcionários, compras e tudo mais do que caixas dentro de um escritório. Então, quando fazemos um cadastro no Facebook, Google ou qualquer outro local, estamos mandando nossos dados para essas empresas salvarem dentro dos seus bancos de dados e usarem quando fazemos login, compramos algo, fazemos algum curso e assim por diante.
Como funciona
Bom, apresentamos quando foi criado e o problema que o banco de dados resolveu, mas e agora? Onde uso SQL?
Como dito anteriormente, a linguagem SQL foi criada usando matemática complexa para buscar e salvar informações.
Aqui vamos por partes:
- Onde escrevo o SQL?
- Como criamos tabelas?
- Como funcionam as pesquisas?
- Como funcionam os indexadores?
- Como inserimos registros na tabela?
- Como consulto informações do banco de dados?
1. Onde escrevo o SQL
Para utilizar essa linguagem, precisamos possuir um sistema de gerenciamento de banco de dados, SGBD, pois será através dele que conseguiremos fazer nossas ações no banco de dados.
Nesta ocasião, vamos usar o sqliteonline, então não é preciso baixar nem instalar nada, apenas pesquisa no google e abrir o site.
Logo após acessar, você já conseguirá ver uma tela como essa com menus acima, os bancos de dados a esquerda, a barra preta de montagem e execução de consultas no meio e possíveis comandos e histórico dos comandos executados à direita.
Cada um desses bancos de dados possuem suas diferenças e sintaxes, tal como um comando que funciona em um talvez não funcione no outro, pois, como falado antes, cada um deles resolve um problema diferente ou de forma diferente.
Vamos selecionar do lado esquerdo MS SQL e clicar em "Click to connect". Vai abrir uma janela, basta clicar em Ok.
A tabela será a mesma (demo) com as mesmas três colunas (id, name, hint) porém com quantidade de registros/linhas diferentes (apenas 6).
A parte preta no centro é onde podemos escrever nossos comandos SQL. Então digite o comando abaixo e clique em RUN (ou segure o Shift e tecle Enter no seu teclado):
SELECT * FROM demo;
O comando listará todos os registros da tabela.
No banco de dados, cada tabela tem o seu propósito e os seus relacionamentos, o que quer dizer que podemos criar várias tabelas para salvar/armazenar várias informações de forma mais organizada.
Aqui fica claro que cada campo/coluna pode ter um formato/tipo diferente, ou seja, o que serve para salvar o nome "João da Silva" não serve para salvar a data de nascimento "10/10/2010" ou a idade "13" ou um valor de produto "20.00".
Veremos agora os formatos ou tipos mais comuns:
- String: Formato de texto onde podemos salvar números, caracteres especiais e tudo mais. Exemplo: 1, Leonardo, Teste@123, R$1200.
- Number: Formato de número onde podemos salvar apenas números separando a casa decimal com um ponto. Exemplo: 1.99, 1000.25, 0.20.
- Boolean: Formato de verdadeiro ou falso, aceita apenas estes dois valores. Exemplo: true, false.
- Integer: Formato que aceita apenas números inteiros sem ponto, nem vírgula. Exemplo: 1, 199999, 13.
- Date: Formato que aceita data e hora. Exemplo: 2013-11-10 10:11:12. São 10 horas com 11 minutos e 12 segundos do dia 10 do mês 11 do ano de 2013.
Como o SQL foi criado nos Estados Unidos, o padrão usado pelos sistemas foi estipulado por eles, por isso não é igual ao que estamos acostumados no Brasil, como por exemplo a data e os números sem vírgula.
Esses formatos contém variações dependendo da linguagem de programação ou de banco de dados, podendo tanto serem criados mais formatos para a informação ser ainda mais específica ou menos formatos para obrigar que a informação siga sempre um mesmo padrão.
O exemplo a seguir deixará mais claro como são usados esses formatos.
Exemplificando:
Imagine que estamos trabalhando numa loja de venda de materiais escolares e nosso gestor pediu para dizer a ele quantos produtos foram vendidos, qual valor total de vendas e quem foi o vendedor que mais vendeu.
Você é novo na empresa e foi contratado para cuidar dos bancos de dados. Essa demanda solicitada é a parte mais simples do seu trabalho, apenas buscas informações e mandar a ele os somatórios.
Como faria ela?
Primeiro passo é o aprendido anteriormente, clicar em "Click to connect" para se conectar ao banco de dados. Assim, é possível ver todas as tabelas.
