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Ricardo Soares15/06/2023 14:00
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Apple Vison Pro e o futuro da programação de computadores!

    Uma pequena viagem por vários equipamentos que não conseguiram cativar tanto o público mas que alimentam a fantasia de muitos nerds e geeks de todo o planeta em busca do workbench perfeito!

    Introdução

    Imagine um ambiente confortável, com recursos ergonômicos, que permita caminhar de forma segura, ou relaxar fisicamente enquanto a mente queima neurônios e você trabalha. Hoje temos algumas mesas integradas a cadeiras muito confortáveis que permitem algo parecido, mas longe do que chamaria de ideal.

    Mesmo que você não seja como eu, aficionado por Star Trek, você deve ter ouvido falar no termo “holodeck”! O holodeck é uma sala onde você entra e começa a fazer explicações ao computador da nave que cria por meio da interpretação de linguagem natural cenários que você vai descrevendo para ele.

    Se ainda não conhece esse ambiente recomendo você assistir o seriado Star Trek Lower Decks, ele tem vários episódios explorando o tema dentre os quais posso citar o episódio 9 da temporada 1. Nele podemos ver como algumas interações básicas são feitas assim como um programa inteiro é construído.

    Assim como o comunicador de Star Trek inspirou Martin Cooper a criar o primeiro celular, o Holodeck é inspiração para muitos inventores que querem expandir nosso ambiente e nos permitir conhecer lugares sem mesmo sairmos da segurança de nossas lares.

    Este tipo de aparelho nos permitiria construir qualquer tipo de ambiente, inclusive um que possuísse vários monitores, teclados e etc, sem mesmo possuir um único aparelho! Caso acreditasse que um aparelho fosse incomodo poderia retira-lo, sem danos ao meio ambiente, sem problemas ou custos extras!

    Ainda estamos longe de um holodeck, mas os óculos de realidade virtual nos apresentam algo que alguns alegam ser completamente similar e funcional para a criação de um ambiente de desenvolvimento de programas de computadores.

    Fazem alguns meses eu estudei um pouco sobre o uso de óculos e aparelhos móveis para a construção de um workbench de desenvolvimento. Não fui bem sucedido pois a ideia era desenvolver algo pequeno que me proporcionasse ter múltiplas telas sem a demanda de carregar monitores gigantes!

    Infelizmente acabei desistindo dessa minha empreitada pois a resolução que tive é que o custo que eu teria para a implementação deste tipo de ambiente seria muito cara para ficar carregando na rua. Seria mais fácil e menos perigoso usar um simples notebook no meu dia-a-dia.

    Mas o lançamento do Apple VisionOS, junto com a recente visibilidade de mercado que as inteligências artificiais tem tido, me animou muito com o futuro da área de desenvolvimento. Espero em breve estar em algo similar a um holodek em que eu possa debater com o computador enquanto projeto sistemas!

    Pensei em explorar algumas tecnologias que nos trouxeram até aqui, o que fará você entender o por que o VisionOS é uma revolução para nossos dias atuais.

    Termos e referências

    Para facilitar antes de continuar gostaria de deixar claro a diferença entre dois itens importantes para o artigo

    • Realidade Aumentada: Tecnologia que mescla elementos do mundo real com elementos virtuais, sobrepondo informações digitais em tempo real na visão do usuário. Ela enriquece a percepção da realidade, permitindo interações imersivas, como visualizar objetos virtuais em ambientes reais;
    • Realidade Virtual: Tecnologia imersiva que transporta o usuário para um ambiente virtual gerado por computador. O usuário é envolvido em uma sensação de presença em um mundo digital, possibilitando explorar lugares e realizar atividades que não seriam possíveis na realidade física;

    Second Life

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    Provavelmente o Second Life foi o primeiro jogo amplamente divulgado e que fez com que a ideia de um mundo virtual fosse considerado como algo normal no dia-a-dia das pessoas. Crianças ficaram milionárias vendendo propriedades no jogo! Empresas como IBM e Dell investiram em terrenos e lojas!

    Várias empresas passaram a ter uma loja virtual no jogo na qual os usuários podiam visitar para visualizar seus produtos ou falar com um representante. Seus funcionários tinham treinamento de como operar e se comportar no jogo!

