A importância de questionar: Um caminho para a verdadeira aprendizagem
Na educação formal, seja nas escolas ou nas faculdades, é comum perceber que os alunos são incentivados a replicar ideias e conceitos em vez de realmente aprender e entender. O sistema frequentemente prioriza a memorização de informações, mas raramente promove a compreensão profunda ou o questionamento crítico. Por exemplo, é ensinado que 1+1=2, mas raramente é estimulado o questionamento do porquê dessa afirmação ou a exploração de sua origem. Essa igualdade, embora pareça simples, é fundamentada por uma construção matemática rigorosa, como demonstrado nos sistemas axiomáticos dos números naturais, como os postulados de Peano. Em uma dessas demonstrações, utiliza-se cálculo e lógica formal para provar que 1+1=2, mostrando que até mesmo conceitos aparentemente óbvios têm raízes profundas na matemática formal. Assim, os alunos acabam condicionados a pensar dentro de limites impostos, deixando de desenvolver ideias próprias e a capacidade de inovar.
Embora existam muitos professores excelentes, não se pode ignorar que o ensino, direta ou indiretamente, é influenciado pelas visões pessoais dos educadores. Mesmo quando não é intencional, os professores podem direcionar os pensamentos dos alunos para determinados caminhos, limitando sua capacidade de considerar perspectivas divergentes. Por exemplo, um trabalho que define os temas e os limites de discussão por um ano inteiro pode levar os alunos a conclusões específicas e, muitas vezes, alinhadas às ideias do professor.
Temos que ter em mente que pensamentos unilaterais são extremamente perigosos. O verdadeiro desenvolvimento cognitivo ocorre quando uma pessoa é exposta a múltiplas perspectivas, analisando tanto os argumentos a favor quanto os contrários de um determinado tema. É essa abordagem que permite a validação da veracidade das informações e a formação de ideias próprias. Infelizmente, isso é raramente incentivado na educação formal ou na vida cotidiana. Como resultado, a maioria das pessoas simplesmente replicam o que lhes foi ensinado, sem questionar ou investigar.
No Brasil, por exemplo, um estudo revelou que cerca de 90% das pessoas leem apenas o título de uma matéria, sem se aprofundar no texto completo. Isso cria um terreno fértil para manipulações. Imagine um artigo com o título “No Brasil todos são burros”. Embora o conteúdo do texto possa desconstruir essa afirmação e provar que ela está errada, muitas pessoas aceitariam o título como verdade apenas por falta de leitura crítica. Essa superficialidade agrava-se ainda mais pela queda do QI médio no país nas últimas décadas, tornando as pessoas mais suscetíveis a influências externas.
Outro caso confirma isso é que 10% de todas as pessoas que afirmam ler notícias regularmente compartilham informações baseadas apenas no título e imagem, sem acessar o conteúdo completo? Isso parece coerente, especialmente em uma época em que o consumo de informações se tornou tão instantâneo. Por exemplo, imagine um estudo que afirme que "pessoas que leem títulos regularmente são mais críticas e informadas". Baseando-se nessa afirmação, seria fácil concluir que apenas ler títulos é suficiente para formar opiniões embasadas. Porém, eis a verdade: esta estatística e exemplo são totalmente inventados. A apresentação de dados, quando feita de forma confiante e contextual, pode facilmente parecer legítima, convencendo até mesmo os leitores mais atentos. Este exemplo evidencia o impacto da manipulação de dados e reforça a importância de questionar e investigar a procedência das informações que consumimos e compartilhamos.
Então oque verdadeiramente valida um estudo ou artigo?
Para que isso seja feito precisamos passar por uma série de critérios, como:
Fontes Confiáveis: Verifique se as informações estão embasadas em estudos publicados em revistas respeitadas, como Nature e Science.
Revisão por Pares: Estudos científicos devem ser avaliados por outros especialistas na área antes de serem publicados.
Metodologia Transparente: A forma como os dados foram coletados, analisados e interpretados deve ser claramente descrita.
Replicabilidade: Os resultados podem ser reproduzidos por outros pesquisadores?
Citações: Artigos que referenciam outras pesquisas confiáveis são mais críveis.
Se quisermos formar profissionais e cidadãos capazes de pensar criticamente, precisamos incentivar a pesquisa independente, o questionamento constante e a validação das informações. Não basta aprender a replicar conceitos; é preciso entender de onde eles vêm, como foram criados e quais são as suas implicações. A educação deve ser o alicerce de mentes livres, não de mentes presas a caixas.
Agradeço a todos que leram até aqui. Espero que este artigo sirva como um convite à reflexão e à busca por um aprendizado mais profundo e significativo. Em breve estarei postando novos artigos focados em tecnologia mas baseado em minhas últimas experiências com outros alunos isso se tornaria necessário antes.