Segundo passo é encontrar as tabelas para encontrar as informações solicitadas. Como o gestor falou em produtos, vendas e clientes, no cenário mais simples possível, tudo poderia ser obtido através da tabela de vendas.
Terceiro passo é montar as consultas que faremos nessas tabelas para encontrar os dados utilizando os comandos do SQL.
Após identificado que tudo pode ser encontrado na tabela de vendas e sabendo quais comandos usar para somar estes valores e agrupar por produto, basta executar e entregar ao gestor.
2. Como criamos tabelas?
As tabelas são onde todas as informações dos bancos de dados são salvas e para criá-las, temos que entender como funcionam. Imagine uma planilha de Excel, que o nome do arquivo seja Produtos e as colunas são: Codigo, Nome, Valor, Quantidade_Em_Estoque.
Pronto, isso é uma tabela.
O nome do arquivo é o nome da tabela. As colunas são as colunas do banco de dados onde as informações serão salvas.
Tanto a tabela quanto as colunas precisam salvar tudo em um sistema físico, portanto um HD ou SSD, para que nada seja perdido, tudo seja armazenado.
Ficasse entendido então que o nome da tabela ocupa um espaço nesse HD, as colunas também, as informações também e tudo mais que seja incluído nessa tabela.
Posteriormente veremos o comando INDEX que também ocupa seu espaço no HD.
Tudo, todo dado salvo é ficado no HD.
Quanto maior a quantidade de informação salva nessa tabela, maior ela fica e mais espaço precisa no HD para funcionar.
Não vamos abordar assuntos mais avançados mas dando um gostinho, as tabelas começam a ficar "lentas" a partir de milhões de registros, antes disso, é quase imperceptível qualquer ação feita nessa tabela.
A quantidade de colunas ou o tamanho dos dados salvos impacta diretamente na velocidade de leitura e escrita nesta tabela. Ou seja, caso sua tabela de Produtos possua uma coluna chamada Receita com o tipo TEXT que aceita 2GB de dados, pode ficar lenta muito mais rápido do que uma Receita do tipo VARCHAR(100) que salva apenas um link de site.
As funções normalmente permitidas nas tabelas são de renomear tanto elas quanto suas colunas, além de adicionar ou excluir colunas ou mesmo modificar o tipo desta, até excluir a própria tabela com todas suas informações.
Mão na massa:
Hora de criar o cenário acima no nosso SGBD. Como não temos a tabela nem registros, vamos criar fictícios para tornar o exemplo aplicável neste artigo.
A tabela de vendas precisa conter os campos:
Código da imagem:
CREATE TABLE vendas
(
id INTEGER PRIMARY KEY IDENTITY(1,1), /* código único de cada registro nesta tabela */
produto VARCHAR(100), /* nome do produto vendido */
cliente VARCHAR(100), /* nome do cliente que comprou o produto */
vendedor VARCHAR(100), /* nome do vendedor que vendeu o produto */
valor INTEGER /* valor do produto */
)
CREATE é um comando no SQL que serve para criar algo dentro do banco de dados, pode ser uma tabela, um index, uma view, etc.
TABLE é o comando no SQL para identificar que algo será feita com aquela tabela em questão.
vendas é o nome da tabela que estamos fazendo alguma ação.
A abertura e fechamento dos parênteses indicam que que todos aqueles comandos ali dentro devem ser tratados de forma separada dos comandos de fora, para não haverem erros na hora do SQL executar o que está escrito.
Em seguida, todos os primeiros valores são os nomes das colunas, sendo: id, produto, cliente, vendedor e valor.
Ao lado estão os tipos referentes a cada coluna, sendo que INTEGER são apenas números e VARCHAR é similar a string, portanto, é texto.
PRIMARY KEY é para informar ao SQL que este campo dentro desta tabela não irá repetir seu valor nunca, seguindo a ideia do primeiro registro sendo o valor 1, o segundo o valor 2, e assim por diante.
IDENTITY(1,1) é para informar ao SQL que o próprio SQL preencherá esse valor automaticamente. Então quando um registro estiver sendo adicionado a esta tabela, o campo 'id' terá seu valor preenchido automaticamente e só precisaremos enviar os outros campos.
Combinando todos os comandos estamos informando ao SQL que será criada uma tabela com o nome vendas contendo os campos id, produto, cliente, vendedor e valor, com os tipos citados em cada campo e o campo id, além de ser único, será gerenciado pelo próprio SQL.