    A proposta do jogo (ainda ativo) é simular a vida real e social de seus usuários. A ideia é que seus usuários não precisam sair de suas casas para ir ao trabalho, eles poderiam estar fisicamente no trabalho sem mesmo sair fisicamente de suas casas pois seus trabalhos presenciais seria no jogo!

    Imagine que você é um empresário, alugou uma sala e contratou um time de desenvolvedores. Você irá disponibilizar computadores, monitores e etc. Toda uma estrutura de colaboração para receber os funcionários que irão interagir para a construção de um produto.

    Bem no jogo é algo similar, porém você não precisa gastar tanto com a estrutura, você só precisa de resolver a sala, colocar uma mesa de reuniões e o usuário pode se apresentar nela e ficar lá presencialmente enquanto desenvolve o sistema em sua própria casa.

    Apesar de interessante e uma certa comoção popular, o Second Life não teve tanto engajamento quanto esperado. Na época a novela O Clone havia terminado e muitas tecnologias como o iPod surgiam. Ciência, tecnologia e futuro eram o assunto. Mas provavelmente o mercado não estava pronto para algo assim.

    Aparelhos de TV 3D

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    Por volta de 2009 tivemos uma onda de “3D” no mercado! Eram televisores, videogames, notebooks, desktops e salas de cinemas! Cada um com um tipo de tecnologia 3d diferente! Eu inclusive possuo até hoje um notebook 3D em operação! É minha máquina backup de desenvolvimento.

    Os aparelhos 3D oferecem uma experiência imersiva, permitindo que os espectadores mergulhem em conteúdos geralmente audiovisuais com uma sensação de profundidade e realismo tridimensionais que cria uma atmosfera envolvente, proporcionando uma nova dimensão a filmes, programas de TV e videogames.

    Aparelhos de TV 3D têm papel significativo no entretenimento doméstico! Oferecem uma forma diferenciada de aproveitar conteúdos multimídia. Proporcionar uma experiência imersiva aos espectadores e impulsionam a criação de filmes e programas em formato 3D. Ao menos era o que esperavam os fabricantes!

    Existem alguns fatores que são listados e que geralmente são apontados como problema que levou os aparelhos 3D domésticos a terem sua visibilidade diminuída pelas massas:

    • Houveram vários relatórios de consumidores apontando dor de cabeça ou sensações de náuseas e tonturas causada pela realidade virtual (Tais sensações são referenciadas como “motion sickness”);
    • As empresas falharam em demonstrar os benefícios do produto o que levou a maioria de seus clientes a alegarem que para o dia-a-dia uma simples TV com boa qualidade de imagem seria o suficiente e a experiência 3D poderia ficar para um ambiente especializado como salas de cinema;
    • Ainda hoje existe uma grande falta de oferta de conteúdos, poucos foram os programas feitos para o ambiente 3D. Até mesmo na área de jogos temos alegações de que a disponibilidade foi baixa;
    • O uso de óculos, mesmo simples como os de uma TV 3D, eram tidos como um empecilho para uso durante um momento de descontração e relaxamento que seria o objetivo de ter um aparelho de entretenimento;

    Embora a popularidade de aparelhos 3D tenha diminuído nos últimos anos, eles continuam a ser uma opção para aqueles que buscam uma experiência visual mais envolvente. Hoje em dia a tecnologia é um pouco menos visível no mercado, mas ainda disponível e com custo acessível a grande massa trabalhadora.

    Com avanços contínuos em tecnologias de imagem e a crescente adoção de realidade virtual e aumentada, podemos esperar que a visualização em 3D evolua e se integre cada vez mais à sociedade moderna, mas ainda vemos um grande caminho até chegarmos ao ponto de algo totalmente integrado a sociedade.

    Microsoft Surface

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    Hoje você deve conhecer a marca Surface na linha de notebooks da Microsoft, mas em 2007 ela referenciava um produto incrivelmente revolucionário, uma mesa que podia ‘perceber” o que acontecia sobre sua superfície e interagir com o usuário e seus periféricos de acordo com seu toque e bluetooth!

    Uma pequena mesa de pouco menos de 1m por 70cm tinha na época o preço inicial de 10mil Dólares! As primeiras versões eram voltadas para áreas recreativas, a apresentação do produto inclusive contou com a demonstração do uso dela em restaurantes onde ela identificava o drink que o usuário consumia.

    Não apenas ele projetava algo na superfície da mesa e interagia com outros equipamentos eletrônicos como também possibilitava múltiplos toques simultâneos, o que na época era algo pouco comum. Era comum reconher até três toques, mas ele não limitava a quantidade de interações simultâneas.

    Apesar de parecer algo fútil naquele momento, vários desenvolvedores ficaram alvoroçados imaginando o futuro onde não existiria mais teclados, mouses e monitores. Tudo estaria projetado na parede ou algum móvel como uma mesa! Dependia de nós criarmos os softwares para este futuro.

    Um dos vídeo de lançamento do produto “Microsoft unveils tabletop 'Milan' computer” https://www.youtube.com/watch?v=X9NVRuNsgEA

    No ano seguinte a Microsoft apresentou algo que pensei ser fake news, era a ideia do surface mas aplicado a uma parede! Considerando o hardware da mesa, não imaginava novidades tão rápido! Com alguns sensores de movimento, projetores e câmeras, alguns cientistas apresentaram um protótipo promissor!

    Era a primeira promessa de que algo tão futurista poderia chegar a nossas casas, mas o preço era muito exorbitante (o dólar na época custava por volta de R$1,70)! Novas tecnologias também acabaram tirando o brilho do produto e ele acabou tendo sua importância diminuída no portfólio da empresa.

    Poucos anos após o lançamento o produto foi “rebranded” para Microsoft PixelSense e direcionado para espaços públicos, restaurantes e empresas de engenharia. A marca Surface foi reutilizada para dar nome a linha de notebooks e tablets da empresa.

    Outro produto que faz parte da linha Microsoft Surface é o Surface Hub 2S que em minha opinião é o mais parecido com o produto original e é apresentado como uma plataforma de reuniões virtuais que (segundo o fabricante) em conjunto com o MS Teams é a melhor experiência do mercado no momento.

    Google Glass

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    Em 2013 o Google apresentou ao mundo o Google Glass. Era um dispositivo que agregava um pequeno visor transparente logo a frente do olho direito do usuário. Para muitos, como eu, era a primeira vez que ouvíamos termos como “Realidade Aumentada”, “computação vestível” e “wearables”.

    O objetivo era proporcionar uma experiência de realidade aumentada discreta e de “mãos livres” para o usuário, tornando as informações mais acessíveis e integradas à vida cotidiana. Seu uso era amplo, desde acesso a notificações e mensagens até navegação assistida por GPS.

    Hoje em dia existem alguns poucos (e caros) capacetes de pilotagem inspirados na tecnologia do Google Glass que proporcionam experiências até mais completas, posto que utilizam todo o visor do capacete para as projeções, mas até hoje gostaria de testar o aparelho enquanto piloto uma moto.

    O produto estava longe dos aparelhos que temos hoje e foi recebido com críticas relacionadas à privacidade e aceitação social. Após seu lançamento foi reformulado e direcionado para uso em ambientes profissionais e indústrias, demonstrando seu potencial em setores como saúde, manufatura e logística.

    Sei que o Google Glass não foi o primeiro óculos de realidade, mas acredito que o Google Glass foi um pioneiro por ser um dos primeiros que ganhou a atenção das grandes massas para a atenção de aparelhos acessórios vestíveis que expandem suas limitações e melhoram sua produtividade.

    PS: Apesar de ser totalmente independente do celular, o Google Glass foi planejado para uso em conjunto de um aparelho celular e só era completamente funciona com o mesmo pois possuía uma limitada memória e poder de processamento de dados.

    O óculos do Facebook (Antigo Rift atual Meta Quest)

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    Segundo o que é de meu conhecimento, a primeira empresa que o então Facebook adquiriu relacionado a Realidade Virtual foi a “Oculus VR”, fabricante do “Oculus Rift”, voltado para games. Isto teria acontecido pouco após o mercado ter perdido o interesse pelo Google Glass.

    Tive uma certa decepção. Achei o produto muito desengonçado e no meu entendimento, se o mercado já estava “reclamando” do uso do Google Glass certamente este aparelho seria ignorado. Porém, diferente do Google Glass, o produto era voltado para o público gamer, muito mais alinhado com a tecnologia.