Faça testes adicionando ou removendo campos nesse comando para ver os resultados e entender melhor seu funcionamento.
PS: Não é possível criar mais de uma tabela com o mesmo nome. Considere usar o comando DROP TABLE vendas para continuar criando e deletando conforme sua vontade.
3. Como funcionam as pesquisas?
De uma forma geral, toda pesquisa dentro de um banco de dados passa registro por registro verificando se o valor que foi colocado no comando SQL existe na coluna desejada, trazendo apenas os registros encontrados com sucesso.
Na imagem abaixo usamos o comando para buscar todos os registros que existem na tabela demo. Nesse caso, não estamos buscando nenhum registro em específico, então o SQL apenas traz tudo o que encontrar na tabela.
Código da imagem:
SELECT * FROM demo
Neste segundo momento, estamos procurando o registro que possui o id igual a 5.
Código da imagem:
SELECT * FROM demo
WHERE id = 5
Quando estamos pesquisando algo em específico dentro das tabelas, utilizamos o comando WHERE que significa ONDE.
SELECT é o comando no SQL para buscar algo em algum lugar.
*(asterisco) é o comando para informar que queremos trazer todas as colunas sem mudar nada nelas.
FROM é o comando no SQL que diz de onde vou ler os registros.
demo é a tabela do SQL onde vou fazer alguma ação.
WHERE é o comando no SQL informando que será feito algum filtro nesta busca.
id é o campo pelo qual o filtro será feito.
= é realmente um sinal de igual informando que queremos comparar duas coisas.
5 é o valor que o campo escolhido terá que ter para retornar com sucesso.
Combinando todos os comandos estamos informando ao SQL que queremos encontrar os registros onde a coluna id seja igual a 5. Por isso trouxe/encontrou apenas um registro quando este comando foi executado.
4. Como funcionam os indexadores?
Neste exemplo, não seria preciso criar um indexador de registros, pois é apenas uma tabela com poucos testes, porém trouxe aqui para explicar o funcionamento e a importância do INDEX.
Imagine que está lendo um livro e marcando de amarelo as partes importantes. Para cada parte importante, você põe um marcador na página, um pequeno papel para indicar que ali tem algo que lhe chamou atenção. O INDEX tem a mesma ideia. Na imagem a seguir está sendo criado um INDEX no campo id com o nome de id_index, e após criado, toda consulta que for feita utilizando o campo id será absurdamente mais rápida do que por qualquer outra coluna desta tabela.
Isso porque criando um INDEX, o SQL além de salvar os dados da tabela também vai salvar uma referência para aquele marcador.
Quando usamos o marcador no livro, o marcador fica pra fora, não é? Para ficar fácil de encontrar.
Isso quer dizer que o index ocupa um lugar a mais no HD além dos registros salvos e além da tabela. Esse espaço depende muito do campo que é usado como index e de quantos registros existem na tabela.
No nosso caso, a tabela demo possui apenas 6 registros e a vendas ainda não possui nenhum, então o espaço ocupado é insignificante.
Porém, é extremamente necessário pesquisa mais sobre esse assunto e assistir vídeos ou ler outros artigos para ver mais de seu uso, benefícios e perigos.
Um benefício citado acima é a velocidade que o SQL consegue trazer a informação.
Um perigo é definir colunas TEXT ou que costumam mudar de valor como index, pois a quantidade de caracteres salvas dentro dessa coluna pode ser enorme, fazendo com que o index também ocupe mais espaço.
Como aqui estamos criando um INDEX para um campo que nunca mudará de valor e é numérico de valor simples, é uma ótima ideia que inclusive muitos bancos de dados já fazem por padrão.
Código da imagem:
CREATE UNIQUE INDEX id_index ON vendas (id)
PS: O comando DROP INDEX id_index ON vendas também funciona aqui para deletar o index criado para a tabela.
5. Como inserimos registros na tabela?
Para conseguir trabalhar com a tabela de vendas criada neste artigo, faltou apresentar o comando INSERT. É usado para inserir várias coisas nas mais diversas variedades de comandos que o SQL dispõe, porém aqui o usaremos para inserir registros na tabela vendas.
Há muitas opções que este comando aceita e a apresentada abaixo é uma das mais simples, apenas inserir um registro dentro da tabela.
Código da imagem:
INSERT INTO vendas
( produto, cliente, vendedor, valor )
VALUES
( 'Lápis', 'João', 'Marcos', 20 )
;
INSERT é o comando no SQL para inserir alguma coisa em algum lugar.