    Outra diferença é que enquanto o Google Glass era um wearable, um aparelho que se comunica com outro aparelho por meio de bluetooth ou similar, o Rift é um periférico que amplia os meios de entrada e saída de informações de um computador. Ou seja, um é um computador, o outro fornece informações.

    Porém, apesar de caro, o Rift teve uma relativa boa aceitação de mercado, até porque o mesmo já era amplamente vendido no mercado (principalmente americano) e com a aquisição do Facebook suas vendas só aumentaram. (Ok)

    Esta aquisição foi tão importante que anos depois o Facebook "pivotou" seu negócio focando no que passou a ser conhecido como metaverso e se renomeou como “Meta”, uma das maiores empresas de tecnologias do planeta e dona de diversas marcas de redes sociais importantes para nosso dia-a-dia.

    Diferente do Google Glass, para o Rift você precisa de um computador de mesa com uma boa placa de vídeo. O aparelho vem com um headset e dois controles que não são necessariamente obrigatórios, mas complementares ao uso (sem ele é como se você não tivesse mouse nem teclado no computador).

    Atualmente no Brasil o acesso a essa tecnologia ainda é cara, segundo o que sei o custo de uma tecnologia similar de boa qualidade começa por volta de 6mil Reais mas já encontrei em pesquisas no Mercado Livre um jogo completo e novo do Rift por pouco mais de 5mil, sendo que um usado é abaixo disso.

    Google Cardboard

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    Em 2014, em uma ação que para mim soou como uma brincadeira com o Facebook, o Google lançou o Google Cardboard. Não foi nenhum desaforo para o facebook, na realidade a ideia era provar para a sociedade de que a Realidade Virtual era mais tangível e acessível do que muitos falavam até então.

    Google Cardboard é um óculos para jogos de imersão em ambiente virtual 3D e 360º em conjunto com uma plataforma de realidade virtual desenvolvida pela empresa no formato de um óculos feito com papelão para uso em conjunto com um smartphone.

    Ele foi criado por David Coz e Damien Henry em seus 20% de "Inovação Fora de Hora", um conceito de trabalho que objetiva a inovação disponibilizando aos funcionários 20% de seu próprio tempo para gestão própria, podendo eles trabalharem em qualquer projeto de sua preferência da empresa.

    A parte do hardware é um conceito bem simples, baseado em óculos estereoscópicos desenvolvidos no séc 19 pelo britânico Charles Wheatstone. Estes aparelhos fazem uso de lentes com uma pequena angulação em sua disposição em relação a imagem sendo visualizada, o que cria uma sensação de 3D.

    A parte de software consiste em alguns aplicativos lançados pela própria fabricante e alguns kits de desenvolvimento voltados para linguagens Java e C#, assim como o motor de jogos Unit o que permite aos desenvolvedores construírem aplicações tanto para Android quanto para iOS.

    Você já deve ter visto e possivelmente já deva ter experimentado, mas você utiliza seu próprio celular para acessar um aplicativo de realidade virtual ao anexá-lo no Cardboard, em seguida “veste” o óculos e interage com o mundo virtual.

    Hoje em dia acho que é muito mais “prático” comprar um kit pré pronto na internet do que desenvolver seu próprio em casa, mas aparelhos como ele tem vários, geralmente relacionados ao próprio aparelho celular e a quantidade de pixels na tela do aparelho.

    Holodeck (Supostamente)

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    O Holodeck é uma icônica tecnologia da série Star Trek. Consiste geralmente em uma sala munida de projetores de campos de força que criam hologramas avançados que permitem aos tripulantes da nave criar e vivenciar ambientes totalmente imersivos.

    Sua principal função é proporcionar experiências de entretenimento, treinamento e simulações realistas, permitindo que os usuários interajam com ambientes e personagens fictícios como se fossem reais.

    Embora o Holodeck seja exclusivo de Star Trek, várias outras obras de ficção científica também apresentam tecnologias semelhantes. Um exemplo notável é o "Simulador de Treinamento" de Star Wars, que permite que os usuários pratiquem habilidades de combate e pilotem naves espaciais virtualmente.

    Em “Jogador No. 1” (do Livro “Ready Player One”, de Ernest Cline), existe o "OASIS", uma realidade virtual onde os usuários podem criar e explorar mundos inteiros. Outro exemplo é a famosa "Matrix", onde a realidade é simulada por computadores e as pessoas estão presas em um mundo virtual completo.