INTO é o comando no SQL para dizer que algo será feito dentro de vendas.
vendas é o nome da tabela que terá alguma ação.
() novamente os parênteses indicando que os nomes das colunas que fazem parte da ação
VALUES é o comando no SQL que indica quais valores serão postos em algum lugar.
() aqui os parênteses possuem os valores que serão inseridos em algum lugar.
Combinando todos os comandos estamos informando ao SQL que queremos adicionar um registro dentro da tabela de vendas nos campos especificados ( produto, cliente, vendedor, valor ) com os valores ( 'Lápis', 'João', 'Marcos', 20 ).
Simples, não é?
Caso queira adicionar vários registros ao mesmo tempo, basta adicionar uma vírgula após o último de parênteses e repetir o que tem dentro de VALUES, alterando os valores.
Código da imagem:
INSERT INTO vendas
( produto, cliente, vendedor, valor )
VALUES
( 'Lapiseira', 'Marta', 'Marcos', 30 ),
( 'Lapiseira', 'Pedro', 'Sheila', 30 ),
( 'Lapiseira', 'Paulo', 'Sheila', 30 ),
( 'Lapiseira', 'Leo', 'Joana', 30 ),
( 'Apontador', 'Marta', 'Marcos', 5 ),
( 'Apontador', 'João', 'Marcos', 5 ),
( 'Grafite 0.5', 'Marta', 'Marcos', 5 ),
( 'Grafite 0.7', 'Pedro', 'Sheila', 5 ),
( 'Grafite 0.5', 'Paulo', 'Sheila', 5 ),
( 'Grafite 0.5', 'Leo', 'Joana', 5 ),
( 'Caderno', 'João', 'Marcos', 20 ),
( 'Caderno', 'Marta', 'Marcos', 20 ),
( 'Caderno', 'Pedro', 'Sheila', 20 ),
( 'Caderno', 'Paulo', 'Sheila', 20 ),
( 'Caderno', 'Leo', 'Joana', 20 ),
( 'Mochila', 'Ana', 'Sheila', 200 )
;
PS: O comando UPDATE vendas SET valor = 10 WHERE id = 1 pode ser usado aqui para editar o valor do Lápis adicionado anteriormente com valor errado.
Por fim, estamos com estes registros na tabela vendas:
Código da imagem:
SELECT * FROM vendas
6. Como consulto informações do banco de dados?
Agora que criamos a tabela de vendas e os registros dentro dela, é possível obter as informações solicitadas pelo gestor.
Lembrando que num cenário de trabalho real, os dados e as tabelas já existirão e poderá vir diretamente para este passo.
Relembrando, o que foi solicitado:
- Quantos produtos foram vendidos
- Qual valor total de vendas
- Quem foi o vendedor que mais vendeu
Vamos considerar que as quantidades são de cada produto, então teremos que montar três consultas.
A primeira para buscar quantos produtos de cada foram vendidos.
Código da imagem:
SELECT COUNT(DISTINCT(produto)) AS total FROM vendas
O comando DISTINCT é usado para contabilizar quantos produtos diferentes foram vendidos.
O comando COUNT é usado aqui para contar quantos produtos diferentes foram vendidos.
O comando AS é usado para renomear a coluna apenas para exibição da informação.
A segunda para buscar qual o valor total de vendas.
Código da imagem:
SELECT SUM(valor) FROM vendas
O comando SUM é usado para somar o campo valor e obter um total.
E por fim, o vendedor que mais vendeu.
Código da imagem:
SELECT DISTINCT(vendedor), SUM(valor) AS valor
FROM vendas
GROUP BY vendedor
ORDER BY valor DESC
O comando GROUP BY é usado para agrupar os registros por vendedor para obter um somatório e valores.
O comando ORDER BY é usado para ordenar os registros que serão mostrados em tela.
O comando DESC indica a order desta ordenação, sendo DESC para decrescente (maior para o menor) e ASC para crescente (menor paro maior).
Certificações e mercado
Como dito na introdução, os dados são o novo petróleo, então as áreas e vagas para este segmento só tendem a aumentar. Estamos vendo muitas empresas falarem em Ciência de Dados, BI (business intelligence), aprendizado de máquina, analista de dados e diversas outras oportunidades, inclusive para quem está iniciando nesta área e os requisitos dependem da sua escolha. O analista de dados precisa de muito mais habilidades em regras de negócio, tendências, melhor forma de apresentação de informação, do que habilidades técnicas de linguagem de programação ou até mesmo conhecimento em cloud do que um desenvolvedor de software.