    O Holodeck e suas contrapartes presentes em diferentes obras de ficção científica refletem o fascínio humano pela criação de ambientes imersivos. Essas representações imaginárias são a inspiração de muitos para o desenvolvimento de tecnologias reais, como a realidade virtual e a realidade aumentada.

    Vídeo apresentando uma tentativa de trazer o OASIS para a vida: “I made Ready Player One in REAL LIFE! - THE ULTIMATE VR SETUP” https://www.youtube.com/watch?v=9BVOZaSEQfY

    O OASIS e a Matrix seriam ambientes complexos, mas nestes o usuário é “plugado” ao ambiente. No Holodeck o usuário acessa uma sala que por sua vez se configura de acordo com a demanda, ou seja, o produto se adequa ao usuário e não ao contrário e até onde tenho conhecimento o holodeck é único.

    Hoje algumas empresas construiram versões fazendo uso de telas de projeção 3D e audio para criar uma sensação próxima do que seria o ambiente. Ainda é algo bem longe da proposta do holodeck na ficção científica que se baseia no uso de campos de força, mas muito bem elaborada para os dias de hoje.

    Ex: “Inside a Real Life Holodeck” https://www.youtube.com/watch?v=L4gBCtfqZtU&t=3s

    Vision Pro

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    Finalmente chegamos ao ponto da reportagem. O Vision Pro, um produto totalmente novo que a fabricante alega que, assim como o iPod e o iPhone, será um ponto de mudança em nossas vidas e trará uma nova era de revolução motivada por um incrível produto apresentado por um sorriso cativante de atores!

    Consigo visualizar alguns macmaníacos se contorcendo na cadeira com o último parágrafo! Acontece que a empresa é reconhecida por suas campanhas de marketing, o problema é que nem sempre elas são tão efetivas quanto queremos acreditar (ou quanto parecem).

    O fato da Apple ter lançado o Vision Pro não é garantia de sucesso. Na década de 90 a Apple lançou o que ficou conhecido como um fracasso de vendas (mas um sucesso de conceito), o primeiro PDA amplamente vendido no mercado e voltado para mercado não corporativo. O Newton MessagePad.

    Após anos de atraso a Apple está dando os primeiros passos na venda de um produto de AR (Realidade Aumentada) no formato de um óculos e ao vermos o produto e sua capacidade até entendemos o motivo da demora. De certa forma, ouso dizer que eles reinventaram o óculos de AR, mas será que é suficiente!

    Diferente dos produtos disponíveis no mercado, este é o primeiro que elimina a demanda de controles, joysticks ou similares e é completamente independente de outros aparelhos como desktops ou celulares, ele é por si próprio o computador. Similar ao Google Glass mas muito mais completo.

    O Google Glass não percebia movimentações de mãos do usuário, nem feições do mesmo. Ele basicamente apresentava informações. O que ele possuía de interação similar é que ele fazia uso de comandos de voz, mas ainda assim só era completo quando em uso complementar ao celular, ou seja, bem inferior!

    O Vision Pro é, segundo o que sei, o primeiro produto que não é conectado a nenhum desktop, celular, ou periféricos como teclado, mouse e similares! Ele não será uma experiência completamente imersiva pois imaginamos que algo assim precise de uma roupa completa, mas esperamos que seja muito próximo.

    Para o lançamento a Apple diz ter reinventado várias funcionalidades de um sistema operacional, revisitando todos os pontos do que entendemos ser comum em nosso dia-a-dia ao utilizarmos um computador e criou o que chamou ser seu primeiro Sistema Operacional Espacial.

    P. ex., a tecnologia faz uso de um método de autenticação biométrica que utiliza sensores e câmeras avançados para fazer a leitura da íris do usuário de forma precisa evitando assim a demanda de digitação de login ou senha quando acessando o sistema, o aparelho simplesmente “reconhece” seu usuário.

    O método utilizado no login e apresentado ao público foi chamado de Optic ID e é parecido com o Face ID hoje utilizado pela própria fabricante e assim como aquele o Optic ID seria completamente seguro e integrado ao Secure Enclave e estaria disponível para uso em várias atividades além do login.

    Esclarecimento: O Secure Enclave é um recurso de hardware presente na maioria dos aparelhos da Apple é entendido como um subsistema munido de memória e processador próprio.

    Segundo a empresa o Optic ID permitiria que tarefas como compras na App Store, uso do Apple Pay e preenchimento de senhas ocorra sem a demanda de interação convencional do usuário, de forma muito mais natural a ele pois o aparelho simplesmente o reconheceria, como se fosse um outro ser humano!

    Outro item perceptível na apresentação, mas não expressamente detalhado nos textos é que o aparelho certamente faz uso em larga escala de inteligência artificial! Tanto na interpretação de imagens de sensores da íriz como para identificar movimentos e interpretação de voz ao interagir com o usuário.

    O que me faz acreditar que o produto será diferenciado é que uma das abordagens apresentados pelo produto é justamente a ideia de que ele será o futuro do desktop com a ideia de que monitores, teclados e mouses não mais serão necessários. Similar a ideia do holodeck!

    Certamente ainda não teremos uma inteligência tão avançada quanto o holodeck, mas já nos permitirá eliminar equipamentos e ampliar nossos espaços de forma nunca antes vista! Nos exemplos inclusive é apresentado o compartilhamento de itens 3D em um simples chat como o Whatsapp.

    Também foi apresentado o “Mac Virtual Display”, uma ferramenta para integrar o visionOS com seu Macbook de forma simples e direta. Ou seja, para usar seus arquivos de seu atual macbook você não terá nenhum problema, ele simplesmente funcionará de forma integrada e você pode expandir seu ambiente.

    Quem tem Macbook no Brasil sabe o quanto custa manter um aparelho de ponta com monitores extras e hardwares compatíveis. Com o Vision Pro você não precisaria se preocupar com nada disso, você recriaria seu ambiente de acordo com sua vontade sem custos ou demandas iniciais.

    Na apresentação foi mostrado alguns exemplos fazendo uso de teclados virtuais, mas a empresa garante que o produto mantém compatibilidade com seus teclados e mouses atualmente no mercado por bluetooth. Chamando a atenção de que o produto se adequa ao usuário se este preferir teclados físicos.

    Apesar do preço que em comparação a outros aparelhos similares é alto mas não é tão alto assim certamente ele ganhará rápido público na área de entretenimento e aos poucos acredito que irá ganhar espaço nos ambientes corporativos tendo apenas alguns contra-pontos que podem impedir ampla aderência.

    Uma dificuldade encontrada pelos engenheiros foi a bateria do aparelho. A opção escolhida pelos engenheiros foi uma bateria externa ao aparelho que pode ser levada no bolso do usuário e duraria por volta de 4 horas.

    Além da bateria teria também o peso do produto, mesmo que sejam algumas poucas gramas ainda será perceptível. Quem usa óculos comum sabe o incômodo do uso diário de um aparelho como este. Nos acostumamos, mas mesmo quem não se incomoda ele não é transparente ao ponto de sabermos que está lá.

    Até o momento o mercado aparentemente está absorvendo a novidade e considerando o Vision Pro como o sistema mais moderno e a melhor opção de óculos de realidade virtual para o uso diário da família como um todo que estará disponível no mercado.

    No entanto, como o Vision Pro é muito novo, a Apple ainda não explicou todos os detalhes por trás da tecnologia e muito do que descrevi aqui pode estar incorreto, posto que eu mesmo nunca vi o aparelho de perto!

    Mas ainda me pergunto, como vou tomar meu café com um aparelho desses “grudado” em minha cara enquanto desenvolvo meu código! Acho que terei que mudar para uma plataforma de “canudinho”!

    Referencias

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    Comentários (2)
    Ricardo Soares
    Ricardo Soares - 20/06/2023 18:03

    Obrigado Fernando. Fiquei muito feliz, não esperava ganhar, quanto mais o primeiro lugar! Espero que o pessoal tenha gostado e se alguém tiver mais alguma novidade de tecnologias similares e quiser compartilhar aqui ... vou ficar de olho! É um assunto que me interessa muito. Abs.

    Fernando Araujo
    Fernando Araujo - 20/06/2023 16:14

    Ótimo artigo, Ricardo!

    Parabéns pela premiação!!!