Os salários da área de negócio e tecnologia, num geral, são bem acima da média, mais ainda se a pessoa possui inglês com boa comunicação, pois pode morar no Brasil e trabalhar para fora facilmente com alto salário e baixo imposto pelo incentivo que o país oferece.
As certificações da área estão espalhadas por diversas empresas, tanto quanto as oportunidades. Porém, as maiores e mais concorridas são as criadoras como IBM, Oracle, Google, etc. Portanto, é recomendado que quem está buscando trabalhar na área, acesse o site destas empresas pesquisando por Database, Banco de Dados ou somente Dados. Normalmente é cobrada uma taxa para fazer o curso ou as vezes somente para obter a certificação, como é o caso do Professional Cloud Database Engineer do Google custando hoje 200 dólares + impostos.
Minha recomendação é que, se você trabalha ou está tentando trabalhar nessa área, pesquise diretamente no Coursera sobre o assunto, pois o site facilita busca do que a pessoa está procurando incluindo filtros e o nível que cada curso possui. Alguns serão até mesmo gratuitos. E com baixo valor é possível obter o plano mensal da Udemy ou mesmo algum curso que lhe chame atenção, cuidando sempre com os mais bem avaliados.
Existem muitos cursos e vídeos gratuitos para iniciar, especialmente para entender o básico, como foi apresentado aqui. Porém, muitas vezes, as pessoas trabalham em áreas diferentes e sempre pensaram que era mais complexo do que realmente é.
Comece, por algum lugar.
Com certeza a evolução virá rapidamente, independente de onde trabalha.
Conclusão
Neste mão na massa simples e rápido foi possível aprender o que é SQL, qual empresa o criou qual problema ela resolveu com isso, onde são salvas as informações dos bancos de dados, como ler e salvar informações dentro dos bancos de dados, qual sua estrutura básica bem como seus comandos mais usados no mundo corporativo.
Ainda há muito mais sobre o assunto do que foi apresentado neste artigo.
Não apresentei informações sobre como montar o banco de dados ideal para a sua empresa, nem sobre relações entre outras tabelas, por exemplo separar o produto, o cliente e o vendedor das vendas, ficando assim com quatro tabelas distintas, os diagramas de UML para um entendimento e melhor documentação das suas tabelas e relações e assim por diante.
Este foi apenas um resumão do banco de dados relacional SQL, ainda existem diversos outros tipos de bancos de dados, cada um com seus usos e soluções de problemas. Por isso, deixei um link nas referências para expandir seu conhecimento, bem como um passo a passo para criação do seu próprio banco de dados.
Referências
Material Public, 2023. Disponível em: https://materialpublic.imd.ufrn.br/curso/disciplina/4/56. Acesso em 26, setembro de 2023. Conceitos de Banco de Dados.
IBM, 2023. Disponível em: https://www.ibm.com/br-pt. Acesso em 26, setembro de 2023. IBM.
Honeywell, 2023. Disponível em: https://www.honeywell.com/br/pt. Acesso em 26, setembro de 2023. Honeywell.
W3Schools, 2023. Disponível em: https://www.w3schools.com/sql/sql_datatypes.asp. Acesso em 26, setembro de 2023. SQL Data Types for MySQL, SQL Server, and MS Access.
Trybe, 2023. Disponível em: https://blog.betrybe.com/tecnologia/bancos-de-dados. Acesso em 26, setembro de 2023. Banco de dados: Tipos o que é e suas diferenças!.
Ludichart, 2023. Disponível em: https://www.lucidchart.com/pages/pt/tutorial-de-criacao-e-estruturacao-de-banco-de-dados. Acesso em 26, setembro de 2023. Tutorial de criação e estruturação de banco de dados.
Google Cloud, 2023. Disponível em: https://cloud.google.com/learn/certification/cloud-database-engineer?hl=pt-br. Acesso em 26, setembro de 2023. Professional Cloud Database Engineer.
Coursera, 2023. Disponível em: https://www.coursera.org/search?query=database. Acesso em 26, setembro de 2023. Coursera.
Udemy, 2023. https://www.udemy.com/courses/search/?src=ukw&q=banco+de+dados. Acesso em 26, setembro de 2023. Udemy.
SQL Lite Online, 2023. Disponível em: https://sqliteonline.com. Acesso em 26, setembro de 2023. SQL Lite Online.